ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

UM MENINO E SUAS ARTES


( cantinhodaprodenise )
Gente. Considero isso uma relíquia particular. Sei lá qual idade, 12.,13 anos. Mexendo em velhas coisas minhas encontrei uma música que fiz com um amiguinho que se chamava Francisco, apelido Quita. Hoje nos EUA. Tocava violão muito bem, ganhou o seu desde novinho e aprendeu em escola de música. Era inclusive priminho de um cantor famoso da época. Só não vou citar o nome do cantor porque vocês sabem que é complicado citar nome de artista. Ele nem falava isso com muita gente. “Ninguém vai acreditar mesmo”, dizia. Nos anos 70 havia muitas baladas românticas, como os Fevers. Quando digo que era aluno mediano, sou cruel comigo mesmo. Só não gostava muito de estudar em casa e fazer deveres. Compensava ao ser muito atuante nas aulas, interativo, principalmente no tocante à arte e esportes. Eu fazia de tudo. Só não aprendi a desenhar, isso não teve jeito. Só fazia uma casinha com chaminé, algumas nuvenzinhas, um solzinho no meio das montanhas, uma vaquinha pastando. De tanto a professora dizer que eu estava sendo repetitivo, um dia fiz o mesmo desenho, com duas vaquinhas. Ela riu. “Mas você é esperto, hein? Vou dar um 8 pela criatividade”. Criativo eu era mesmo. Um dia conto como me livrei de tirar um zero, graças à minha criatividade. Adorava gincanas. Fazia fantoches, marionetes. Ia para trás do teatrinho e dava vozes aos bonecos. Até representava no palco. Fazia paródias. Inventava novas versões para estorinhas infantis. Amava sair pedindo doações nas ruas para semana da primavera. Gostava muito de trabalhos de grupo, até porque eu nunca tinha o material escolar completo mesmo. Certa vez me meti a participar das olimpíadas estudantis. Tentei maratona e corrida com barreiras. Foi um fiasco, mas praticar eu pratiquei. Uma vez, na semana dos professores fiz um texto combinando nomes das professoras com as matérias, com suas características, manias, jeito de andar, tudo rimadinho, foi maior sucesso. Elas adoraram e riram demais porque ficou muito engraçado. Gostaria de ter esse texto ainda. Eu e Quita resolvemos compor uma música que vocês verão abaixo. Tentei escanear, mas o papel estava tão velho, amarelado que desfragmentou na minha mão. Mal consegui ler minha letrinha tortinha e feinha. Alguns trechos e rimas foi fácil lembrar, pela simplicidade da letra. Agora, eu pergunto. Quem era eu, aos 13 anos de idade para falar de amor? Talvez influenciados pelas músicas melosas da época, mas ainda acho certo disparate, de tão novo que era. Será que eu me achava um rapazinho? De certa forma sim. Quita então não andava sem o violão. Escrevemos juntos, mas foi ele sozinho quem musicou a letra. Na semana das crianças não tínhamos nada de novo, era preciso algo diferente dos teatrinhos de sempre, das gincanas, das queimadas meninas contra meninos. Tinha que ter algo mais. Cada sala apresentava algo. A ideia foi dele. “A gente canta no fim da festa no último dia e a gente aproveita e canta nossa música. Nossa música vai ser a última”. Tremi. “Ah, não. Cantar no microfone não. Não dá pra mim. Tenho vergonha. Eu canto no meio de nós brincando”. Ele já meio experiente, disse. “É a mesma coisa. Você é até afinado. Só precisa cuidar para não soprar no microfone. Esperar o tempo da música, não atravessar. E mais, você vai estar me acompanhando somente. Tudo é festa, ninguém vai notar nada”. Cismado, pensei demais, uns dois dias. Acabei topando como sempre. Ensaiamos muito. Foi muito legal. Pátio cheio, a gente lá em cima. Lembro até hoje, Quita afinando violão Di Giorgio. Eu nervoso, ia ao banheiro fazer xixi de meia em meia hora, chegava lá e não saía nada. Cantamos, claro, ele mais que eu, umas três ou quatro dos Fevers, uma do Roberto Carlos, duas do primo dele, além de “Eu só quero um xodó”, “Severina xique xique”, “Alegria, alegria”, do Caetano. Em “Preta Pretinha”, arrasamos, porque até as professoras no meio dos alunos lá embaixo, cantaram. Mas arrasar mesmo foi na nossa música. Reparem como eu falo na letra que sou um adulto. Estranho, hoje vivo dizendo que sou menino. Não sou Charles Darwin, mas também tenho meu elo perdido entre tudo que já fui e fiz e tudo que sou hoje. Estive perto de muitas coisas e estive longe de muitas coisas. Nessa diversidade de sentimen tos e momentos, entre o quase tudo e o quase nada, algo não encaixou... e eu não sei o que é. Eis a letra. Não esperem, por favor, algo ao nível de Vinícius . Eu era criança, né?

