ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

segunda-feira, 30 de março de 2015

SALVANDO UMA VIDA

 

Acho que fui o único menino de meu tempo a nunca matar um passarinho. Muito me incomodava ver alguns coleguinhas com estilingue nas mãos, parecia um esporte matar passarinho, não havia lei dura que protege os animais como hoje, tampouco havia consciência, lembro-me que eu, inutilmente os repreendia. Lá em Ipatinga, a Kombi passava pegando a nós funcionários nos pontos. Eu sempre sentava no meio-fio, e um dia vi um passarinho colorido agonizando no cantinho, possivelmente comeu algum resto de chiclete que as pessoas jogam, ou comeu algum inseto venenoso. Enquanto o carro não chegava, peguei, fui até o posto de gasolina, molhei a cabecinha dele, dei água para ele beber também. O carro chegou, fui entrando com ele na mão, e vieram as perguntas: “Que passarinho é esse na mão, Carlos?”. Respondi: “Tava caído no chão, não sei se comeu algo ou bateu em alguma vidraça. Vou levar pro aeroporto, vou tentar salvar a vidinha dele”. O motorista já não gostou: “Vai fazer porcariada dentro do carro”. Falei: “Vai não, vou por enrolado no jornal. Se fizer, eu limpo”. Chegando lá, ajeitei uma caixa para ele, tampada mas com furos, para que não saísse voando tonto, forrei com o jornal, e sempre que podia, nos intervalos ia vê-lo, dava mais água, molhava a cabeça dele, fiz beber inclusive leite. Até um pouco de fubá peguei na cantina para ele. E não é que lá pelo meio da tarde, o danadinho não ficou bom mesmo? Fiquei todo feliz, cheguei com ele na mão, dizendo: “Olha, Fátima. Ele ficou bom”. Ela ficou feliz também: “Puxa, que legal, Carlos! Esse merecia ser seu, foi você que salvou a vida dele. Se ele pudesse falar, ia lhe agradecer”. Respondi: “Ele já está agradecendo, tenho certeza”. Ela perguntou: “E agora, o que vai fazer?”. Respondi afagando o bichinho: “Agora vou curtir ele um pouquinho... mas depois vou soltar. Bem que eu gostaria que ele ficasse comigo, mas ele tem asas é para voar. Seria um egoísmo meu prender. Salvar a vida dele não me dá o direito de prendê-lo”. E ela: “Show! Assim que se fala!”. Fui até a porta, minutos depois, falei no ‘ouvidinho’ dele: “Vai, coleguinha. Você nasceu para voar. Tome mais cuidado da próxima vez. Se der, apareça”. E soltei... e ele sumiu rápido no céu. No dia seguinte eu estava lá de novo no ponto, e tinha um passarinho idêntico a ele no fio do poste. Muita pretensão dizer que era o mesmo, seria uma coincidência divina demais, mas que eu fiquei pensando, fiquei: “Será que é o mesmo? Será que veio me ver, como pedi?”. Nunca vou saber... mas Deus sabe!
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( imagem ultrad.com.br )

domingo, 29 de março de 2015

PADRE MARCELO = SONDA-ME


"Como são belos os pés do mensageiro que anuncia a paz".

sexta-feira, 27 de março de 2015

ARTE SANTA




Poesia...
Arte minha
Artimanha.
Arte nua
Arte rua
Arte e manha.
Artifício
Arte fácil
Arte difícil.
Meu recanto, meu recato
Meu oceano, meu regato.
Meu encanto, meu boato.
Minha arte pseudo, minha arte de fato.
Meu choro, minha prece
Arte tanta!
Arte santa!
Rejuvenesce...
 
A alma agradece.
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( imagem  isabellices.com / romero brito )

quarta-feira, 25 de março de 2015

GORDINHO GOSTOSO




Não que eu goste da música, mas queria fazer um comentário. Todo ano temos o praxe da música de verão, aquela que estoura por três ou quatro semanas, vende disco pra caramba, e o cara fica rico. Nada contra o artista, se ele sabe fazer marketing, mérito dele, eu sou a favor do marketing, agora, se vou comprar, é uma outra história. Há quem goste. Porém observei que as duas últimas músicas de sucesso de verão, sendo do ano passado a do LEPO LEPO, e desse ano GORDINHO GOSTOSO, não trazem a ostentação dos anos anteriores, como  “ agora sou bonito porque tenho Camaro amarelo”,  “vou te pegar e fazer um lêlêlê”,  “se eu te pego, hanhanhan”, colocando o homem como muito poderoso e a mulher como interesseira. A do LEPO LEPO, o cara diz que está sem dinheiro,  desempregado, o banco tomou seu carro, enfim, está mal das pernas, em situação difícil, e se a mulher ficar com ele, é porque verdadeiramente gosta dele.  Bacana isso! Calma, não estou vendo poesia nisso rs rs... mas destoa da maioria das músicas de verão, do carrão, do sexo fácil, da mulher como objeto sexual, apesar de que, a mulher é a maior consumidora das mesmas músicas que desfazem dela. E a música do momento é essa do GORDINHO GOSTOSO. Bacana isso também, o cara é gordinho e assume. Sou gordinho e daí? Mostra uma autoestima elevada. Quem gostar de mim, vai ter que gostar de mim assim: gordinho. E particularmente, acho o cantor bem simpático. Aliás, nunca conheci um gordinho mal humorado.
Vamos cantar?  “ Sou um gordinho gostoso, gordinho gostoso, sou um gordinho gostoso...”.  Precisa dizer mais nada rs rs.
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Espero que o artista não fique bravo por utilizar seu vídeo, até porque esse texto é um elogio.

