ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

sábado, 29 de março de 2008

Pérolas de minha infância

Uma de minhas qualidades é a memória, principalmente memória afetiva. Lembro-me de coisas de minha tenra idade que meus familiares e amigos mais velhos até se assustam com a riqueza de detalhes. E assim...como esquecer de Dona Maura. Lá em Ipatinga, cidade até então, pode-se dizer, começando a nascer, minha família foi a segunda a mudar-se para o bairro. A família de Dona Maura, foi a primeira. Eu ainda era bebê de colo. Mas quem é Dona Maura? Uma negra, gorda demais, simpática, sorridente, com uma família tão numerosa como a nossa. E pobre também, mas nem por isso, menos feliz. Ah... e com uma voz afinadíssima. Como esquecer... ela batendo o pedal da velha máquina de costura, cantando...” como é que papai Noel, não se esquece de ninguém. Seja rico, seja pobre, o velhinho sempre vem...” . Logo ela tão pobre. Eu, com minha cabeça de poetinha ficava tentando entender e ficava até torcendo para que ela cantasse, não só essa, mas também...” se essa rua, se essa rua fosse minha, eu mandava, eu mandava ladrilhar...” ou “ o cravo brigou com a rosa, debaixo de uma sacada...”. Incrível o tom lírico-triste-romântico que ela impunha àquelas cantigas.
A casa dela era uma festa da garotada. Não bastassem os seus tantos filhos, entre eles, Jaiminho, meu amigo até hoje que anda sumido, mas não esquecido, a garotada espalhada, sentada no chão, assistindo desenho animado. Como esquecer o dia em que ela tentando passar no meio da gente disse: Quantos meninos! Que meninada, bonita! Quem dera se fossem todos meus! Como esquecer, quando alguém lhe perguntava: Puxa vida, Dona Maura, como a senhora agüenta todos esses pirralhos o dia todo aqui? E ela, com suas bochechas negras, rechonchudas e sorridentes respondia: Deixe os meninos. Que mal eles podem me fazer? Melhor uma casa bagunçada que uma casa vazia.
Como esquecer dos doces que ela fazia. Quebra-queixo. Doce de mamão. Doce de cidreira. Adorava comprar jabuticaba que acabava num piscar de olhos. E o chouriço que ela fazia?Hummm... eu lambia os beiços. Certa vez alguém lhe disse que era pecado comer chouriço porque era feito de sangue. Ela respondeu: O mal é o que sai da boca do homem.

Eu costumo dizer que o tempo é covarde, mas nas coisas do coração o tempo não me venceu, pois ainda guardo na memória essas passagens. Guardo tanto que voltei à velha casa de Dona Maura, agora mais velha, mais gorda, igualmente negra, igualmente pobre e igualmente feliz. Lá não mudou muita coisa. A velha máquina de costura ,encostada num canto, parece cantar sozinha...” se essa rua, se essa rua fosse minha...” . Claro que as crianças não são as mesmas, mas a sala dela ainda está cheia. Agora são netos, bisnetos e outros meninos. Os antigos, de meu tempo, cresceram. Eu, talvez nem tanto, pois me vi ali sentado de novo no meio daquela meninada.
Abraçado a ela, perguntei-lhe se se lembrava de tudo aquilo e ela me soltou mais uma pérola: Claro que me lembro. Vocês são meus eternos meninos.

Se recordar é viver... hoje estou mais jovem e mais vivo.
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Carlos Soares de Oliveira 29/03/2008.

sexta-feira, 28 de março de 2008

O ÚLTIMO PASSO

Cada poesia é uma flor que sai de mim,
que rego...e entrego.
E que esse jardim seja fértil até o fim.
Que meu último suspiro seja um perfume de amor.
Quem sabe esse será o último passo para eu viver o verdadeiro SONHO DAS ESTRELAS
e alguém que tenha entendido escreva numa lápide fria: AQUI JAZ UMA FLOR .
Sim...o último passo é sempre triste.
E não sei se ainda existe algo tão certeiro nessa terra
Não importa a forma que virá...violento... dormindo... sorrindo
fazendo amor ou fazendo guerra.
A lápide é fria,mas a lágrima arde
assim como a saudade covarde.
Mas pior que ter saudade é não ter em quem pensar.
E o pior de quem parte é não deixar saudades.
Sinal que não valeu, não viveu.
Mas que eu não seja lembrado apenas pelo último passo,e sim
por todos os meus passos,
pelo meu sorriso raro,mas sincero,meus abraços
minhas letras tortas do dia a dia.
E quando eu adentrar a porta que se oferece
farei uma prece em forma de poesia,
ainda que digam do outro lado: Que teimosia!
Ora,fazer o quê? Só sei escrever.

