ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

SEMANA DA AMIZADE- FÊNIX


( imagem google )
FÊNIX

Sou eterno!
Não há derrota ou sofrimento
que me impeçam de viver mais um momento.
Noutro instante me torno gigante.
Quando tudo estava perdido e eu estava caído,
ressurgi.
Levantei e venci!
Quando me sentia afogando
dei mais uma braçada e pisei firme em terra.
Quando mostrava estar mudo
soltei com força meu grito de guerra.
Se um dia tive medo
no seguinte fui pra batalha,
não temia escuro, nem represália.
Se às vezes, fui fogo de palha,
noutras incendiei o mundo com meu calor.
Se às vezes fui pequeno como gota d’água,
noutras saí inundando de ânimo, esperança e amor.
Se num momento fui grão de areia,
uma coisa feia ou estranha,
noutro fui uma bela e imponente montanha.

Sou assim!
Renasço, ressurjo, reacendo!
Quando eu parecia oco,
uma casa vazia,
eu estava cheio...
transbordando de poesia.
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NOTA:Fênix era um pássaro mitológico que renascias das próprias cinzas.A diferença é que eu não sou um mito.Sou real .
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Sempre digo que o poeta é do mundo. O poeta, em tudo que escreve, mesmo sobre assuntos alheios, diversos, põe um pouco de si. Ele sempre está inserido no texto, no contexto. Pelo menos eu sou assim. Se me pedirem para escrever sobre aquela árvore, escrevo, mas deixo um pouco de mim nela. Se for sobre o rio, sobre a pedra, enfim, qualquer coisa, darei um jeito de por algo de mim. Mas acontece o inverso também. Por mais que o poeta fale só de si, se pondo como o centro de um poema, esse poema estará servindo para alguém. As pessoas entram no seu poema e adotam para si. FÊNIX, um de meus poemas mais pessoais, é um exemplo disso. Leiam isso:

"Carlos, você nem me conhecia, mas fez esse poema para mim. Você nem imaginava me ver um dia, mas esse poema é meu". Jamais esqueci o que Lenir me disse. Ela acreditava nessas coisas de telepatia, troca de energia cósmica, etc. Pensando bem, acho que eu também. Não trabalhamos muito tempo juntos, talvez uns dois anos. Trabalhávamos em horários diferentes, mas a meia hora de troca de turnos era sempre muito divertida. Não sei quem era mais doidinho. Eu? Ou ela, apesar de oito anos mais velha? Fato é que éramos muito amigos. Pediu. "Faz uma cópia para mim com dedicatória à mão". Fiz e assinei de forma engraçada, puxando o S de Soares, fazendo uma carinha com óculos, sorridente dentro desse S. Ela achou muito engraçado e disse. "Aonde eu for, esse poema vai estar na minha bolsa. E vou falar de você para todo mundo". Ela saiu antes de mim, mudou-se para Vitória. Depois vim para cá. Na época não existia internet ou celular. Mesmo assim arranjou um jeito de pegar meu novo número de fone de trabalho e quando podia, ligava contando sobre seu tratamento contra câncer. Sim, estava doente. "Carlos. Meu peitinho, tão bonitinho, estão querendo tirar. Falei pro doutor. Se ele tirar ninguém vai querer namorar comigo", e ria. "Você tem parentes aqui. É bom você vir me ver logo, senão quando chegar, não vai me ver, pois cada dia tiram um pedaço desse corpinho". Falava disso tudo sempre com muito bom humor. Ou fingia. Antes de descobrir a doença, lá nos tempos áureos, eu notava seu olhar triste, mesmo quando brincando. Tinha vivido um casamento conturbado, violento, mãe de três filhos. "Puxa, Carlos. Você parece que tem olhos de raio x. Vê a alma da gente". Com o tempo as ligações foram ficando raras, eu também andava sem tempo, quase oito meses praticamente recluso fazendo cursos. No dia em que ela morreu, acordei com sensação muito ruim, um mal estar, uma tristeza sem saber porquê. Mal cheguei para trabalhar, o fone tocou. Era para mim. Não conheço a pessoa que ligou, disse apenas isso. "Você é o Carlos? Pediram para avisar que a Fênix morreu". Não falei nada. Desliguei o fone, fui para o banheiro e chorei muito. E fiz uma oração para ela. Sinceramente, trabalhei o dia todo com os olhos lacrimejando.

21 comentários:

Everson Russo disse...

Acho que somos todos meio fenix,,,a gente sempre ressurge de alguma coisa na vida,,,algo improvavel...e concordo contigo,,,o poeta é do mundo sim,,,e o mundo e do peta tambem,,,,abraços de bom dia pra ti.

Anônimo disse...

Carlos, fiquei emocionado ao ler seu post, primeiramente pelo poema que hoje parece ter sido feito para mim, estou ressurgindo das minhas próprias cinzas e voltando a viver.
E depois pela história difícil de sua amiga Fenix.
É muito bom estar aqui de volta no seu canto sempre especial, obrigado por podermos sempre estarmos juntos nos Blogs.

