ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

sábado, 30 de abril de 2011

DE TODAS AS FORMAS DE AMAR

Das perguntas que me fazem
nem todas uso a razão
porque não sou dono da verdade,
apenas do meu coração.
Quando eu faço amor?
Quantas vezes faço amor?
Onde eu faço amor?
Como eu faço amor?
Melhor jeito, melhor clima?
Papai-mamãe, mamãe em cima
beijando de frente, olhando por trás.
Eu respondo: Tanto faz!
Não sei pra quê tantas perguntas.
Quando duas pessoas estão juntas
não importa coisa nenhuma,
todas as noites merecem bodas,
por isso minha resposta é sempre uma
de todas as formas de amar...
eu prefiro todas.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

SÓ UM POETA SÓ


O que será que meu corpo clama nessa cama?
O que será que ao meu peito inflama?
O que será que meus olhos choram...
que meus poros afloram?
O que será que minha alma grita...
Que meus punhos agita?
Que me tira o sono...
que me renega, que me relega, que me assombra
que me cobre de sombras de abandono?
O que será que eu peço e não meço...
não meço a consequência, a incoerência.
O que será que me leva à displicência
de pensar que um dia terei respostas à todas essas perguntas?
Nem sempre perguntas e respostas andam juntas. Por que será?
Quando será que vou parar de perguntar o que será?

quarta-feira, 27 de abril de 2011

AVENTURAS DO CARLOS - FUSCA ENVENENADO


( imagem forumstreetsampa.com.br )
Hoje é minha folga e aproveitei para dar uma arrumada no apê, cafofo, barraco, toca, QG, como queiram chamar, mas parei no meio, só para contar mais essa. Tinha um amigo de nome Beto, muito doidão. Gente boa, só tinha defeito de exagerar nas brincadeiras, gostava de dar tapas, menos em mim. Sabia que eu não tolerava e tinha medo de perder minha amizade. Dizia. "Você podia ter nascido meu irmão. Gosto dos meus irmãos, mas eles não são como eu, como você". Eu respondia. Não diga isso. Os dedos das mãos não são iguais, mas eles são seus irmãos e pronto". Tinha uma lábia danada e sempre tinha um carro velho pra andar, apesar de ganhar pouco. Um dia exagerou comprando um fusquinha que dava dó só de ver, velho demais coitado. Parecia bateria de escola de samba chegando de tanto que batia lataria. Dizia. "Tenho uma vantagem. Não preciso de buzina, todo mundo sabe que estou chegando". Sem contar o tiros que saíam do cano de descarga. Um dia alguém perguntou. "Esse fusca anda bem, é veloz?". Respondeu. "Claro que anda. Ele é envenenado". Perco o amigo, mas não perco a piada, e falei. "Só se for envenenado de ferrugem". Só sei que o fusca era divertido no bairro, todos queriam ver, chegar perto, nem que fosse para rir, e ele achando que estava abafando. Um dia me chamou para ir a João Monlevade, uma serra imensa, mas consegui demovê-lo da ideia. "Rapaz, esse fusca não vai nem no pé da serra, está louco? Esse é carro para andar com as meninas aqui nos bairros, se pifar deixa ali mesmo". E as meninas andavam mesmo, acho mais por solidariedade ou de farra. Tinha uma que ele era afim dela e chamou-a para dar uma voltinha. "Até hoje só você não andou no meu fusca". A menina aceitou... e o que aconteceu? Faltou gasolina. Gritou. "Ô Carlos, me empresta uns vinte aí?". Eu não tinha e ele disse para menina. "Fica pra próxima, não tem gasolina". Puxei-lhe a orelha pela mancada com a menina, mas me respondeu. "Depois ela anda. Não viu nos olhos dela? Ela gostou do meu fusquinha. Esse carro tem uma magia, cara". Pensei. "Pra andar, só à base de magia mesmo". O pior foi quando fomos parados numa blitz. Veio de lá o guarda, mandou que descêssemos do carro (carro?), pediu documentos e depois de verificar, falou. "Você estava a 100km/h e a via só permite 60km/h", mostrando o radarzinho na mão. Ele olhou pro guarda. "Com todo respeito, o senhor acha que aquilo ali consegue fazer 100km/h?". E o guarda quase rindo. "Sinceramente não, mas está gravado aqui". Ele de novo. "Pois o senhor pode mandar trocar isso aí porque só estar com defeito". Entre blá blá blás, o guarda ocupadíssimo, falou. "Está bem, mas tira logo essa lata velha daqui que está atrapalhando nosso trabalho". O fusca já vinha apresentando problemas pra pegar, e não pegou. Final de tudo. Os guardas empurraram o carro até pegar. Eu nem pude ajudar, estava com punho deslocado, machuquei tirando onda de goleiro. Já andando me falou. "Fiquei chateado com o guarda". "Chateado? O cara deixa de multar, empurra seu carro e você está chateado?". Concordou. "Verdade, mas precisava chamar de lata velha? Isso doeu, cara". Respondam-me... não é para ter saudades daquela gente?