QUANDO EU ERA CRIANÇA
VIVIA A NAMORAR
AGORA QUE JÁ SOU VELHO
NINGUÉM QUER MAIS ME AMAR.
CONHECI UMA MENINA NA JANELA,
COMECEI A GOSTAR DELA.
ELAGOSTOU DE MIM E O AMOR SE TRANFORMOU.
DIZEM QUE NA VIDA TUDO PASSA
EU SEI QUE O AMOR ACABOU
HOJE EU ACHO GRAÇA
PORQUE A LEMBRANÇA NÃO PASSOU.
ELA FOI COMO PASSARINHO
QUE VISITOU O MEU JARDIM
DOS MEUS BEIJOS ELA PROVOU
DIZENDO QUE GOSTAVA DE MIM
MAS PRA LONGE ELA VOOU
E A PRIMAVERA TEVE FIM.

REFRÃO...
VOLTA PASSARINHO VOLTA
O JARDIM ESTÁ DESERTO
MAS A FELICIDADE ESTÁ PERTO
NÃO ABANDONE O SEU JARDIM
VOLTA UM DIA, VOLTA,
PRA DIZER QUE GOSTA DE MIM

19 comentários:

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Bem, amigos. Bom dia a todos.Volto mais tarde.Vou ao médico, ver esse pé que melhorou bastante, estou pisando até tranquilo, mas ainda tem uma dorzinha chata. A dor das costas sarou. Um abraço a todos e obrigado pelo carinho.

Sandra Gonçalves disse...

Que fofa a musica...
Ainda bem que guardou, as vezes descartamos coisas e quando o tempo passa sentimos tanto por não te-las guardado.
São como os momsntos que vivemos...Só descobrimos que se tornaram inesqueciveis, quando o tempo passa e vivenciamos algo que nos faz lembra-los.
Mas para um menino tão novico até que vc era bastante espero.
adorei o conto real, enfim como gosto de todos.
Estimo melhoras.
Beijos ternos

maria claudete disse...

Você já prometia ...é um poeta nato, parabéns, os versos e a rima tocam o coração . Menino precoce, rs.

Anônimo disse...

Perfeita a composição dessa música: é sensível e real, mostra que somos sentimento, emoção, vida, esperança...
Adorei!
Parabéns, poeta!

Beijos e ótimo início de semana pra você.

nd disse...

Oi carlos,

Menino ! com 12/13 anos vc já sofria de amor recolhido ???heheheheh.

Recolhido quer dizer, não correspondido.

Ah meu tempo de colégio tbm foi muito legal. Ainda hoje tenho lindas recordações. Apesar de que na facul me sobraram recordações significativas. Cada época c/ suas lembranças, todas teem seu valor.

Mas para quem ainda era um menino, vcs mandaram ver....a letra é muito bonita, poderiam ter dado ao primo do Quita p/ gravar, ainda hoje ela faria sucesso,com certeza.

Parabéns poeta,

Bjs e boa semana.

Ana Cristina Quevedo disse...

Mas que gracinha de musica!
Deve ter feito sucesso mesmo. Fui lendo rapidinho pra ver se tudo tinha dado certo na gincana, vai que voce fazia xixi nas calças? kkk
Que bom que deu tudo certinho =)

Era uma vez um menino com alma de adulto, que a certa feita, cresceu rápido demais. Mais do que o corpo e o coração permitem. E decidiu voltar a ser menino. Com corpo de homem agora.

Isso dá é poesia, isso sim...

Wanderley Elian Lima disse...

Olá Carlos
Como é bom achar essas lembranças perdidas nas gavetas. É uma viagem ao passado que geralmente nos trás boas recordações.
Abração

Pena disse...

Oh, Fabuloso Amigo:
Que história mais fascinante, Daquelas de pureza e encanto da nossa meninice.
Adorei. Majestosa e perfeita das traquinices de maravilhar de então.
Parabéns. Ainda ri um bocado, mas, sinceramente, enternecedora como todas as narrações de vivências de outrora suscitam.
Eloquente e de deslumbre.
Abraço de elogio aos seus dotes de músico, vocalista e outras coisas mais. (rsrs)
Com pasmo e admiração por serem GIGANTES numa narração fantástica.

pena

MUITO OBRIGADO pela sua amizade que é recíproca. Uma honra.
Bem-Haja, extraordinário amigo!
Adorei a sua história.