E assim,tudo se nivela;
classes,cores,raças.
Todos têm seu dia de último passo
e o mais cruel é que não se sabe quando
e às vezes não temos tempo
pro perdão,pro abraço
por isso é bom dignificar todos os passos
que antecedem o último passo.
pois quando a lápide se fecha,cerrando a cortina, é o adeus.
fim do espetáculo que é a vida
que alguém superior nos deu... e tomou
mas que tenha sido , mesmo árdua... ainda divertida
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NOTA: 70% Do meu tempo é emoção. Às vezes paguei por isso,mas não sei fazer diferente.
Vim ao mundo para fazer poesia. Comer,beber, trabalhar, enfim... o resto é secundário.

Carlos Soares de Oliveira

quarta-feira, 19 de março de 2008

Não conto mais estrelas






Ainda criança contava estrelas pra brincar.
Se passava uma cadente
vinha logo na mente
um desejo pra pensar.
Coisas de menino
que desde cedo aprende a sonhar.
O tempo passou.
Meio criança,meio homem, andei contando estrelas pra esquecer
anseios e devaneios,afins e afãs.
Quantas vezes vi nascer as manhãs
contando estrelas pra esquecer!
Coisas de homem que não aprendeu a crescer.
Mas as lembranças eram tantas
que se confundiam com as tais,
por isso não conto mais.
Se passa uma cadente
não olho para o céu.
A poesia é meu único véu,
talvez resquício de uma infância
que insiste à porta bater
minha redoma contra ilusões.
Ilusões... pra quê tê-las?
Hoje não conto mais estrelas.
Nem pra brincar,nem pra esquecer.


Classificada em 8º lugar no 22º Festival Estadual de Poesia 2008 -
Cidade de Ipatinga-MG. A ser publicada na série Poesia de Bolso em 2009




segunda-feira, 17 de março de 2008

EIS O CORDEIRO...






Quando será o descanso do herói
de um povo que não faz nada?
Um herói que só usa palavras e não espada.
Até quando seus ombros vão agüentar as cruzes de cada um?
Que povo é esse que mata seu rei?
Rei ou cordeiro? os dois...
numa fusão divina e incomum.

Numa via crucis que dura dois mil anos
lá vai ele carregando,
tanto fiéis quanto profanos.
Perdoando a Judas e Pilatos,antigos e modernos
salvando homens de seus infernos.
E as perguntas atravessam o tempo.
Para saber vamos esperar o terceiro milênio ou o terceiro dia?
Por que o beijo,um ato tão sublime
ser o símbolo do traidor?
Até quando pagará o justo pelo pecador?
Qual será o itinerário final
do calvário do bem contra o mal?
E o povo prefere a tragédia, a “divina comédia”
e assim, escolhemos um dia para celebrar o Seu nascimento
e O crucificamos a todo momento
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sexta-feira, 14 de março de 2008

QUANDO ACENDE O FAROL




Luzes não brilham à toa,
elas vêm coroar um momento bom
ou clarear um outro ruim
e tantas coisas acontecem
quando o farol se acende pra mim

Quando acende o farol
iluminando mais que o sol
revela uma identidade secreta
fazendo-me poeta
declarando o que a alma insiste em guardar.
Nessa hora,eu cresço,
nessa hora apareço,
pois,é hora do espírito falar.

Quando o farol se acende
minha alma se rende
num instante gigante
retratada num papel,
nem todo mundo entende,
mas compor poesias é como estar no céu..
E é de lá que vem essa fonte ou essa luz
seja lá qual for o nome
que nunca se consome,
fazendo-me um homem eterno
em poesias que vão ficar
provando que a morte leva,
mas não pode nos apagar.

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CARLOS SOARES DE OLIVEIRA

quinta-feira, 13 de março de 2008

JOSÉ( POEMA DE DRUMMOND)...que depois virou música com Paulo Diniz

José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,está
sem discurso,está sem carinho,
já não pode beber,já não pode fumar,cuspir já não pode,
a noite esfriou,o dia não veio,o bonde não veio,o riso não veio,não veio a utopiae tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,e agora, José?
E agora, José?
sua doce palavra,seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,sua incoerência,seu ódio, - e agora?
Com a chave na mão quer abrir a porta,não existe porta;
quer morrer no mar,mas o mar secou;
quer ir para Minas,Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,se você gemesse,se você tocasse,a valsa vienense,
se você dormisse,se você cansasse,se você morresse....
Mas você não morre,você é duro, José!
Sozinho no escuroqual bicho-do-mato
,sem teogonia,sem parede nuapara se encostar,
sem cavalo preto que fuja do galope,você marcha, José!
José, para onde?