terça-feira, 26 de abril de 2011

AVENTURAS DO CARLOS- É PROIBIDO TIRAR 10!


( imagemm google )
Não vou citar o nome da instituição porque apesar do que vou contar considero uma instituição séria. Mas que aconteceu, aconteceu. Após concluir um curso de seis meses, estava eu fazendo um estágio operacional de mais dois meses, estágio esse, dividido em etapas de quinze dias, e a cada fim dessas etapas, havia uma prova, até chegar à conclusão para uma prova final, de maneira que nada adiantaria ir bem nas etapas, se fosse mal na última. Prova é assim, a gente sabe quando vai bem ou mal, e eu saí da sala bem confiante. Daí uns minutos um dos instrutores me chamou. “Acho que deu problema na sua prova, acho que vai ter que fazer outra. O chefe está lhe chamando na sala dele”. Sinceramente, gelei um pouco. Bati à porta, fui autorizado a entrar e sentar, e assim o fiz. Rabiscando alguns papeis e ainda sem olhar muito para mim, o homem falou. “Tivemos problema com sua prova, infelizmente vai ter que fazer outra”. Respondi. “Posso saber por quê?”. Agora sim, olhando direto e altivo, disse. "Você tirou 10 e não é fato comum, nem mesmo entre meus instrutores. Não posso mandar para o alto comando no RJ uma prova de aluno com nota 10, se até mesmo os instrutores têm média de 8,25 ou 8,50”. Com respeito, retruquei. “Olha, tenho dois argumentos que contrariam o que o senhor pensa. Primeiro, seria motivo de orgulho para o senhor apresentar ao seu comando a prova de um aluno nota 10, é sinal de que ensinam bem aqui. Segundo, que culpa tenho eu, se estudei, se me dediquei e superei outras pessoas?”. Irredutível, fez valer a autoridade, embora com voz mansa, afinal, por dentro vi que me deu razão. “Você nunca vai entender. Já está decidido, vai fazer outra prova. Dou-lhe a opção de fazer daqui a três dias, tempo necessário para estudar mais, pois a nova prova será mais aprofundada... ou fazer hoje mesmo”. Poxa, eu estava ansioso para voltar para casa, dois meses confinado, ia passar mais um final de semana ali? Resolvi. “Não senhor. Eu prefiro hoje mesmo”. Marcamos para de tarde e a prova estava dificílima. Matreiramente puseram coisas que eu não vi durante todo o curso. Era da mesma área, porém de uma outra esfera de atuação, que não se aplicava ao que eu ia desempenhar. Sorte a minha e mérito também é que sempre fui dado às pesquisas, à curiosidade cultural, nunca me permiti ser totalmente leigo, principalmente no trabalho, e por isso não fui tão mal assim. Tinha até questões com expressões em inglês, eu já dominava um pouco o inglês e me safei nelas. Conclusão, tirei 06 na prova que somados aos 10 da outra, deram média de 8,0, conforme o que eles queriam, conforme os “padrões”. Não briguei porque estava meio de favor lá, era funcionário de prefeitura, diária curta, não me cobraram hospedagem, e da comida pagava só 50% do valor. Em toda a minha vida escolar infanto-juvenil-adulta, só tirei um 10( numa redação). Pensei comigo desapontado. “Caramba, custo tirar um 10 e quando tiro, me dizem que é proibido?”.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

