ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

DESTINOS CRUZADOS - FINAL


( imagem google )

Os quatro dias que antecederam a cirurgia ele passou pensativo. Prevaleceu o dever médico, associado à boa índole e aos conselhos de dona Deda. “Vou operá-lo, não vou me revelar, ele que siga sua vida”. No entanto outras indagações surgiram no seu labirinto de sensações . Orgulhava-se de nunca ter perdido um paciente, e se o homem morresse em suas mãos? Dona Deda pensaria que ele o deixou morrer? Fervoroso na fé, orou na véspera. “Cristo. O Senhor que foi o maior salvador de vidas, foi Quem me deu o dom da medicina. Humildemente peço, controle minhas mãos durante a operação, não posso perder aquele homem”. Só não falou de perdão durante a oração, ainda não estava preparado. Perdão tem que ser espontâneo, precisa nascer dentro de você, antes mesmo de ouvir o pedido. Se o perdão não acontece dentro de você, não adianta ficar fazendo permutas. Cinco horas cansativas, mas a cirurgia foi um sucesso. Aliviado com o estado clínico do paciente, simultaneamente uma brisa, mesmo numa sala fechada, passou-lhe pelo rosto e pareceu lhe arrancar algo ruim. Estranha e divinamente não sentiu mais ódio. Isso o deixou duplamente feliz, não o amava, isso ainda era precoce, mas também não odiava. Pelo contrário, nos dias em faltavam para a alta do paciente, mostrou-se empenhado demais, a ponto da enfermeira comentar. “Puxa, doutor. O senhor mal está almoçando, visita esse paciente a cada hora, mesmo fora de risco”. Com um sorriso no canto da boca, respondeu. “Talvez eu tenha me identificado com ele”. O homem ainda não tinha recobrado os sentidos, às vezes ele mesmo o sedava e numa dessas ‘visitas’, olhou-o e murmurou. “Eu o perdoo, pai”. Quando saía do quarto, a voz que nunca ouvira antes, chamou. “Filho, espere”. A voz do pai ecoou dentro de si provocando tremedeira, abalando suas estruturas. Virou-se devagar, caminhou lentamente até a cama. “Como sabe que sou seu filho?”. Ainda grogue de remédios, o velho respondeu. “Sei tudo de você, meu filho. Sei também que devo explicações e um pedido de perdão. Prometi lhe conhecer um dia, mas jamais tentar tirá-lo de Deda, não seria justo. Num dos encontros sua mãe disse à Deda perto de mim. ‘Pressinto algo terrível. Se algo me acontecer cuide de meu filho’. Chorei muito a morte dela. Quando soube que o bebê ficou com Deda fiquei aliviado, pois eu era um irresponsável. Voltei para essa cidade há uns dez anos e por várias vezes escondido na esquina vi você sair e voltar do trabalho. Tive medo de morrer sem pedir seu perdão e agora estou aqui fazendo isso”. Doutor Suarez, interrompeu em lágrimas. “Claro que perdoo, pai. Não quero saber de passado, nem de explicações mais, quero ver no futuro breve, o senhor morando comigo e Deda, temos uma casa enorme”. Abraçaram-se demoradamente. Disse para a enfermeira que entrava. “Cristina. Cuide muito bem desse paciente, ele é meu pai”. E saiu eufórico, falando alto pelos corredores, sob olhares perplexos. “Meu pai está vivo. Encontrei meu pai. Venham ver o meu pai”. Alegria maior teve Deda. “Esse sim é o filho que criei. De bom coração, receptivo, humano. Não sabe como estou aliviada, é como se estivesse recebendo você de volta”. Faltavam poucos dias para a alta, doutor Suarez descansava em casa, quando o celular tocou. “Doutor, venha rápido, seu pai inexplicavelmente entrou em coma”. “Como assim... em coma? Ele estava tão bem. Estou indo”. Em alta velocidade passou sinais vermelhos, quase bateu o carro e entrou às pressas no hospital. No quarto, enfermeiras tentavam de tudo. “Deixe comigo, com licença”, disse. Dezenas de massagens toráxicas, oxigênio, choques, e tudo que eram tentativas de reaver o pai foram repetidas incessantemente, inultimente, mas ele não parava. Até que a enfermeira, pôs a mão em seu ombro. “Não adianta, doutor. Sinto muito, ele morreu”. Aos gritos ,debruçou-se sobre o corpo inerte. “Não... não... pelo amor de Deus. Não me deixe de novo, pai. Vamos morar juntos, a gente combinou”. Sem resposta. As enfermeiras o abraçaram chorando também. No fim do sepultamento, abraçado à mãe Deda, comentou. “O melhor médico não conseguiu salvar o pai”. Dona Deda o corrigiu. “Não diga isso. Tudo isso estava traçado, essas coisas não nos pertencem. Deus permitiu que ele vivesse mais uns dias para lhe dar a oportunidade de perdoá-lo. Saiba que ele mesmo se penitenciou todos esses anos, e morrer com seu perdão foi a absolvição para ele, pois passou a vida preso em culpa. E você por sua vez, não ficou diminuto como médico, mais dia menos dia algum paciente morreria em suas mãos. Ao contrário disso, você cresceu como gente, pois o perdão ao mesmo tempo que liberta quem pede, dignifca quem o concede. Eu me sinto honrada de meu destino ter cruzado com o seu”. Foram para casa abraçados. Um grande filho, uma grande mãe.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

