ESCREVER É DIVINO!
CAMINHOS DE UM POETA
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
QUANDO VI DIAMANTINA
Quando vi Diamantina
vi muito mais que pedras e ruas antigas.
ouvi naqueles becos cada lamento,
o passado chegando em ecos de sofrimento.
Ouvi grilhões arrastados pelos calcanhares.
O chicote estalando no ar
O vermelho tingindo a pele negra
colorindo de vergonha um país.
Como pode alguém ver a dor e se sentir feliz?
Vi diamantes e conflitos
incrustados naqueles cascalhos e montanhas.
Uma brisa estranha me trazia
zum zum zum dos becos e ruelas
de conspirações na cidade,
Brasileiros nas celas.
Fogões de lenha nas senzalas
Cozinhando sonhos de liberdade
Ouvi tropel de cavalos
Quando vi Diamantina, vi fé.
Gente obedecendo aos badalos
da catedral chamando a rezar.
Ouvi gargalhadas de Xica da Silva no ar
contagiando, dominando e esnobando um certo sinhozinho.
Provando a força de uma mulher,
seja escrava ou rainha,
ou as duas coisas se quiser,
mostrando que o poder do amor
derruba até imperador.
(E agora Sinhozinho?
Quem é que manda aqui?)
Diamantina...
misto de sangue e história
vergonha e glória
nas emoções que senti.
///
Nota. Diamantina é patrimônio histórico da humanidade. Não é permitido fotografar dentro de algumas igrejas e outros pontos turísticos... mas é de comover.Estou sentado à porta da casa de Xica da SIlva. A casa sozinha também a casa dela
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Lindas imagens.
Belo poema.
Linda homenagem.
Parabens Carlos.
Sempre um prazer visita-lo.
Meu carinho.
Glória
Postar um comentário