Abs

franciete disse...

Olá meu querido amigo, foi pensando em você, e outros tantos iguais a você que voltei porque vos amo de coração.
Beijinhos de luz e paz

Pelos caminhos da vida. disse...

Na Semana da Amizade uma oração para os meus amigos.


Senhor, Olhai pelo meu amigo!
Que as pedras sejam removidas do seu caminho,
Que tenha forças para carregar seus fardos,

Que encontre coragem para resistir ao mal,
Que possa ver o amor em todos os seres,
Que seja abraçado pela lealdade,
Que encontre conforto e saúde se estiver doente,
Que seja próspero e saiba partilhar,
Que tenha paz cobrindo seu espírito,
Que sua mente obtenha os conhecimentos,
Que use sabedoria para aplicá-los,
Que saiba distinguir o Bem do mal,
Que tenha Fé para manter-se forte na dor.

SENHOR, Olhai pelo meu amigo!
Protegei cada passo que ele der,
Que a cada novo dia ele aceite o novo,
Que saiba alegremente comunicar novidade,
Que Vos sinta em todos os momentos
E que tenha o Vosso colo por toda a Eternidade!
Amém.

(desconheço autoria).

beijooo.

Hugo de Oliveira disse...

É bem a minha cara esse texto.


abraços
de luz e paz

Hugo

Felina Mulher disse...

Eu me sentia assim, como uma Fenix....ia e sempre ressurgia...agora acho que nao volto mais, pelo menos não a Felina.
Este post me emocionou demais, algumas lágrimas cairam por cá e por isso estou indo , borrou a maquiagem.

beijos pra ti menino beija-flor....saudades.

Mahria disse...

Carlos
Obrigado por partilhar conosco tão lindo poema, e por nos contar essa história emocionante.

P.S
Existe amizades que são como Fênix, quando parece que acabaram renasce.

P.S 2
No trabalho, entro no seu blog e deixo minimizado, ouvindo suas canções. Adoro!


Bjs
Mah

Milkshakedepalavrasdalu disse...

Amigoooo, tem promo no Milk Shake, participa!
Bjs! Lu

Wanderley Elian Lima disse...

Temos que renascer a cada dia, pois cada novo dia, é uma nova batalha que temos que enfrentar com coragem e determinação.
Abração

Sandra Gonçalves disse...

Renascer a cada queda, nunca desistir...
É isso que nos faz guerreiros...Lindo teu poema amigo.
E um texto de perder o folego.
Bjos achocolatados

Anônimo disse...

Carlos,muito tocante a sua história!Os verdadeiros amigos,mesmo distantes,tem uma ligação espiritual!Seu poema ficou lindo e tenho certeza que sua amiga renasceu muitas vezes ao lê-lo e adquirindo forças!Adorei seu post de hoje!Abraços,

Anônimo disse...

Quando a gente nasce a Fênix já esta lá esperando.
Bjs.

Rita Contreiras disse...

Carlos, permita-me dizer o que sinto nesse mundo onde quase nada de puro é permitido sem que vejam um outro sentido oculto: Você me emocionou profundamente com a poesia e com a história. Enquanto lia eu pensava na verdade de que somos todos um e que interferimos o tempo todo na vida, na alma do outro e do mundo.Mais uma vez o seu post sacia a sede da minha alma nesse momento. Muito obrigada. Que bom que nossos blogs se encontraram. Grande abraço.

mARa disse...

...chorei...

depois comento...

Beijos!

Impulsiva disse...

Nossa Carlos, que história triste, agora quem está chorando sou eu...

O poema é lindo, que pena que a sua amiga não conseguiu fazer como a Fênix da Mitologia.
É ruim perder amigos, qualquer pessoa que se tenha afinidade, convivência, admiração, amor...mas seu poema, enquanto pôde, deve ter enchido de esperança esta mulher.

Beijos, adoro suas histórias, esta, apesar de muito triste, me ensinou mais uma lição!!!

Kenia.

Secreta disse...

Passo para ler-te e aproveitar para desejar um bom fim de semana.

Pelos caminhos da vida. disse...

Já me senti assim.

Estou adorando essa Semana da Amizade.

beijooo.

Everson Russo disse...

Abraços fraternos de otimo final de semana pra ti amigo,,,

Elzenir Apolinário disse...

Adorei, Carlos, sou apaixonada pleo mito da Fênix, já fiz poema sobre ela. Um grande beijo.

EDUARDO POISL disse...

Muito legal o que você fez esta semana falando dos amigos, amigos que estão em volta, amigos que não se vê e amigos que já se foram, como a homenagem triste mais linda que fez aqui.

Abraços amigo

Majoli disse...

Nossa que triste a explicação de alguém ter sentido que "Fênix" foi escrito pra ela e ter terminado assim...chorei.

Beijos com carinho.