DESTINOS CRUZADOS - PARTE II

Dois anos se passaram. Era plantão do Doutor Carlos Suarez, numa noite tranquila, mas não imaginava que aquela noite mudaria para sempre sua vida. Passado, presente e futuro brincam de ciranda com a gente e nem perguntam se a gente quer brincar. O interfone interrompe a calmaria. “Atenção, doutor Suarez, favor comparecer urgente à UTI”. Levantou-se rápido e foi atender o chamado. Chegando à sala, perguntou do que se tratava, a enfermeira respondeu. “Infarto doutor, o homem está mal. Fizemos atendimento de emergência, mas acho que não vai aguentar”. “Deixe-me ver”. Quando chegou perto do paciente sem camisa, um homem aparentando uns sessenta anos, o mundo parece que lhe caiu nas costas. O homem tinha uma mancha no peito idêntica à dele. Ficou atônito, trêmulo, enquanto o paciente agonizava no leito. Não resistiu, afastou-se e sentou balbuciando coisas como... “não, não pode ser” , até que a enfermeira o despertou. “Doutor, o homem está morrendo... Doutor, o senhor está bem? Doutor Suarez, o homem precisa de socorro... doutor... doutor”. Foi preciso sacudi-lo para voltar ao normal. Controlando a tensão, começou a pedir os medicamentos de urgência e até desfibrilador acabou sendo necessário. O homem chegou a apagar, mas o Doutor Suarez era o melhor, e salvou a vida do homem. Situação acalmada, disse ao grupo de enfermeiras. “Ele não suportaria uma cirurgia hoje, está muito debilitado, eu o induzi ao coma, está sedado e estabilizado. Verifiquem a pressão de hora em hora. Vou passar a medicação para vocês”. No prontuário pôde confirmar. O nome do paciente era Heitor Villanueva... seu pai. “Boa noite para todas”. Disse isso e se afastou tentando disfarçar as lágrimas, mas a amiga e enfermeira chefe, viu e foi até ele. “Algum problema, doutor? ”. Respondeu com a mão no ombro dela. “Destinos cruzados, amiga”. Chegando em casa foi ao quarto da mãe para beijá-la como sempre fazia, mas ficou na porta olhando-a dormir, chamou-a de anjo em voz baixa, visualizou a cena da mãe legítima agonizando nos braços dela, e chorou muito. Passou a noite em claro na janela. De manhã não deu uma palavra e Dona Deda o olhava o tempo todo. Mãe tem disso, percebe as coisas. No hospital, após constatar que o paciente estava estável, renovou a medicação e pediu para ficar sozinho no quarto, e como se ele o ouvisse, perguntava. “Como pôde ser tão canalha abandonando minha mãe grávida?”. De noite, não escapou de Dona Deda. “Sonhei que você chorava e hoje está tão diferente”. Não havia mais espaços para segredos. “Estou com um homem em coma chamado Heitor Villanueva,.. é meu pai. Daqui a cinco dias terá que ser operado e não me vejo em condições para isso, nem sei se quero, pois o odeio cada vez que imagino minha mãe, parindo na rua como animal e morrendo como mendiga. Tive vontade de sufocá-lo com o travesseiro. Vou passá-lo para outro médico, pois sou capaz de matá-lo durante a cirurgia”. Dona Deda, assustadíssima, pálida com o que ouvia ainda teve forças para corrigi-lo. “Não faça isso. Esse não é o filho que eu criei. Você é homem bom e acima de tudo tem seu dever de médico que é salvar vidas. Não mate sua segunda mãe de tristeza. Deus está lhe dando uma oportunidade de mostrar a ele o quanto ele errou, mas que o filho dele é diferente. Não o ame, se assim desejar, mas salve-o. Por Deus... pela sua mãe legítima... e por essa mãe velha que não sofreu todos esses anos para ver ódio nos seus olhos”. Pela primeira vez, doutor Carlos Suarez gritou. “A senhora não entende. A senhora me deu o seu amor, mas não sabe o que é crescer sem um pai. Sou médico, mas odeio aquele homem”, e saiu batendo a porta, nem para casa voltou naquela noite. ( continua...).