domingo, 22 de março de 2015

VERDADE CHINESA - EMÍLIO SANTIAGO ( composição Carlos Colla e Gilson )



Como cantava bem o Emílio Santiago, hein? Grande intérprete. Linda essa música. Emílio Santiago, tinha a voz, ao mesmo tempo potente e aveludada. Poucos artistas têm isso. Só para ver como é raro, Elvis era um deles. Nat King Cole também.

sábado, 21 de março de 2015

A BELEZA É SIMPLES

( imagem google - malmequer-joaninha )
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Veja que coisa linda!
Esses traços.
E essas cores? Tão bem definidas.
Como pôde alguém fazer algo tão perfeito?
Impressionante! Que profundidade!
De qualquer ângulo que se vê nos traz uma paz... a paz na forma mais simples.
Muito singelo!
Ah, que vontade de pegar!
Ponto máximo da perfeição.
Beleza irretocável!
- O que você está vendo aí nessa parede, Carlos? Algum Picasso, algum Da Vinci?
- Não. Estou contemplando nessa parede branca o agradável contraste... de uma joaninha.
O bichinho mais simpático da natureza.
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Não exatamente com esse diálogo, mas esse fato aconteceu sim. Estavam pintando a parede no meu trabalho, e num dado momento, olhando para uma parede branquinha, recém pintada, comecei a falar: “que coisa linda, que maravilha de obra prima. Quem faz uma coisa tão linda, singela, pequeninha e grandiosa ao mesmo tempo?”. Todo mundo zombou de mim, mas eu não estava nem aí, quando contemplo certas coisas, pode desabar o mundo. Minha colega de trabalho, aproximou-se curiosa, e depois de ver a joaninha fazendo click click, disse, não em tom irônico, mas de ternura: “Ai, Carlos... só você!”. Respondi: “Só eu vejo essas coisas, né? Mas tem mais gente que vê sim... são poucas, mas tem”. E completei: “Sabe o que vejo ali? É bem simbólico para mim, é um semáforo me chamando a escrever. A parede é uma folha branca e a joaninha é uma poesia que Deus está fazendo, Ele está me mostrando. Isso é instinto. A natureza nos dá sinais o tempo todo. Os animais têm instintos e percebem o tempo topo, nós também somos animais, mas nosso dom de raciocínio, tirou muito de nosso instinto, por isso pouca gente percebe. Deus nos deu o raciocínio, mas Ele não queria que perdêssemos o instinto”. Ela: “De onde você tira todas essas coisas?”. Respondi: “De onde, não sei.. apenas sei que é isso. E eu nem fico procurando entender”. Ela fechou: “Deve ser por isso que existem os poetas, os escritores, para nos mostrarem essas coisas no dia a dia, para suprir nossa falta de instinto”. Fechei também: “Vou entender isso como um elogio”. “Claro que é”, sorriu.
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Por isso meu livro está demorando tanto a sair, pois até para selecionar passagens de minha vida para publicar, foi difícil, se fosse colocar tudo acho que daria um livro de umas 2.000 páginas... talvez até um livro sem fim. Como alguém disse um dia: “Acho que sei em quem o Ziraldo se inspirou para criar o Menino Maluquinho”.  O livro está quase.....................................

quarta-feira, 18 de março de 2015

NÃO SEJA ZUMBI... SEJA GENTE!


Sabe aquele dia em que você falou um palavrão porque bateu a canela no pé da cama ao acordar? Aquele dia em que você quis bater em alguém por ter pisado no seu pé? Sabe aquele dia em que você foi ambicioso, invejoso, rancoroso, mesquinho, egoísta, intolerante? Sabe aquele dia em você foi cego, surdo ou mudo por opção? Aquele dia em que você passou blasfemando? Aquele dia em que você desejou o fim do mundo?Sabe aquele dia em que você foi mais erva daninha do que flor, mais mosca do que abelha? Aquele dia em que você gerou  caos em vez de apaziguar? Aquele dia em que você desejou e até gerou o caos? Pois é... você não viveu, esse dia você perdeu. Seria mais proveitoso ter saído por aí, distribuindo abraços e sorrisos, bom dia a toda a gente, transmitindo esperança às crianças, agradecendo e louvando a vida. Melhor seria ter brilho nos olhos para iluminar o dia das pessoas e receber de volta o brilho do olhar delas. Teria sido melhor se sentar no banco da praça e ouvir passarinhos cantando. Ter tomado banho de chuva, caminhado à beira mar, visitado alguém doente. Ah teria sido tão melhor ter feito uma oração. E um poema então? Teria sido melhor se portar como criança docemente inconsequente a ser um adulto engessado pela viseira da ignorância, da soberba, da frieza. Parece, ou melhor, estamos vivendo uma versão real de THE WALKING DEAD, porque o que vejo são zumbis andando tontos nas ruas, sem brilho nos olhos e sem rumo, batendo cabeça um no outro. Com todo respeito, parafraseando Chaplin que disse: "Não sois máquinas, homens é que sois", eu digo:  "Não sois zumbis, gente é que sois", ainda é tempo, mas o tempo também acaba, ele passa. Não seja zumbi, seja gente, zumbis também andam, mas não vivem. Pense nisso enquanto ainda lhe sobra um pouco de cérebro: Você até pode ser egoísta e não querer dividir seu espaço com ninguém, mas saiba que no abismo vão caber  todos. Vou ali.. tenho uma vida a viver...