EU, ELA E A NATUREZA


Lua,
Tu que brilhas mais que eu
Empresta-me um pouco de teus raios
Para que eu entre naquela janela
e irradie para ela
O amor que sem ensaios em mim aconteceu.
Se o brilho não for visível e não perdure
porque rompeu o dia
o amor ainda é possível
peço à brisa que murmure
meu sentimento em poesia.
Mas se ela não acordar nem assim eu corro perigo
Passarinho é meu amigo
Vai pousar em sua janela
E bem alto vai gorjear
o amor que sinto por ela.
Nosso amor é assim. Tudo conspira, tudo inspira.Tudo se ajeita.
Mesmo distante é presença, é certeza.
Sintonia perfeita...
Eu, ela e a natureza.

domingo, 24 de abril de 2011

A GRUTA ESTÁ VAZIA. ENTÃO É PÁSCOA!



"ESTÁ CONSUMADO"
=
"A GRUTA ESTÁ VAZIA.ROUBARAM O CORPO DELE.
NÃO, MADALENA. ELE RESSUSCITOU, COMO HAVIA NOS PROMETIDO
=
" JESUS VIVE. FALEI COM ELE HOJE
=
"TOMÉ,TOMÉ. CRESTES PORQUE VISTES,MAS BEM AVENTURADOS OS QUE NÃO VIRAM,MAS CRERAM
=
"E EU ESTAREI COM VOCÊS ATÉ O FINAL DOS TEMPOS"

sábado, 23 de abril de 2011

NÃO HÁ VAGAS ( repostagem )


Particularmente não gostei muito da reforma ortográfica. Acho que ela beneficia quem não gosta de estudar. Estudei num tempo em que mesmo nas provas de matemática, se a gente escrevia errado, a professora tirava meio ponto. Isso forçava o aluno a procurar escrever de forma correta. Peguei o hábito de consultar o dicionário e o faço até hoje. Cresci sabendo quem eram Castro Alves, Olavo Bilac, Drummond, Monteiro Lobato, Cecília Meireles, Casimiro de Abreu, Guimarães Rosa, Lúcia Casassanta, Eça de Queiroz, Stanislaw Pontepreta, José de Alencar, porque éramos induzidos à pesquisa e à leitura. Hoje não vejo essa preocupação nas escolas. Até vemos professores abnegados, mas o sistema não. Algumas mudanças até acho que não alteram muito, como o fim do trema, por exemplo. Mas outras, como o acento de “pára”, do verbo parar , é simplesmente ajudar os acomodados. Que profissionais estaremos formando? Não se trata apenas de escrever correto dentro do novo padrão, mas de induzir, de forçar à pesquisa, ao raciocínio. A língua de um país é um patrimônio a ser respeitado ao nível da própria bandeira. Por outro lado sei também que quem fez as mudanças tem intelecto e competência para isso.
Acabei me lembrando de uma pequena peraltice do bem que fiz na sexta série. Por coincidência, a professora naquela semana havia batido muito na tecla, sobre a letra H, no verbo haver. Ainda frisava brincando, “não confundam com expressão ‘a ver’, porque não tem nada a ver ”. Assim acabou ficando fixo na minha cuquinha. Eu e mais dois amiguinhos voltando da escola, avistamos na porta do escritório de uma grande empresa, multinacional mesmo, o seguinte aviso bem grande: NÃO Á VAGAS. Meu colega perguntou se estava errado. Falei. “Claro que está. Me empresta canetinha vermelha”. Escrevi bem grande debaixo do aviso. “NEM PARA UM “H”? O guarda da empresa viu e correu atrás de nós. Minhas pernas que eram magras correram demais. Ficamos à meia distância, provocando-o na certeza de que não nos pegaria. Jamais conseguiria, era gordo demais. Só restou a ele ficar esbravejando: “Seus pestes. E não voltem aqui para atrapalhar”. Eu respondi: “Atrapalhar? Estamos é ajudando essa empresa que não sabe nem escrever”. E gritei. “Ôôôô vergonhaaaaa!”. E saímos correndo porque ele vinha de novo. Daí uns dias passamos lá em frente, de olho no guarda, claro, e o aviso estava lá, mas modificado como deve ser no bom português: NÃO HÁ VAGAS.
Contamos para professora Dona Janice, ela riu muito e nos parabenizou. “Vocês prestaram um grande serviço à língua portuguesa. Estou orgulhosa de vocês. Continuem vigiando”. Com certeza, algum grandalhão da empresa leu, deve ter achado engraçado também e mandou consertar. No fundo me senti um pouco orgulhoso, sabendo que “colaborei com a língua do meu país”.
Vez em quando, quando vejo em grandes jornais impressos ou mesmo na internet algum erro grave, vou no “fale conosco” e mando email informando do erro. O bacana é que eles reconhecem e agradecem. Não fico fixado nisso, mas alguns são gritantes e o próprio computador tem correção ortográfica. Então escreve errado quem quer.
Alô, Dona Janice: Continuo vigiando, mas infelizmente no Brasil ainda NÃO HÁ VAGAS para a cultura.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