quarta-feira, 12 de março de 2008

INCOERÊNCIA


INCOERÊNCIA

A noite é tão calma que chega a incomodar.
Ah...esse silêncio é um açoite!
Faz mais barulho na minha mente que todos os sons do mundo.
Todos dormem nessa noite.
Até os pirilampos.Até os bêbados e vagabundos.
Nem as aves noturnas se atrevem.
Nem um apito,nem um assovio.Parece que nem o rio.
Por que essa noite tão calma
se por dentro minh’alma grita, faz barulho e agita?
Por que esse contraste,essa incoerência
entre uma noite tão quieta e uma alma de poeta sem paciência?
Uma simples janela pode ser meu mundo.Meu mundo pode ser uma simples janela.
Dela...vejo a lua e as estrelas que são belas,
mas não falam,nem ouvem queixumes.
As flores também são perfeitas,mas apenas exalam seus perfumes...
de jasmins...dálias...e hortelã.
Isso não é tão ruim.
Assim não me sinto tão só até que chegue a manhã.
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CARLOS SOARES

terça-feira, 11 de março de 2008

HOMENS

HOMENS

Homens fazem a história
com vergonha ou com glória
com sangue e paz.
Meio Criador,meio criatura.
Presa e predador.
Guerra e amor.
Acima de tudo sonhadores.
E jogando a moeda do cara e coroa,
do bem e do mal...
veja tudo que eles fazem:

Adão
Caim
Pilatos
Guevara
Napoleão
Lennon
Raul Seixas
Mozart
Nero
Bush
Saddam
Salomão
Evita
Gandhi
Hitler
Judas
Tiradentes
Jesus Cristo…

...e entre eles por que não?...Carlos.

Lá vão eles mundo afora
desde os tempos de outrora
semeando bombas e amores
colhendo feridas e flores.
Compondo sua história,
fortes e fracos,
mas,ainda não sabem dizer
se são homo sapiens ou simples macacos

HOMO SAPIENS OU SIMPLES MACACOS?


MEDO

MEDO

Tenho medo...
da solidão
da loucura
da morte
da má sorte
do escuro
do passado
do futuro
da doença
do punhal
do mar
do mal
da miséria
do trovão
da roda gigante
da palavra fingida
da mentira regada
da verdade esquecida
dos pesadelos que afloram
dos sonhos que somem
mas,nenhum supera o medo
que tenho do homem.
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CARLOS SOARES

MEDO


sexta-feira, 7 de março de 2008

MULHER!!!


DIA INTERNACIONAL DA MULHER/08-03-2008

VOCÊ...MULHER!

A você...
Que alguém um dia erroneamente chamou de sexo frágil.
Que sabe ser ao mesmo tempo delicada e ágil,doce e guerreira.
Valente e sensível.Que desvenda o incompreensível.
Você que nasceu Eva,mas,rebelde em si, não parou aí.
Viveu tantas outras...esteve na guerra de Helena,nas fogueiras de Joana D’arc
no enigma de Mona Lisa...foi Maria e foi Madalena.
.Você foi todas em uma. Foi uma em todas.
Ainda é mártir de todos os dias,mas tem tempo para o charme.
Você que demora a se vestir, porque a beleza é que não pode esperar .
Você que faz compras demoradas...porque gosta de desfilar.
Sim,desfilar aos olhos do homem impaciente,insensível
que não percebe que todo esse aparato visual
é um presente para ele contemplar.

Você que tem curvas misteriosas,
que parecem perigosas...mas só pra quem não sabe andar

Você que eu chamo de meu amor,
de esposa e amiga,
de mãe e de filha,de amada e amante.
Você que foi ponte para Deus enviar o Seu filho...esse foi seu maior brilho.
Você que tem a capacidade divina de transformar a dor do parto em amor.
Sua maquiagem não fere sua imagem,não é máscara.
É só um retoque no seu encanto, que nem precisa de retoque...mas você é mulher
e quer sempre mais.Tem sido sempre assim não é mulher?

A você...
Entoem cânticos, prosas e versos.
Rendam-se cantadores e poetas do universo.
As cancelas e preconceitos não foram fáceis,mulher
mas,já dizia um poeta...tudo muito fácil não tem muita graça.
Só a sua graça!!!
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segunda-feira, 3 de março de 2008

UM DIA DE NARCISO(MERGULHAR NESSE LAGO E ME AFOGAR NO MEU AMOR...NO MEU AMOR POR MIM)


RECITANDO-MINHAS NOITES SAO METADES


RECITANDO - UM ANJO SEM ROSTO


QUADRO DE AQUI JAZ UMA FLOR...COM A MEDALHA


ULTIMO DIA.RECEBENDO MEDALHA-8º LUGAR


Antes de começar.Ainda nao tinha ningue´m.Cheguei cedo demais...pra dominar o nervosismo rs rs


AQUI JAZ UMA FLOR.Eu disse nesse momento.Essa poesia fiz em homenagem `a todas as flores esquecidas.Espero que aqui nao tenha nenhuma


1º FESTIRIODOCE-FESTIVAL REGIONAL DE POESIA DO VALE DO RIO DOCE-GOVERNADOR VALADARES/MG( NA PRAÇA) RECITANDO AQUI JAZ UMA FLOR



Meia-noite,meia-luz...de inteira somente a saudade


TRABALHANDO