ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

terça-feira, 29 de julho de 2008

OS TRILHOS







Vou andar por aí.
Passos firmes sobre os trilhos
fugir aos descarrilhos é minha meta,
sempre em vertical,
sempre em linha reta.
Vou viver o que couber
voar na altura que quiser
sintonizando razão e coração,
numa particular canção.
Nos caminhos que eu seguir,
espaços à amizade, um viva à liberdade.
Se houver amores, coroar de flores
e se brotarem feridas, ignorar as dores.
De riso fácil, de bom humor
que meu sorriso seja uma adorável epidemia
e que ninguém esteja vacinado contra a alegria.
Abrir cancelas que prendem a liberdade
ter o amor em sonhos, fazê-lo realidade.
Estar nas boas lembranças.
Ser um colunável dos corações,
ser talvez nessas andanças,
um portador de soluções,
levar as luzes coloridas do amor
ao breu das multidões.
Que a verdade seja meu dom,
extinguindo solidão e incertezas
com um toque de bruxo bom.
Mas, não quero ser um anjo
nem um líder dessa gente,
quero apenas ser um elo
entre os elos da corrente.
///
NOTA: Nas leis da física, as paralelas viajam juntas por todo o universo, mas jamais se cruzam. Eu tenho o dom de juntar as paralelas. Existe um lugar, não no longínquo universo, mas sim dentro de seu próprio peito, onde residem, o bem querer, a boa vontade, a boa intenção, onde as paralelas se encontram.As peças de um quebra-cabeça se encaixam, não por serem iguais e sim por serem inversamente proporcionais.Viva às diferenças.O que é sexo, côr, raça, idade, deficiências? Eu não conheço nada disso. Eu conheço pessoas.
CARLOS SOARES DE OLIVEIRA



segunda-feira, 28 de julho de 2008

Salomão pede a Deus sabedoria

“ Em Gibeão, apareceu o Senhor a Salomão, de noite, em sonhos.Disse-lhe Deus: Pede-me o que queres que eu te darei.Respondeu Salomão: De grande benevolência usaste para teu servo, Davi, meu pai, porque ele andou contigo em fidelidade e em justiça, em retidão de coração, perante a tua face.Agora, pois, ó Senhor, tu fizeste reinar teu servo, em lugar de meu pai, Davi; não passo de uma criança, não sei como conduzir-me. Teu servo está no meio de teu povo que elegeste, tão numeroso que não se pode contar. Dá, pois, ao teu servo, coração compreensivo, com sabedoria e justiça, para discernir entre o bem e o mal.

Essas palavras agradaram ao Senhor, por haver Salomão pedido tal coisa. Disse-lhe Deus: Já que pediste estas coisas e não pediste longevidade, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos; mas pediste entendimento para discernir o que é justo, eis que faço segundo as tuas palavras. Dou-te coração sábio e inteligente, de maneira que antes de ti nunca houve igual, nem depois de ti haverá. Também até o que não me pediste eu te dou, tanto riquezas como glória, que não haja teu igual entre os reis, por todos os teus dias. “( REIS CAP 3-VERSÍCULOS 3 A 13 )

NOTA PESSOAL: A humildade é própria dos grandes homens. Jesus Cristo encabeça uma lista incrível: Salomão, Gandhi, Martin Luther King. Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier, Dalai Lama. É tão fácil!!!

terça-feira, 22 de julho de 2008

BEM QUERER

Bem-me-quer, mal-me-quer.
Bem-me-quer...quero agora.
Mal-me-quer... jogo fora.
Quem de nós
quando criança nunca brincou
na esperança que ficasse
a pétala do bem querer?
Quem de nós ainda não brinca
mesmo depois de crescer?
E fica o mesmo temor...
torcendo para ficar a pétala do amor.
Bem te vi, bem te quis
bem me quer, bem me fez ...
bem feliz.
Bem me viu, bem me vê.
Fui feliz no jogo dessa vez.
Entre as pétalas do amor
eu escolhi você.
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CARLOS SOARES

segunda-feira, 21 de julho de 2008

SONHA, SONHADOR

Serra, serra, serrador.
Quantas tábuas já serrou?
Serra, serra, serrador.
Até que o pau se quebre ao meio,
mesmo que seja madeira de lei.
Mais forte é a sua lei.
Deixa as gotas caírem que um dia a pedra fura
Martela, martela essa bigorna.
Ainda que o cabo se parta
ninguém pode dizer que não tentou.
Sonha, sonha, sonhador.
Quantos sonhos já sonhou?
Nada foi em vão ou perdido.
A pedra furou.
A madeira se partiu.
E a bigorna levará para sempre a sua marca.
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CARLOS SOARES

quinta-feira, 17 de julho de 2008

PÉROLAS DE MINHA INFÂNCIA III- INICIAÇÃO POÉTICA ( parte 1)