SEMANA DA LIBERDADE - JESUS CRISTO


( IMAGEM google )
Propositalmente, por se tratar da semana da liberdade, deixei para falar de Cristo no dia de hoje, que é claro, acaba sendo triste pelas cenas que a gente vê, mas a gente não sabe que esse foi Seu maior momento, ou seja, entre a dor e o pedido do perdão por nós. Além de tudo que Ele ensinou, além de ser o Filho enviado de Deus, de ser o Messias, Jesus foi um psicólogo, um filósofo, um antropólogo, um Homem inteligentíssimo e ninguém falou de liberdade como Ele. Como diz uma música bem antiga de Antônio Marcos, "não cursou nenhuma faculdade, mas na vida Ele foi doutor". Sim, nasceu com sabedoria pronta. A palavra liberdade assim a grosso modo, lembra libertar alguém de amarras, grilhões, algemas, de celas, mas Ele não falou só dessas prisões. Falou de desigualdade, de injustiças, de prejulgamentos, de mesquinharias, inveja, egoísmo e outras prisões terríveis nas quais nós mesmos nos jogamos dentro. Vou dar alguns exemplos dos adjetivos que vinculei aos tantos que Ele já tem. No caso de Madalena, Ele sugere que aquele que nunca tivesse errado, atirasse a primeira pedra. Quando viu o lugar vazio, ainda Perguntou a ela. "Onde estão os que te acusavam?". Foi um tapa de luva na hipocrisia, ficaram sem argumentos e só lhes restou, se afastarem. No caso do rico que Lhe perguntou como fazer para alcançar o reino dos céus, Ele disse. "Vende tudo que tem e segue-me". O homem abaixou a cabeça e foi embora. Ora, não é pecado ser rico, Jesus só quis testar a avareza dele. Na passagem em que os soldados procurando um motivo de prendê-lo como subversivo, perguntando se é justo pagar impostos, mais uma vez a sabedoria. Mostrou uma moeda e perguntou. "De quem é o rosto da moeda? ". "De César", responderam. E Ele completou. "Então dê a César o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus". Quando O acusaram de transgredir leis de Moisés, Ele respondeu. "Não vim para mudar as coisas, vim fazer cumprir as profecias". Não dá para citar todos os exemplos aqui, o texto ficaria extenso demais, sem contar as parábolas inteligentíssimas e contundentes. Foi (e É) o Rei e jamais se portou como tal. Lavou os pés dos discípulos para dar exemplo de humildade. Apanhou no rosto, foi cuspido e xingado e em nenhum momento blasfemou. Questionado... "se És o Filho de Deus, porque não salva a si mesmo?". "Quisesse eu agora, meu Pai mandaria uma legião de anjos em meu socorro, mas esse não é o propósito". Ressuscitado, mostrando as mãos perfuradas, Disse a um Tomé desconfiado. "Crestes porque vistes. Feliz é aquele que não vê, mas crê". Eu diria: Que vergonha, Tomé! Você esteve com o Homem, conviveu com Ele e ainda desconfia? Cada frase ou resposta pronunciada por Jesus tinha e tem sempre um toque para despertar a gente, sempre um puxão de orelhas. Portanto cuidemos para não sermos novos Judas, nem Pilatos, nem Tomé. E lembremos o que ele frisou muito entre os Dez mandamentos: "Amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo".
"VINDE A MIM AS CRIANCINHAS. O QUE FIZERES A UM DESSES PEQUENINOS É A MIM QUE ESTARÁS FAZENDO"

quarta-feira, 20 de abril de 2011

SEMANA DA LIBERDADE- ASAS DE UM POETA


( música VOA LIBERDADE- JESSÉ )

