ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

quarta-feira, 28 de junho de 2017

NOS TRILHOS COM DEUS!


Eu gosto muito de viajar de trem, seja por segurança, seja pela paisagem que eu gosto de apreciar desde criança, embora hoje depois do que fizeram com o Rio Doce, não me dá o mesmo prazer de olhar para ele, evito até de olhar. Há uns dois anos antes do desastre ambiental eu ia de BH para Ipatinga, e no meio do trajeto, saindo de uma cidade, o trem atropelou e matou um mendigo, isso atrasou a viagem em pouco mais de duas horas, até chegar perícia, polícia, socorro, representantes da empresa etc. A maioria das pessoas ficaram nervosas, impacientes, umas tinham compromissos, outras já são nervosas por si mesmas, e como o trem ficou desligado, a água de beber ficou quente, crianças chorando, os funcionários pedindo paciência a todos, quando uma senhora já meio idosa, sentada ao meu lado, mas no corredor, disse com voz meio forte: “Calma, gente. Pensem no pobre coitado que morreu. Nós vamos chegar em casa, atrasados, mas vamos... e esse coitado que nem casa devia ter? Isso pode ter sido um livramento para nós”. Troquei algumas palavras com ela concordando. Pois bem, a viagem seguiu, quando estávamos chegando a Ipatinga, nova interrupção; devido à fortes chuvas e ventos, uma árvore gigante havia caído, tomando os dois lados dos trilhos. O chefe do trem, foi passando pelos vagões, pedindo silêncio e informando: “ Mais uma vez peço paciência a vocês. A árvore que caiu é tão grande que dois homens não conseguem abraçá-la, será preciso guindaste para retirar, não dá para cortar com motosserra, vamos demorar bastante ainda aqui. Nós precisamos levantar as mãos para o céu e agradecer, pois, estive fazendo as contas, se a viagem estivesse no horário, o trem provavelmente seria atingido e quase certo que iria se descarrilhar, e seria uma tragédia. A vida daquele coitado salvou as nossas”. Nessa hora arrepiei, senti um calafrio demorado, dos pés à cabeça, lembrei-me do andarilho que talvez tenha morrido por nós. Era segunda-feira, e no domingo eu tinha visto um folheto da igreja com uma imagem de um mendigo deitado na sarjeta com a seguinte frase: “ERAS TU, SENHOR? ”. Já no domingo a imagem havia me tocado, mas não imaginei que voltaria à minha mente na segunda-feira, e de uma forma tão real, tão impactante. Passado o minuto de calafrio, olhei para o lado, aquela senhora estava me olhando, não sei por que, mas estava. Sorriu para mim, e disse: “Não falei? ”.
Provavelmente o mendigo não fez falta para ninguém, nem devia ter família, mas penso que ele foi colocado ali para salvar a vida de dezenas de pessoas. O trem que deveria chegar às 16:00h chegou quase 21:00h. Já deitado, lembrei-me do mendigo atropelado, e perguntei: “ “ERAS TU, SENHOR? ”
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( IMAGEM internet- youtube )

sexta-feira, 23 de junho de 2017

A MIRAGEM.


Havia pouca luz no local, mal distinguia o ambiente em que eu estava: era meu quarto?... um bosque?... um pântano?... uma montanha?... ou mesmo uma rua escura qualquer? Um beco? Um labirinto? Não havia bichos, não havia ninguém, só eu naquele cenário, nem mesmo sons, nem vento. Nem sol, nem lua. Era como se eu estivesse num imenso vácuo. Só sei que não sei por quanto tempo eu estava ali, podiam ser minutos, horas, meses ou anos, minha mente estava tão sombria quanto o lugar. Também nada doía, afinal, nada sentia, apenas me intrigava a imagem que eu vi, ou quase vi, pois não consegui definir nem mesmo os contornos, a forma daquela sombra que passava ali. Por ora tive sensações, impressões, minha respiração acelerou, meu coração disparou quando tentou se aproximar de mim, mas me afastei arredio, aí sim, tive um pouco de medo mesmo sem motivo aparente, deve ser porque era algo estranho para mim. Fechei os olhos por segundos e abri para ver se conseguia focar no que via. Nada feito, parece que ficou ainda mais confusa a imagem, parece que meu ato de fechar os olhos a fez se desistir de se apresentar a mim... e foi se afastando... afastando, até quase sumir. Devagar, e sempre muito confuso, eu também dei de ombros, e quando estava a uma média distância, olhei para trás, e num flash foi quando consegui definir a imagem: a miragem que eu vi era a miragem do amor. Tentei acenar, pedindo que voltasse, mas a essa altura já se perdia na curva do tempo. Tudo bem, perdeu-se na curva do tempo, mas deixou a sensação de que poderá um dia voltar, e eu sei que o tempo é um círculo, ou um ciclo, e tudo pode acontecer a quem crê, quem sabe nesse dia estarei mais atento, menos arredio, e aquele flash vira luz permanente resplandecendo no meu olhar.
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( google )

quinta-feira, 15 de junho de 2017

COISAS LINDAS DE VER...


A gente não pode perder,
são coisas lindas de ver:
Mar balançando
beija-flor pairando
sol partindo
lua surgindo
sorriso de mulher
menino brincando
povo com fé
poesias num mural.
Jhonny abraçando o Zé
em amizade geral.
Existe algo mais bonito que uma joaninha num pé de ipê?
E um vaga-lume zombando do escuro?
A felicidade é real,
mas não está no óbvio, no concreto, em algum objeto.
O material é inseguro, morre triste,
o espiritual persiste.
Existe um mundo muito mais profundo,
não é porque é invisível que não existe.
Feliz o que vê,
mas mais feliz é aquele que antes dele crê,
pois, nas viagens que fez,
esteve lá primeiro,
e sorri mais uma vez,
ao ver que o abstrato é de fato
mais verdadeiro.

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( imagem 1wallpeper.net )