ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

QUANDO VI DIAMANTINA





Quando vi Diamantina
vi muito mais que pedras e ruas antigas.
ouvi naqueles becos cada lamento,
o passado chegando em ecos de sofrimento.
Ouvi grilhões arrastados pelos calcanhares.
O chicote estalando no ar
O vermelho tingindo a pele negra
colorindo de vergonha um país.
Como pode alguém ver a dor e se sentir feliz?
Vi diamantes e conflitos
incrustados naqueles cascalhos e montanhas.
Uma brisa estranha me trazia
zum zum zum dos becos e ruelas
de conspirações na cidade,
Brasileiros nas celas.
Fogões de lenha nas senzalas
Cozinhando sonhos de liberdade
Ouvi tropel de cavalos
Quando vi Diamantina, vi fé.
Gente obedecendo aos badalos
da catedral chamando a rezar.
Ouvi gargalhadas de Xica da Silva no ar
contagiando, dominando e esnobando um certo sinhozinho.
Provando a força de uma mulher,
seja escrava ou rainha,
ou as duas coisas se quiser,
mostrando que o poder do amor
derruba até imperador.
(E agora Sinhozinho?
Quem é que manda aqui?)
Diamantina...
misto de sangue e história
vergonha e glória
nas emoções que senti.
///
Nota. Diamantina é patrimônio histórico da humanidade. Não é permitido fotografar dentro de algumas igrejas e outros pontos turísticos... mas é de comover.Estou sentado à porta da casa de Xica da SIlva. A casa sozinha também a casa dela

Um comentário:

O mar me encanta completamente... disse...

Lindas imagens.
Belo poema.
Linda homenagem.
Parabens Carlos.
Sempre um prazer visita-lo.

Meu carinho.

Glória