Para a terceira e última parte deixo as seguintes indagações:
1) Será que o dever de médico vai falar mais alto e doutor Suarez vai salvar o homem?
2) E salvando, ele se revelará ao pai... ou apenas cumprirá seu dever profissional carregando para sempre esse segredo?
3) E revelando, será que vai amá-lo como pai ou a revelação será apenas para lhe cobrar a omissão e a covardia com a mãe legítima?
4) Será que doutor Suarez tomado pelo ódio o deixará morrer durante a cirurgia? Afinal ninguém vai saber.
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Obs: Eu já tenho os quatro finais previstos prontos, mas estou aberto a sugestões entre esses quatro.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

(MAIS UMA NOVELA MEXICANA DO CARLOS rs rs) - DESTINOS CRUZADOS

Carlos Suarez ( qualquer semelhança com nomes da vida real é mera coincidência he he), embora meio jovem era um renomado médico, altura mediana, cabelos castanhos enrolados, bonito, solteirão convicto e dedicava-se só ao trabalho e a cuidar da velha mãe adotiva. Passou infância e juventude se perguntando sobre seus pais, sabia muito pouco, que teria sido achado na rua, que o pai havia sumido e que a mãe era peregrina. Nem o carinho que recebia de dona Deda desde o berço, e os estudos, conseguiram lhe subtrair essas perguntas. As ocupações apenas distraem, não nos tiram inquietações. Num raro dia de folga, sentado ao lado de Dona Deda no sofá abraçou-a, dizendo. “Para mim a senhora é a minha mãe, aquela me criou, que me deu carinho, que me fez virar um médico famoso e rico. Porém, algumas perguntas não saem de mim. Acho que mereço saber sobre meu passado. Estou bem crescidinho, não acha? Posso suportar qualquer verdade e a senhora é meu único elo com meu passado”. A mãe virou o rosto desconversando. Ele insistiu, virando o rosto dela com a mão. “Por favor, mãe. Eu preciso saber. Nada do que vai me contar pode mudar nossa vida”. Ela pensou, abaixou a cabeça, chorou um pouco e olhou-o com ternura de mãe... a mãe que o destino deu. “Espero que me perdoe por não ter contado antes. Você sempre me perguntando desde pequenininho e eu fugindo do assunto. Mas juro, era para proteger você e por medo de lhe perder, pois você também era a única coisa que eu tinha na vida”. Ele interrompeu. “Claro, já disse, nada vai mudar meu amor pela senhora. Conte tudo por favor”. E ela começou. “Sua mãe era de família tradicional, tinha um pai severo. Eu, mais que empregada, era a amiga confidente dela. Até que apareceu um rapaz na cidade e se apaixonaram. Só que ele, apesar de muito bonito, era largado, boêmio, beberrão, gostava de jogo. Eu avisava que não daria certo, logo ela uma moça tão fina, mas vá dizer isso a quem ama... não adianta. Sua mãe que o via sempre às escondidas, acabou engravidando. Imagine naquela época. O pai, expulsou-a de casa, a mãe não podia falar muito, era assim naquele tempo. Fiquei desesperada por não poder ajudar aquela moça.Aquela casa nunca mais foi a mesma.Triste, pedi demissão e fui trabalhar num restaurante como cozinheira. Um dia, voltando bem à noite, uma mulher, estirada sob um viaduto, com uma voz de dor chamou meu nome. Reconheci logo, era Samanta, sua mãe. Corri até lá, abracei-a forte e vi que tinha da cintura para baixo tudo ensanguentado, ela deu à luz ali mesmo. A criança deitada no chão envolvida em panos velhos, mamava. “Meu Deus!”, exclamei quando vi que parecia ser uma hemorragia grave, sua mãe ardia em febre e mal podia falar. 'Cuide de meu filho, Deda... como cuidou de mim'. Eu disse. ‘Não desanime, vou chamar uma ambulância’. Saí louca para buscar ajuda, mas foi tarde, ela estava ali havia muitas horas, tinha sangue já frio e velho no local. Não sei se os pais tiveram conhecimento de sua morte, acho que não, pois não foi muito difícil para mim conseguir a sua guarda. Bem, meu filho, essa é sua história, o resto você viveu comigo'. Doutor Suarez não se aguentava de lágrimas. 'Como pôde minha mãe de sangue passar tudo isso? Quanta intolerância! Falta ainda um detalhe que não me disse. E meu pai? Onde estava?’. Dona Deda, olhou-o, alisou seu rosto. 'Seja forte, pois essa é a pior parte. Seu pai não quis saber dela, deixou-a quando mais precisava. Gostaria de não contar isso, mas já passou da hora de você saber de tudo. ‘E como ele se chamava?’, perguntou. Deda respondeu. ‘Heitor Villanueva’. 'Eu me pareço com ele?'. Deda conseguiu rir. 'É idêntico. Até essa mancha que você tem no peito, ele tinha igual'. Respirando fundo, olhando o vazio, ele disse. 'Gostaria de conhecer meu pai para dizer que o odeio'. ( continua... )
Não percam a segunda parte, vêm emoções fortes por aí.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