ASAS DE UM POETA
Quando alço voo,
quando meu canto entoo,
eu sou o que quero ser.
Abro as asas da liberdade
sem medo de o sol derreter.
Os temores somem
nenhum susto me afeta
Sou passarinho, sou menino, sou homem.
É lindo o voo de um poeta.
Sou Peter Pan,
sou Ícaro, sou Don Juan.
Sou amante, sou amado, sou príncipe encantado
Sou sol, sou céu, sou mel, sou hortelã.
Sobrevoo arco-íris e montanhas
não corro perigo
o tesouro eu quero ver
a sorte me acompanha
até o sol é meu amigo
ele não vai me derreter.
Sou o que quero, o que penso,
mas às vezes sou puxado por alguém
que me lembra que mutuamente sou Carlos
e que vivo na terra também.
Volto para casa, recolho minhas asas, sujeito-me à cidade
até que um novo dia resplandeça em poesia
ensaiando um novo voo nas asas da liberdade.

terça-feira, 19 de abril de 2011

SEMANA DA LIBERDADE- TERCEIRO MUNDO ( ZÉ GERALDO )


Vai ficar para trás na primeira curva
um saco de sonhos e ilusões trazidas
do tempo distante, do olhar confiante,
barreiras vencidas.
A nossa certeza nas frases sonhadas saídas do peito.
Mas como é cego e profundo este terceiro mundo
que deixa sem força, sem corda e sem jeito
Como é cego e profundo este terceiro mundo
que deixa sem força, sem corda e sem jeito
Eu precisava ouvir agora da minha janela
O som da cidade na flauta mais doce sonata mais bela.
Eu só não contava com as cartas marcadas
os planos desfeitos.
Minhas asas cortadas, a mente cansada
o corpo sem força, sem corda e sem jeito.
Minhas asas cortadas, a mente cansada
o corpo sem força, sem corda e sem jeito
Vai ficar a distância marcando o silêncio
retalhos de todas as noites vividas
sorriso forjado, encanto quebrado
em cada partida.
O caminho da volta trilhado nos versos
compondo a História.
Mas que mistério profundo este terceiro mundo
Tão frio e incerto, metade da glória
Que mistério profundo este terceiro mundo
Tão frio e incerto, metade da glória
Eu precisava ouvir agora da minha janela
o som da cidade na flauta mais doce sonata mais bela.
Eu só não contava com as luzes deixadas
no palco desfeito.
Minhas asas cortadas, a mente cansada
o corpo sem força, sem corda e sem jeito
Minhas asas cortadas, a mente cansada
O corpo sem força, sem corda e sem jeito

ZÉ GERALDO. O CARA É BOM!!!
///////////////////////////
A estrada é longa, mas ficar parado é que não dá. O importante é quando você tiver a sensação de que chegou ao fim dela ou próximo disso, possa olhar para trás e ver que semeou coisas boas.Senão a caminhada não terá valido a pena. Mesmo que o terceiro mundo seja cego, cruel e profundo.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

SEMANA DA LIBERDADE- "VAI PASSAR" ( CHICO BUARQUE


Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade
Essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais

Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações

Seus filhos
Erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma
alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)

Palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear

Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório
geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório
geral
Vai passar

1986 © - Marola Edições Musicais Ltda.

http://www.vagalume.com.br/chico-buarque/vai-passar.html#ixzz1Juliux2S
///////////////////////////////////////////////////////////////////////
Chico Buarque pôs muita gente pra pensar nesse país

domingo, 17 de abril de 2011

SEMANA DA LIBERDADE- PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES ( VANDRÉ )



