ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

POETA É O QUE SOU!



Que meu coração seja fértil assim!
Haverá sempre alguém para cuidar de mim
alguém que me regue, que me carregue.
Que do meu coração, brote poesia... uma por dia.
Que elas se espalhem como flores num lindo jardim,
se for para contagiar que seja de alegria.
Que o solo do meu peito seja bom
para o amor, para o perdão, para a amizade,
e sobretudo para a simplicidade, meu maior dom.
Que de minha boca escorra somente mel
derramando palavras boas
para adoçar todos esses jardins
que eu continue acreditando que a terra pode ser o céu
e que eu olhe para as pessoas, e veja,
somente anjos e querubins.
Que eu não perca a minha essência
para muitos, abstrata... para mim, tão concreta.
Nasci assim com tanta querência
e que eu viva e morra assim...
um menino, um homem, um passarinho
reunidos num poeta.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

HIPOCRISIA



Um dia um amigo me falou que não se importa com o que falam dele, mas em tempo corrigiu. “Não dou a mínima, é para pessoas do mal. Se uma pessoa do bem me der um conselho, uma sugestão, eu e dou muito valor. Eu não gosto é de hipócritas, gente cínica”. Eu também não.
Estávamos, ele, sua esposa e eu na frente de sua casa ouvindo umas músicas internacionais e umas mpb também, sempre fomos bem ecléticos, desde que dentro desse ecletismo tenha qualidade. Coisa ruim tem em todos os estilos.
Estava uma tarde bonita, sabadão, sol fraco. Numa dessas músicas, o refrão repetia muito a palavra sol, e esse amigo, de repente abriu os braços e começou a cantar olhando para o sol, acompanhando o disco. As pessoas que passavam e os vizinhos, começaram a rir dele. Ele parou por instantes e me disse. “Veja, Carlos que gente mais idiota. Aposto que estão dizendo que estou bêbado, sendo que tomamos só uma cerveja. As pessoas não podem ver a gente feliz. O que tem demais eu cantar? Vou voltar essa música quinhentas vezes e vou cantar até eles saírem das janelas”. Não foram quinhentas repetições, mas umas vinte foram. E ele cantava alto, tem voz forte e afinada, e é um exímio tocador de violão.
Quando tudo terminou, lembrei uma estorinha do Pateta, que eu sempre comparava com ele, pelo jeitão simplório e despreocupado do personagem. Um dia, Pateta, desligado que é, saiu às ruas com uma meia azul e outra vermelha. Por onde passava, as pessoas riam dele disfarçadamente, ou tentavam disfarçar. Sentindo-se incomodado ele subiu no banco da praça e fez um discurso mais ou menos assim: “Hoje por um mero descuido ou por estar sonolento, saí de meias trocadas, mas não deixei por isso, de ser eu mesmo. Tentei tomar um café na padaria, mas não pude... porque estou de meias trocadas. Tentei cumprimentar pessoas, fazer novos amigos, mas não pude... porque estou de meias trocadas”. Sempre enfatizando a expressão “meias trocadas”. E continuou, a praça foi ficando lotada “Estão rindo de mim por causa das meias trocadas, mas alguém se preocupou comigo, com minha pessoa? Se estou passando bem, se tenho algum problema? Como foi minha noite? Se preciso de algo? Alguém me deu bom dia? O que um par de meias pode alterar no valor de uma pessoa? Será que as pessoas que riram das minhas meias trocadas cuidam bem de suas vidas? Será que não há algo mais importante nessa sociedade do que umas simples meias trocadas?”. Falou mais algumas coisas e encerrou. “Vocês além de tudo estão mal informados. Não sabem que lá no país ............( citou um pais fictício), essa é a última moda? Pois sim. Lá eles usam uma meia de cada cor”. E retirou-se deixando uma platéia entre curiosa, boquiaberta e envergonhada.
No dia seguinte, Pateta levantou-se, agora atento, com muito cuidado calçou as meias certas, e saiu às ruas, e para seu espanto... o que viu?
Todas as pessoas estavam de meias trocadas, menos ele. Depois do susto, no último quadrinho, Pateta abriu os braços, com as mãos espalmadas, como quem diz: “Fazer o quê?”. Ou. “Será que estou errado de novo?”. Quando terminei, o amigo comentou. “É, Carlos. Você não existe. Sempre com suas tiradas. Filosofia em quadrinhos. Agora fiquei fã do Pateta. Eles eram hipócritas e continuaram hipócritas. Passaram a usar as meias trocadas só porque alguém disse que era bonito, que era moda sei lá onde. Sem personalidade, próprio mesmo dos hipócritas”. Não concordei muito e falei. “Sou otimista e penso que talvez eles deixaram de ser convencionais, deixaram de ser chatos”. Ele rebateu.”Vou discordar do meu amigão, coisa rara entre nós dois. Ainda fico com minha opinião. Eles são é idiotas mesmo. Mas isso também é um problema deles, não é? ”.

sábado, 18 de agosto de 2012

CARPE DIEM





Se for para chorar que seja de alegria.
Se for para escrever que seja poesia.
Se for para voar
que seja acima das nuvens para que nada tape meu front,
é tão lindo um pássaro cruzando o horizonte!
Se for para sonhar que seja de olhos abertos
ainda que sejam sonhos incertos.
Olhos fechados só à noite
para suportar no leito o açoite
de recordar,
e tentar consertar o que não pôde ser feito.
Há um labirinto no meu peito.
Se for para cantar que seja um divino cântico,
Ou um canto romântico, lírico, semântico.
Eu sou Carpe Diem
Eu sou sempre Sim,
Não sou exatidão, sou emoção
Sou liberdade e simplicidade
Não sou ciência, sou essência
exalando poesias mundo afora.
Se for para viver que seja agora
nada de antes ou depois.
Solidão...
Só se for a dois.