Everson Russo disse...

S E N S A C I O N A L, pra quem tinha 12 anos a epoca a musiquinha ta legal,,,tem nuances legais,,,rimas e um refrão, que facilita pra gente que tenta tocar violão...rs..rs...super legal,,,,essas reliquias são da alma,,,,olha, estive olhando aqui em casa, e o computador me fez perder uma coisa simples,,,os manuscritos que eu tinha,,,eu tinha papel rabiscado pra todo lado, hoje nada,,,,engraçado né? a tecnologia é boa mas se perde uma coisa simples....e quanto a historia que te contei,,,da bola cheia de areia,,,foi veridica,,,,faziamos varios exercicios, isso era nos idos de 84, 85, eu ainda aguentava...rs..rs..rs...hoje,,,ta brabo...rs..rs...abraços, e otima noite pra ti.

Felina Mulher disse...

Toda vez que vejo a letra de uma musica e não posso ouvir o som, fico imaginando como seria a melodia...vc já nasceu poeta menino beija-flor, com 12 anos já entendia do amor...eu com 46 ainda não entendo...kkkkk...qto ao meu texto, não tive a mesma sorte que vc.

Melhorou da dor?

beijinhos.

Anônimo disse...

Carlos que coisa mais linda. Fiquei encantada com essa letra simples mas que demonstra algumas certezas para quem tinha 12 anos. Pena qque não se possa ouvir a melodia, achei o máximo,espero que estejas melhor.beijo!!

Coisa Frágil disse...

olá meu querido....

obrigada pelo comentário....adorei a musica do seu post...hehehe...

linda semana p ti...com muitos beijos em flores.

netuno artes disse...

A arte é infinita não é mesmo?,
Cores, pedras, bronze, melodias, palavras, versos, seja como for, é com a arte que nos aproximamos mais do Criador.
Grande abraço meu amigo parabéns pelo teu talento,

e . . .

muito obrigado pelo incentivo,

abçs netunianos sempre

Elaine Barnes disse...

Bem, fiquei lendo com o mesmo encanto que leio tudo que escreve e sempre encontro um fascínio pela vida e como ela é marcada por momentos inesquecíveis, pois, são bem aproveitados. Você sempre aceitou os desafios e isso elevou sua auto estima, a criatividade então não se perdeu com o tempo,mesmo que venham dores nos pés,pois,pisar na realidade para um artista as vezes machuca,aquela coisa de ganhar dindim,pagar contas,essa parte as vezes fica pesada e também dói as costas, rs.. Para um artista,escritor e poeta como você com tanta sensibilidade...Seria muito bom poder colocar muito mais do que está em sua cabeça que não para rs...Então para ordenar toda criatividade que está aí dentro vem essas coisas do físico pra te dar um tempo(opinião minha tá, tô escrevendo tudo que vem a minha mente,viajando aqui)O seu texto me encantou tanto que pude ver a cena, cada pedacinho dela. A vida foi tão boa com voc~e que colocou as pessoas certas, na hora certa pra que trabalhasse o seu dom.De nada vale um dom se não manifestado.isso é privilégio das pessoas tão especiais, tão talentosas. Parabéns pelo que é,pelo que foi e por ter dentro do seu universo interior tanto carinho para partilhar e fazer sonhar a todos nós. Montão de bjs e abraços com respeito pela sua alma.

Anônimo disse...

Que lindo..ah parece poema de adulto. Tanto sentimento, como assim? imagina esses meninos agora hein? Amei...lindo demais.
Esse Carlinhos é um garoto prodígio.
Bjokas

S.C. disse...

amei a música...belezinha

tenha um bom dia!!!

bjs

Maria Bonfá disse...

achei linda Carlos..vc já prometia . estava no sangue a poesia..parabens e cuide-se

Majoli disse...

Sabe que deu vontade de ouvir essa melodia?
Fiquei imaginando o toque do violão, a voz.
Tão bom a gente encontrar marcas de um passado em que a gente teve momentos tão felizes.
Obrigada por dividir com todos nós.

Eu amei a letra, romântcio desde pequeno, lindo isso.

Beijos com carinho meu amigo.

Cristina Lima disse...

Menino beija-flor

Sabia que eu também nesta idade escrevia umas letras de música e participava de concursos na minha escola?

Cantava lá na frente, pagava o maior mico... Mas era divertido.

História divertida, gostei muito

Bjs
Chris