Quando escrevi meu primeiro texto realmente poético, eu tinha uns 8 ou 9 anos. Cursava a terceira série e me rendeu também minha primeira nota 10 na escola.Se não me engano, talvez a única, pois eu era um aluno mediano, meio largado.Só estudava mesmo na reta final, aí sim, queimava as pestanas para passar de ano.Foi no dia que a professora Dona Jandira, colocou nas carteiras, uma estorinha iniciada por ela e o dever de casa era, cada qual, terminar com sua própria imaginação.
A estorinha dizia de um veadinho, perdido na floresta, sem sua mamãe.Terminada a aula, cheguei em casa e vi minha mãe, no tanque, concentrada nas roupas e nos problemas.Ela não notou minha presença. Fiquei ali vários minutos olhando-a e naqueles momentos, lembrei-me do veadinho e fiquei pensando. Nunca me imaginei sem minha mãe.Como eu me sentiria de repente sem ela? Ela... que cuidava de minhas doenças. Que colocava comida no meu prato.Que penteava meus cabelos para eu ir pra a escola.Que me ensinou Pai Nosso e Ave Maria.Logo me imaginei chorando perdido, igual ao veadinho da estória, porque o mundo, afinal era uma selva perigosa.
De repente ela se virou e disse: Você está aí, meu filho? E por que está me olhando assim?
Então me aproximei e abracei sua perna dizendo: Porque eu gosto muito da senhora!
No que ela agachou, me abraçou com o avental molhado e deu umas alisadinhas no meu rosto, respondendo: Ah... meu filho! Só você mesmo para animar meu dia. Pra que vou ficar triste se tenho um filho tão bonito e tão doce? Vem, vou colocar comida pra você.
E foi puxando minha mãozinha esquerda, que mais tarde escreveria meu primeiro texto poético.
Claro que não me lembro dele todo, mas me lembro de como o terminei. A mamãe do veadinho, quase tão frágil quanto ele, mas abnegada, voltou, enfrentou perigos, fugiu das feras, passou fome e sede, mas encontrou o filhinho e assim, viveram felizes para sempre.Ainda pus uma nota no final que dizia que nenhum filho merece ficar sem a mãe e que nenhuma mãe merece ficar sem o filho. E que o amor de mãe é o que mais se aproxima do amor de Deus. ( continua)

PÉROLAS DE MINHA INFÂNCIA III- INICIAÇÃO POÉTICA ( parte 2)

...continuação
///
A professora não corrigiu os trabalhos no mesmo dia que entregamos. Passaram-se alguns dias, até que ela me chamou: Carlinhos,venha aqui na frente, por favor.
Ai,ai,ai. Professora chamando na frente não deve ser coisa boa. Menino sempre está com impressão de que aprontou alguma, mesmo não tendo aprontado. Só não fui com muito medo porque Dona Jandira era uma professora muito carinhosa. Poderia no máximo repreender, sem muita briga.Ela disse: Adorei sua estorinha.Parabéns, ganhou 10! Muito linda! Onde você buscou inspiração, menino? E eu respondi: Na minha mãe. Porque nunca havia me imaginado sem ela.Acho que eu ficaria igual ao veadinho da estorinha.
Pois bem, ela fez mais alguns elogios, leu para a classe toda e disse que levaria para outras professoras lerem nas outras salas.Eu não tinha a dimensão exata do que aquilo representava, só queria curtir meu "10" e contar pra minha mãe, afinal ela foi a musa.
E assim tudo começou. E assim a poesia me trouxe até aqui.Uso a poesia como um escudo.É minha espada do bem, ainda que eu seja super-herói de mim mesmo. Mas jamais vou me trair.Com ela, superei obstáculos, problemas difíceis, dificuldades financeiras, amor fracassado, insônia, quartos de pensão, saudades dos irmãos, amigos que morreram. Com ela, derrubei arrogâncias. Com ela aprendi mais sobre humildade.Através dela, eu evoluí, como homem, como gente.Aprendi a ser manso.Aprendi a ver a felicidade nas coisas simples da vida.Com ela, fui forte. Fiz gente sorrir e chorar. Jamais me deixei abalar. Pelo contrário, foi nos momentos difíceis que escrevi alguns de minhas poesias preferidas, tipo: Aqui jaz um flor... O Sonho das estrelas... Fênix...Ícaro Moderno, etc. Digo numa poesia uma frase assim: ‘Cada poesia é uma flor que sai de mim, que eu rego e entrego.E que esse jardim seja fértil até o fim’. Não faço poesia para mim.Faço para as pessoas.Gosto de dar poesia a elas.Tem poesia minha em todo canto. Espanha.Portugal. Estados Unidos. Canadá.Austrália. Belo Horizonte. Ipatinga.Vitória. Rio Grande do Sul.Goiás.Pernambuco. Cada amigo que mora distante tem um pedacinho de mim.Minha parede também está cheia delas. A poesia é meu charme. Eu simplesmente amo poesia.
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CARLOS SOARES DE OLIVEIRA 17-07-2008