Já que entramos na SEMANA DE TIRADENTES, nada melhor que falar de liberdade do que através da música, principalmente dos anos 60, 70. Acho que foram os anos mais produtivos de nossa música. Essa sim, uma juventude que fez as coisas acontecerem. Geraldo Vandré, foi preso no camarim do teatro, após a apresentação dessa música num festival. Era bem criança, mas me lembro de algumas coisas, além de gostar de pesquisar. Vandré não mais falou de música, mesmo anistiado depois, talvez por desgosto. Foi bloqueado e se bloqueou. Como disse Gandhi: " A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência". Essa música foi a mais forte, mas Vandré tem outras belas composições, como "Aroeira" e "Disparada", que foi uma das campeãs de festival. Ironicamente, uns quinze anos depois, a música virou hino das DIRETAS JÁ, mas o grande autor já estava exilado em si mesmo. E muita gente ganhou dinheiro com ela. Espero que ele tenha pelo menos recebido direitos autorais, já que o direito de falar e cantar, lhe foi negado. Gosto muito de arte, de qualquer tipo de arte. Poesia, música, teatro, dança, pintura, desenho, grafite, charge, mímica, palhaço, etc etc etc. A arte é expressão da alma, a arte é a forma mais bonita de alguém se expressar e a maior liberdade que temos é o pensamento. Sempre digo a alguém mais jovem. "Não se prive do seu pensamento. É a única coisa que ninguém pode lhe tirar". Talvez seja uma pequena frustração minha: não ter um microfone para dizer algumas coisas. Coisas diferentes. De maneira que pudesse abrir o coração e a mente das pessoas. Vou fazendo o que posso com a minha poesia.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Paulo Diniz - I Want to Go Back to Bahia.wmv


I don't want to stay here
I want to go back to Bahia :||

Eu tenho andado tão só
Quem me olha nem vê
Silêncio em meu violão
Nem eu mesmo sei porquê

De repente ficou frio
Eu não vim aqui para ser feliz
Cadê o meu sol dourado?
Cadê as coisas do meu país?

I don't want to stay here
I wanna to go back to Bahia

Via Intelsat eu mando
Notícias minhas para "O Pasquim"
Beijos pra minha amada
Que tem saudades e pensa em mim

I don't want to stay here
I wanna to go back to Bahia

http://www.vagalume.com.br/paulo-diniz/quero-voltar-pra-bahia.html#ixzz1JVUBNxDV
GRANDE PAULO DINIZ
/////////////////////////////////////////
VOLTANDO PRA BAHIA. DOMINGO ESTAREI LÁ.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

AVISO AOS BLOGONAVEGANTES

Olá, amigos. Depois de tudo que o Brasil passou (sim, foi uma dor a nível de Brasil), infelizmente ou felizmente, a gente tem que usar o velho jargão popular: A VIDA SEGUE. Não os estou visitando porque estou cuidando de algumas coisas muito importantes que não podem ser adiadas, e o tempo anda curto. Amanhã mesmo preciso ir ao RJ, para outra coisa importante, que é exame médico trabalhista de rotina. Logo, logo estarei visitando meus bons amigos do blog, este blog que também é muito importante para mim, mas sei que os amigos sabem esperar. Saudades de todos. Volto logo. Beijos e abraços

sábado, 9 de abril de 2011

"EU VOS DEIXO A PAZ... EU VOS DOU A MINHA PAZ".


Senhor, Pai do Amor e da Sabedoria.
Nesse momento difícil...
Dá-nos...
Discernimento para compreender
Humildade para não dizermos heresias nessa hora
Forças para renascer e amar a vida
Compreensão para com o próximo
Tolerância e paciência se houverem conflitos
Justiça, igualdade, fraternidade.
Conforto às mães do Rio de Janeiro.
Perdão para o infeliz que provocou tanta dor,
pois, só ti, Senhor, tem o verdadeiro dom do perdão.
Coloca em nós, Senhor, o dom divino de perdoar.
Seca minhas lágrimas, Senhor.
apascenta Tuas ovelhas,Senhor.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