AVISO AOS BLOGUEIROS

Amigos(as). Estou uns dias sem postar e sem visitá-los, peço que me desculpem. Ficarei uns dias fora do blog, estou cuidando de detalhes do lançamento do livro, uma correria cheia de detalhes. Moro em duas cidades, GV e Porto Seguro, quando esto fora de GV, atrasa um pouco o processo. Mas posso dizer que está bem adiantado, a editora já deu o OK e dentro de no máximo quinze dias, estarei com os livros na mão. O evento será no dia 07 de julho, no Teatro do shopping de Ipatinga. Terá divulgação na mídia falada e escrita de Ipatinga,GV e BH, com foto( foto eu gosto né?), e se não me engano com entrevista também. No domingo dia 10, terei uma manhã de autógrafos na FEIRARTE, também em Ipatinga das 09:00h às 13:00h. Hummmm... menino importante, hein? O mais legal de tudo é que consegui reunir além de familiares, velhos amigos de trabalho que não vejo há anos. Como se diz no bom mineirês... vai ser emoção pra lá de metro. Estou feliz e com saudades de todos do blog. Um abraço apertado em todos vocês. Fiquem com Deus.

terça-feira, 14 de junho de 2011

EVOLUÇÃO



LEVANTE A CABEÇA!
MEREÇA!
FLORESÇA!
CRESÇA!
APAREÇA!
QUE SEU SONHO PREVALEÇA!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

EU TE AMO TODO DIA


( imagem google )

Esse sentimento reside aqui dentro
mas se espalha pela rua
tal qual o clarão da lua
que invade toda a cidade,
do meu universo és o centro.
Meu ponto de partida e meu fim.
Tudo de mim é por ti
tudo de ti é por mim.
Tens um pouco de tudo, estás em tudo
no meu riso, na minha tristeza.
Para meus pés, és a firmeza
pro meu coração, alento.
Tocas meu rosto como o vento,
mas o vento suave da manhã.
Tens um toque de lã,
que acalma todo o meu afã.
Fonte para minha sede
e me refrescas como cascata
teus braços são minha rede
razão da minha poesia
não sei por quê comemorar uma data
se eu te amo é todo dia.

Espero que nesse 12 de junho, o amor esteja em todas as agendas.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A ESTRADA QUE EU FIZ