terça-feira, 15 de julho de 2008

UM TOQUE DE MIDAS

Quando a prata tingir meus cabelos,
meu coração vai ser ouro.
Num amarelo tão cintilante
que será impossível não atrair alguém,
mais forte que a magia de Midas
e quem tocar vai virar ouro também.
Não estarei envelhecido, estarei melhor
como homem, como gente
e que todos os fios de cabelos brancos
que a vida me der aos trancos,
sejam exemplos e sementes
para quem souber me olhar.
Não serão pesadelos. Nada de mal .
Ora, são apenas meus cabelos, meu coração é jovial .
Mais idade, mais planos
mais amigos, mais amores.
Talvez menos tempo, eu sei,
mas quando tinha vinte anos
tinha todo o tempo do mundo e não me importei.
Defeito? Não. Coisas da idade.
No final somos todos meninos
e gostamos de com o tempo brincar .
Só não podemos perder, seja em qualquer fase da vida...
a vontade de sonhar .
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CARLOS SOARES

sexta-feira, 11 de julho de 2008

ESPELHOS EM NÓS


Vem com teus apelos e anseios
Com teus desejos e devaneios.
Com tuas mais loucas vontades.
Vem com liberdade, com vontade.
De qualquer jeito, abre teu peito.
Fala qualquer coisa.
Sussurra, grita, declara
de forma rara o teu amor .
Vem sem traumas , sem pudor.
Vem explícita, ilícita .
Vem como quiser, mulher,
na mais fina essência de teu ser ,
que serei teu espelho refletindo-te em prazer
de forma exatamente igual,
porque todos os teus apelos
são também meus próprios apelos,
para sermos um só,
e não se desata esse nó ,
que desacata qualquer razão.
Vem , mulher.com toda tua emoção!
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CARLOS SOARES


quinta-feira, 10 de julho de 2008

JANELAS

Bem mais que o céu, que o mar
ou mesmo o paraíso,
vale a sinceridade de um sorriso.
Na amizade que desperta
uma janela aberta para um mundo melhor.
Os caminhos da felicidade sabemos de cor.
Precisamos abrir janelas
para ver as coisas belas.... e seguir.
E eu quero ir...
onde estiver seu sorriso
porque você é amizade em pessoa
de rosto belo e alma boa.
Onde há um olhar que brilha
meu coração trilha com segurança,
pois,nesse mundo sou frágil, sou criança
se não sinto um abraço amigo, melhor abrigo
nesses tempos de inverno.
Dos sentimentos humanos, a amizade é o mais terno.
Eternamente na minha mente, essa ternura
de um branco sem mistura
que me chega à janela aberta
e me desperta no dia a dia
como a brisa da paz e da alegria.
Minha alma é uma janela aberta para você.
Muito prazer em conhecer!

