ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

sexta-feira, 21 de abril de 2017

OS LOUCOS ME AMAM!





Dizem que loucura e genialidade estão muito próximas, se separam por um fio tênue, invisível, mas é fato sim, na própria história tivemos gênios que destoavam dos padrões da sociedade, alguns até excêntricos. Na vida comum conheci alguns também. Há uns dois anos queria contar isso, até deixei para lá, mas ao rever o personagem na semana passada, não resisti. Tem um rapaz, quase vizinho, pouco mais velho que eu, que transita facilmente nos dois lados, é muito inteligente, debate qualquer assunto, mas tem uns momentos extremados de loucura, afora isso tem vida normal, até trabalha fazendo seus bicos. De vez em quando para, e falamos por longo tempo, sobre cultura geral. As perguntas quase sempre as mesmas: “Tem escrevido muito? Quando vai publicar mais livros para nós? ”. Eu respondo, e ele emenda: “Isso aí! A cultura não pode parar”. Quando não pode conversar, passa numa bicicleta antiga, enorme, com corpo reto, nem me olha, apenas levanta o braço e diz: “Olá, poeta. Como vai? ”. Dei a ele, livros de coletâneas em que participo, e também meu livro solo de poesias; ele considera uma coisa do outro mundo ser meu amigo, já que sou “um poeeeta, um escritoooor”, como ele diz, até levantando a voz. Fica lendo meus poemas e interpretando em voz alta perto de mim. Certa vez, aconteceu um assassinato ali perto, o corpo ficou estirado na calçada por umas duas horas, até que chegasse polícia, perícia, rabecão etc, uma cena horrorosa, que eu, claro, não fui ver, mas vi a pequena multidão em volta. De repente chegou a imprensa local, e Edvaldo logo interceptou a repórter: “Ô moça... ô minha filha, vai filmar tragédia não, vem entrevistar o poeta aqui, um escritor. Melhor que ficar mostrando uma coisa feia dessa aí”. Ela ficou meio surpresa, riu um pouco sem entender nada, mas seguiu. Ele não se conformou, segurou no braço do cinegrafista: “Ô rapaz, faz isso não. Tem cultura aqui”. O cara riu: “Você tá doido? Me larga, tenho que fazer meu trabalho”. Pois Edvaldo foi atrás, a moça teve um pouco de dificuldade para fazer a matéria, pois ele falava ao lado quase aparecendo na câmera. Por fim, ele desistiu, e voltou indignado para perto de mim com o mesmo assunto: “É por isso que esse Brasil não anda, preferem mostrar tragédia do que cultura. Eu fico nervoso com essas coisas. Deixar de entrevistar um escritor para filmar uma porcaria dessas”. Eu falei consolando-o e controlando-o: “Liga não, Edvaldo. Nós sabemos que é assim, sempre foi assim, e não vai mudar”. E ele: “Tá bom... mas eu não me conformo”.
Nem estou falando de mim, ou por mim, mas pensando bem, até que ele não está errado.
Como eu disse acima, já conheci outros como ele, até mesmo na infância quando conheci um que tinha mesmo problema sério de cabeça, mas gostava de mim... dos meninos da rua, somente de mim. Acho que OS LOUCOS ME AMAM.

sábado, 15 de abril de 2017

SENTINDO-SE TRISTE!




Ontem passei  o dia sem por os pés na rua, o dia todo dormindo ou vendo tevê. Há muitos anos não fazia isso. Foi todo mundo para as igrejas e eu viajei... para dentro de mim. Passei um dia meio triste, não quis saber de nada, mal tomei uM café puro,  almocei muito pouco, nem mesmo a cervejinha que gosto muito nas folgas, e olha que a geladeira estava cheia. Estou em paz com Jesus Cristo,  embora eu  reconheça que não fiz tudo o que Ele pregou, mas sei que as principais eu fiz e faço que são a fraternidade e a justiça. Nos momentos em que não dormi, eu chorei. Graças a Deus eu chorei... porque sou humano, quando eu deixar de chorar, estarei morto em pé.
Sei lá, uma tristeza sem saber exatamente o porquê, uma vontade não sei de quê, uma saudade de não sei o quê, mas principalmente uma necessidade de colo para encostar a cabeça.  Talvez o melhor colo seria Ele, mas acho que ontem Ele precisava mais de mim do que eu Dele... porque Ele estava sofrendo. Enquanto vi  tevê, não assisti sequer uma cena de crucificação, não gosto. Desde pequeno me incomodava ver Jesus apanhando tanto, era uma coisa que não conseguia entender, é uma imagem negativa que  marcou minha infância;  então, em dias assim  não consigo ficar feliz, apesar de que o desfecho de tudo é  lindo, ou seja, a ressurreição é amanhã, é que não aprendi a achar covardia normal. Foi bom ter chorado, eu gosto de chorar, acho bonito homem que chora, renova a gente, principalmente após assistir o filme A CABANA, do qual falarei mais adiante, e que por coincidência o último filme que eu havia assistido no cinema, há uns dez anos foi  PAIXÃO DE CRISTO,  claro, tendo o cuidado de fechar os olhos nas cenas de violência. Hoje sábado, ainda choro mais um pouquinho, amanhã estarei feliz por causa da Ressureição, mas eu gostaria de estar feliz todos os dias, que não ficasse em nossos corações apenas o emblema do feriado. Opa, teclado molhando, melhor parar. Ouçam também a música que é linda... tão ou mais linda do que eu chorando.