A estrada que eu fiz começou desde cedo.
Jamais quis saber os segredos.
E assim fui aprendendo... reticente... pertinente
que a estrada, a gente conhece fazendo
caindo, levantando, amando, sofrendo, amando novamente.
A estrada que eu fiz teve subidas e descidas.
Teve retas monótonas e perigosas curvas, e nas minhas ilusões turvas
cobertas de chuva, de nuvens e neve, vivi muita emoção,
pois dentro de mim só um ritmo batia... meu coração.
Nem sempre a dor foi breve, a alegria também não.
Nem sempre a fonte saciou minha sede, meus desejos
por isso aprendi a ser sozinho e a conter meus lábios
esqueci as águas, as mágoas e até os beijos
não estou entre os grandes sábios, nem entre os perdidos também.
Nem sei o que sou, ou como me classifico
às vezes, complico, mas vou, sigo sem ferir ninguém.
Na estrada que eu fiz, chorei,
mas também brinquei, sorri, porque me permiti.
Tolo é quem não chora... não sente a leveza do que é ser.
Eu sou como a natureza,
durmo na penumbra e acordo em aurora. A dor me faz crescer.
Na estrada que eu fiz, abri minha rede.,
dormi com a saudade, apanhei da insônia, namorei estrelas
e quando não podia mais vê-las...
vinha o sol avisando que não era tempo de lamentações, nem de comemorações
que havia uma nova batalha depois daquela curva
que a visão pode estar turva
desde que tudo esteja claro no coração
só o sentimento pode nos dar orientação.
O fim, não sei, e isso também não é um resumo,
preciso retomar meu rumo na estrada que eu fiz.
Que venham os ventos...
neles encontrarei a força para novos momentos
ainda que nessa estrada, eu seja só um aprendiz
mas, só lutando eu sou feliz.
Talvez eu olhe para trás um dia
e contemple a estrada marcada
por minhas pegadas...
pegadas de poesia.

sábado, 4 de junho de 2011

PALAVRA MÁGICA


( imagem conplumaypapel.comt.jpg google )

Encontrei uma ilha escondida
a centenas de milhas daqui.
Não acreditei quando vi.
Meu coração navegava
num mar difícil, mas com esperança
de que depois da tempestade viesse a bonança.
A primeira impressão já foi bela.
Meus olhos pareciam uma aquarela.
Mas eu tinha que conhecer, desbravar.
Então entrei, entrei bem devagar.
Não por medo,
é porque segredo a gente precisa saber desvendar.
E desvendei.
Descobri muito mais...
que aquela ilha charmosa
também estava ansiosa por ser descoberta,
mas era preciso dizer a palavra certa.
E eu, pirata sonhador
que não resisto a uma flor,
pronunciei a palavra mágica: amor.
E a ilha se abriu. Sorriu.
Fui descobrindo maravilhas e maravilhas
na ilha que encontrei a centenas de milhas.
Eu, este pirata cansado de tantas viagens,
desfiz as bagagens,
abri minha esteira,
lancei âncora.
Finquei minha bandeira!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

POETICAMENTE GRÁVIDO


( imagem google )
Entre 1983/1984, vi uma reportagem de Gonzaguinha, cantor e compositor dos bons, homem sensível, tímido, controvertido, dizer que estava grávido. Antes de explicar o motivo real deste texto, quero dizer que jamais esqueci essa entrevista e nem sabia que a usaria um dia para falar de mim. E digo mais... eu gostava das músicas dele, mas não era tão seguidor assim, fiquei muito fã a partir dali o que me levou a acompanhar mais e vi que realmente ele era bom . Por quê? Pelo conteúdo sincero, humilde e inteligente da entrevista. O primeiro fator que me levou a ler a reportagem, foi que achei estranho um homem usar um termo tão feminino que é a gravidez para falar de si, ainda mais há trinta anos. Se hoje tem preconceito imagine naquela época? Só mesmo os poetas têm essas atitudes de dizer coisas diferentes em qualquer época. A letra da música “Grávido” que também intitula o disco, é simplesmente linda, recomendo conhecerem. Quando disse "estou grávido", referia-se a um novo disco que estava sendo preparado para lançar dali a alguns meses. O disco era como um filho para ele e estava sendo gerado dentro dele. Talvez sua esposa estivesse grávida também, só achei genial a relação que ele fez entre a gravidez e o disco, sentindo-se duplamente grávido. Confesso que fiquei arrepiado ao ler isso. É o tipo da pessoa que valoriza sua arte. Pensei. "Esse cara é dos meus!".
Então, meus amigos, eu também estou grávido e estou prestes a dar à luz um livro meu.
Não sei como vou me comportar no dia, acho que tenho um pouco de medo de minha reação, pois não sei ser mais ou menos. Penso que vou tremer muito, vou ficar ansioso, muita emoção pro meu coraçãozinho, mas estarei amparado, vai ter muita gente querida lá.
Uma gestação meio demorada, mais de vinte anos, mas a gente precisa saber esperar o tempo das coisas. A gente sabe quando é o momento. Uma voz assoprou no meu ouvido. “É agora!”. Deus me deu paciência para esperar. E agora que Ele me faça humilde para merecê-lo. Não será um best seller, não tem essa pretensão, mas será minha impressão digital, um jeito de dizer: “EU ESTOU AQUI! Uma pequena gota do mar de sensações que se agita dentro de mim.