NOTA:Precisamos abrir janelas sempre
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CARLOS SOARES DE OLIVEIRA

terça-feira, 8 de julho de 2008

O PÔR-DO-SOL

Esse céu dourado
fingindo ser dia, fingindo ser noite
Causando-me o açoite
da sensação de solidão.
O sol desce o horizonte
meio triste por não querer ir
refém de uma força maior
ele sabe de cor, não pode resistir
nem vai olhar para trás
e meu coração tantas perguntas faz... e fará:
será que ele não olha para não ter saudades
ou está certo que voltará?
E eu...devo chorar pelo que fiz
ou pelo que não fiz?
As sombras da noite engolem
envolvem... mas, não resolvem.
As incertezas ficam no ar,
a angústia, o afã,
nem sei se vai ter um amanhã .
Só sei que o ocaso não é um acaso
precisamos passar.
Acontece que a natureza é sábia
e permite a si mesma um novo dia
a cada vez que o sol vai embora,
mas, na vida é diferente;
quando a gente desce o horizonte
não tem mais amanhã...
não tem mais aurora.
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Carlos Soares de Oliveira

GUERRA OU PAZ?

Todos buscam a paz. É muito bonito sonhar com borboletas sobre nossas cabeças, com passarinhos em revoada, com amor total, arco-íris, pessoas se abraçando. A utopia é mais linda que a realidade .Quem dera poder viver somente na utopia e sorrir de mentira, hipocritamente, cinicamente. “Eu te odeio”, às vezes é muito mais sincero do que “eu te amo”. Quem diz, ”eu te odeio” não está mentindo, enquanto quem diz “eu te amo” pode estar maquiando, iludindo, embora seja muito mais agradável ouvir a segunda.
É na guerra que se conhece as pessoas, é nas crises, nos instantes de raiva que as pessoas dizem o que realmente pensam de você. É na guerra que todos mostram suas armas e seus venenos. Quando estão com raiva elas descarregam, soltam o que não gostam e vêem em você. Coisas que no instante do abraço, preferem jogar atrás da cortina ou debaixo do tapete. Ora, sejamos sinceros. Digamos às pessoas que amamos, as verdadeiras verdades. Digamos a elas seus defeitos sorrindo para elas, olhando nos olhos. Nada de abraço de tamanduá, ou beijos de Judas, ou lágrimas de crocodilo. Já dizia meu velho pai, que agora mora no andar de cima: “Guarde tudo que as pessoas falarem de você e para você. Críticas e elogios são a construção de sua vida. Assim como um prédio tem areia, cimento, tijolos, tanto uma como a outra são necessárias. Mas que os elogios não sejam máscaras, te maquiando, iludindo que você é o melhor do mundo, e nem tampouco, as críticas sejam punhais te ferindo o coração a vida toda. É preciso conviver com os dois lados da moeda, porque ela nunca cai de pé. Se cair, desconfie. Alguém está roubando nesse jogo”.
Portanto, não me engane com a sua paz. Declare-me sua guerra para eu saber quem você é e o que sou para você. A vida é cheia de paradoxos. O bem e o mal foram traçados desde o início dos tempos e são apenas alguns dos vários paradoxos a que estamos sujeitos. Somente a cobra engole sapos pra ser feliz.A cada dia me perco na dúvida se devo viver na paz... ou na guerra.
Se falei bobagem nessas linhas, desculpem-me... todo mundo tem direito a cinco minutos de bobeira na vida.Talvez eu tenha gastado os meus agora, mas estou cansado de slogans de paz.
Já dizia o grande cantor, poeta, filósofo, roqueiro, um homem à frente de seu tempo e de seu país, Raul Seixas: “Eu sei que o mais puro gosto do mel é apenas um defeito do fel, e que a guerra é produto da paz“.
HOJE DIA 08 DE JULHO DE 2008, EU ESTOU COM MUITA RAIVA!!!
E na verdade nem estou preocupado se a moeda vai cair de pé.

sábado, 5 de julho de 2008

DIAMANTE

Se até os diamantes precisam ser lapidados,
se até a flor mais linda tem espinhos,
por que eu seria perfeito?
Se o rio corre torto pro mar,
eu também posso chegar, não importa o jeito.
Então me deixe ser assim.
Buscar a perfeição é o maior defeito.
O arco-íris é lindo, mas apenas enfeita o céu;
não existe pote de ouro, o maior tesouro está em amar .
Seja o que tiver, eu aceito, mas só quero o que mereço,
pois, também só ofereço o que posso dar.
Perdoe meu coração mais noturno que a própria noite.
Obscuro, soturno nesse açoite de timidez.
Que me aquieta. E me inquieta.
Entenda minha forma doce de egoísmo
de querer ser o centro de você... de tudo... do universo.
Repare nos versos que ando a escrever;
falam de mim, mas nas entrelinhas está você.
Desculpe meu olhar perdido, distante
Desculpe meu jeito menino,
talvez a alma seja gigante.
Desculpe se eu choro, se demoro
pra chegar, pra sorrir.
Talvez eu seja um diamante
e o melhor brilho ainda esteja por vir.
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CARLOS SOARES

sexta-feira, 4 de julho de 2008

A CIGARRA E A FORMIGA BOA e A CIGARRA E A FORMIGA MÁ (MONTEIRO LOBATO)