sábado, 14 de março de 2015

GÊNESE DE UM POETA - ( 15 DE MARÇO DE 19... e não interessa )







Tudo tem sua Gênese!
Eram milhões em disputa. Quem seria o felizardo? O agraciado? O sortudo? Quem merecia ver o outro lado? Quem merecia contemplar a luz que se anunciava? Quem seria o vencedor da grande correnteza que estava prestes a jorrar? Naturalmente todos os milhões de concorrentes mereciam, mas somente um poderia passar. De repente, apontaram para um:  “Deixemos aquele ali passar, ele merece”. Vários perguntaram:  “Mas por qual razão ele merece?”...  “ O que ele tem de diferencial sobre nós?”. A resposta:  “Ele parece que vai ser bom filho”.  “Ora, nós também podemos ser”, disse um.  Outro motivo:  “Parece inteligente”. Outro protesto: “Nós também podemos ser inteligentes”. Mais um motivo:  “Tem jeito de simpático”. Outra queixa: “Nós também somos bem simpáticos”. Mais um motivo: "Tem jeito de sensível". Insistiram: "Nós também podemos ser sensíveis".  Outro motivo: “ Vai ser e ter bons amigos”. Mais reclamação: “Nós todos podemos ser e podemos ter bons amigos. Até agora não vimos  nenhuma diferença real, palpável, justificável para que ele tome nossa frente”. E então, a última explicação, aliás, a melhor explicação, a única: "ELE VAI SER POETA!!!".  O comentário foi geral: “Ah, por que não disse antes? É claro que ele pode passar”. E assim os outros milhões aplaudiram uníssonos com gritos de ipi ipi urra. E foi assim que eu nasci. Agradeço aos outros milhões de coleguinhas espermatozoides que me deixaram passar para fazer uns poeminhas nesse mundo. Espero estar valorizando!

segunda-feira, 2 de março de 2015

EU: INDIVISÍVEL E INFINITO...




Diziam os cientistas, astrônomos, físicos, químicos, pesquisadores da área enfim, que o átomo é indivisível. Tempos depois abriu-se uma discussão até hoje não resolvida, de que o átomo é sim, divisível, pois há partículas menores dentro dele, construindo o seu ser. De qualquer maneira a ideia única e final, é que a partir do átomo a vida é gerada, mas não quero falar de química ou física... de física quântica talvez sim, dentro do pouco que entendo. Nós também somos átomos e geramos coisas para o universo, a diferença é: que tipo de átomos queremos ser? O que vamos gerar? Também não quero falar desses clichês. O quero dizer é...
Somos átomos indivisíveis! O ponto de partida é... Somos feitos de escolhas! Até a decisão de não fazer escolhas, é uma escolha de vida. Não dá para separar, não existe “isso é passado” ou “futuro”, não dá para dissociá-los do presente, pois é tudo um conjunto de coisas dentro de um “EU”; o presente, que é o mais importante, é o fiel da balança. Tudo passa... e nada passa. Tudo o que você viveu e até o que não viveu por opção, continua dentro de você, o que se vive não se descarta, somos seres em construção. E assim, tudo permanece aí dentro, sua alegria, sua dor, seus sonhos frustrados e os realizados, as certezas e arrependimentos, as raivas que passou, as raivas que fez passar, a sua paz, a sua guerra, as decisões e omissões, as palavras que disse e que não disse, o seu grito, o seu silêncio, o choro que engoliu, sua gargalhada mais gostosa, os amores que viveu e os que não viveu, aquele beijo, aquela música, aquele filme, os livros que leu, a sua ignorância, sua simpatia, seu pecado, seu perdão e sua condenação, as partidas e chegadas, as vitórias e derrotas... sua oração... sua solidão... sua euforia... sua saudade... os abraços... sua infância... sua adolescência... e sua maturidade, ou não.
Ah, quantas palavras para definir momentos eu teria ainda para dizer, mas não caberiam nesse texto, porque além de indivisíveis, somos infinitos, dentro de nós cabe uma gama imensa de sentimentos. Preciso resumir o texto, gostaria de poder resumir o que somos, o que ‘sou’ especificamente falando, mas não sou capaz. Só há uma certeza nisso tudo: as coisas ficam para sempre dentro da gente. Isso é uma tristeza? Não... só uma constatação.