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A cigarra e a formiga boa

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas. Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas. A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém. Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu _ tique, tique, tique... Aparece uma formiga, friorenta, embrulhada num xalinho de paina.
- Que quer? _ perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.
- Venho em busca de um agasalho. O mau tempo não cessa e eu...
A formiga olhou-a de alto a baixo.
- E o que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?
A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de um acesso de tosse:
- Eu cantava, bem sabe...
- Ah! ... exclamou a formiga recordando-se. Era você então quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
- Isso mesmo, era eu...
- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.

Já houve entretanto, uma formiga má que não soube compreender a cigarra e com dureza a repeliu de sua porta. Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com o seu cruel manto de gelo. A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro, e o inverno veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se, nem folhinhas que comesse. Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou _ emprestado, notem! _ uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de empréstimo, logo que o tempo o permitisse. Mas a formiga era uma usuária sem entranhas. Além disso, invejosa. Como não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os seres.
- Que fazia você durante o bom tempo?
- Eu... eu cantava!...
- Cantava? Pois dance agora... - e fechou-lhe a porta no nariz.
Resultado: a cigarra ali morreu estanguidinha; e quando voltou a primavera o mundo apresentava um aspecto mais triste. Ë que faltava na música do mundo o som estridente daquela cigarra morta por causa da avareza da formiga. Mas se a usuária morresse, quem daria pela falta dela?
Os artistas _ poetas, pintores e músicos _ são as cigarras da humanidade.

Não vejo essa formiga como má. Ela trabalhava muito e pensava que diversão fosse algo errado. Estava amarga e solitária no seu mundinho cheio de formigas. O bom senso indica que o trabalho é excelente, mas é importante também se divertir, senão a vida fica amarga e difícil e a formiga acaba adoecendo...

FONTE: Geocities

" UM PAÍS SE FAZ COM HOMENS E LIVROS "

MONTEIRO LOBATO

MONTEIRO LOBATO

Monteiro Lobato: o precursor da literatura infantil no Brasil
Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor.
Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.
Este notável escritor é bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil.
Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e idéias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, a sabia espiga de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau Amarelo, que até hoje encanta muitas crianças e adultos.
Escreveu ainda outras incríveis obras infantis, como: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho.
Fora os livros infantis, este escritor brasileiro escreveu outras obras literárias, tais como: O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e o Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo apenas por empresas brasileiras.
No ano de 1948, o Brasil perdeu este grande talento que tanto contribuiu com o desenvolvimento de nossa literatura.

FONTE: suapesquisa.com
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NOTA:04 de julho. 60 anos da morte de Monteiro Lobato. Sem dúvida,o maior escritor brasileiro infantil, com seu mundo mágico das fábulas... e uma de minhas influências, não só para ler... como para escrever

terça-feira, 1 de julho de 2008

DON JUAN


Entre gueixas e sereias,
o desejo de incendeia num simples toque de lã.
Não escolhe, acolhe...
proibidas, comprometidas e donzelas.
No galanteio no ouvido te revelas.
Teu nome é Don Juan.
Quem é esse moço
que sabe ser amado e amante?
Dos cavalheiros, o mais elegante.
Que envolve, que absorve.
Que resolve os anseios delas.
Há suspiros em todas as janelas.
Quem és tu Don Juan?
O que trazes nessa flor?
Uma teia perigosa ou a certeza do amor?
O que queres dessas mulheres
que afloram, se desfloram no teu toque leve como brisa da manhã?
Tuas palavras inebriam mais que o vinho de tua taça
e quando a vontade passa, recomeças o vai-e-vem.
que sabes como ninguém.
Quem és tu Don Juan?
O que trazes em tua maçã?
Todas sabem a resposta:
Noites inesquecíveis... e saudades de manhã
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CARLOS SOARES DE OLIVEIRA