LUGAR DE CRIANÇA É NA ESCOLA

Certíssimo. Na escola, na igreja e no esporte. Acostumado a postar casos de meu tempo de escola, ia postar mais um hoje bem alegre, mas diante do que vi na tv ontem, é impossível. Tentei fazer esse texto há umas semanas, mas ele não saía coeso. Hoje saiu, ainda não coeso, mas duvido que depois de ontem, alguém diga algo coeso, todos estão perdidos, sem saber o que dizer. Vou tentar. A própria sociedade não é coesa, a sociedade é uma colcha de retalhos, não há um sentimento de vida coletivo, e sim, individual, onde todo mundo tem que ser o primeiro, correndo nas raias da loucura. Não existem vários tipos de violência, a violência é uma só, apenas muda de roupa. No meu tempo de menino, o máximo que a gente tinha era revólver de espoleta, e aqueles que não podiam comprar, como no meu caso, faziam seu próprio de madeira. UM dia as autoridades entenderam que armas de brinquedo levavam â violência e proibiram seu comércio. Concordo, claro. Mas ao mesmo tempo, outras armas foram colocadas nas mãos das crianças, em forma de games violentos e também em forma de culto ao Diabo, e elas passam horas e horas na frente dos computadores. Os pais e mães por sua vez não têm tempo, precisam trabalhar, pois o capitalismo selvagem não espera, e assim os filhos ficam com as babás eletrônicas, vulgo pcs e tvs. No meu tempo as crianças eram mais fortes, mais felizes, tinham mais amigos, pois viviam na natureza, viviam jogando bola e pique esconde. Eu mesmo vivia com dedão do pé e joelhos esfolados. Uma senhora do posto de saúde aonde eu ia quase toda semana fazer curativo, dizia. "Você de novo, menino?". As crianças de hoje são frágeis, porque não são preparadas para as adversidades, para a derrota, e sim para a vitória a qualquer custo, como diz uma música dos Mamonas: "O importante é competir, mas te mato de porrada se você não ganhar". Uma das causas da tragédia de ontem, pode ter sido o bullying, como se isso fosse prática só de hoje. No meu tempo tinha e muito. Quem mais sofria eram os meninos negros e gordos. Evandro me disse. "Você é o único que não implica com minha gordura". Eu respondi. "Fique perto daqueles idiotas não. Têm inveja porque você passa de ano com facilidade. Fique perto de quem gosta de você. Ele disse. "Então vou ficar perto só de você". Não tenho contato com Evandro mais, mas sei que se tornou um grande dentista.
Os pais e professores precisam instruir esses meninos de hoje a lidar com essas coisas, parar de blindar demais, isso só causa fragilidade. Não se trata de achar um culpado nisso tudo, mas penso que o que houve ontem é um problema de toda a sociedade. Gosto muito de comerciais, mas está passando toda hora, um comercial
de mil e uma futilidades, onde a mulher aparece chamando o homem de porco, sujo, folgado, babão. É uma grande empresa, mas não foi feliz nesse comercial. Esse tipo de coisa causa afastamentos, separações, uma disputa idiota homem versus mulher, sendo que um precisa do outro. E mais, a propaganda é mentirosa, o homem está cada vez mais vaidoso. Nas novelas, o pai lê jornal na sala enquanto a filha transa no quarto. Se o pai hoje der uma palmada no filho, vai preso. Uma de minhas professoras dizia que a família é a célula ovo da sociedade. Mas não tem mais família. Então também não tem mais sociedade, tem um monte de gente correndo um pra cada lugar, só que o buraco final é um só. O que me preocupa é que estamos nos acostumando à dor, essas coisas vão ficando normais.Nos realitys violência verbal. Há poucos meses, um universitário de BH, matou o professor porque este o reprovou. O motorista mata o outro porque esbarrou no seu retrovisor.Na Bahia, poucos dias atrás, um menino de doze anos matou o coleguinha por causa de um brinquedo e o enterrou no quintal do sítio.Junte tudo isso e bata num liquidificador, leve ao forno e terá um grande bolo: o bolo da violência. A vida não está valendo nada. As diferenças do que houve ontem para o que vemos no dia a dia, são só duas: choca mais pela quantidade de pessoas mortas de uma só vez... e claro, porque são crianças. Honestamente eu ainda não parei de chorar.

sábado, 2 de abril de 2011

TARDES DE ABRIL


Eu sabia
que eu não estava morto, nem vazio, nem frio.
Que dentro de mim habitava um querer, um ser
com um sentimento a brotar.
Que em minhas veias corria um rio caudaloso
intenso, generoso, ansioso por regar.
Eu tinha certeza que ainda havia o romantismo
escondido nas gavetas do meu peito
que andou mesmo meio sem jeito
por não ter a quem entregar.
Ah... eu sabia
que o ocaso não é um acaso;
Precisamos passar para resplandecer em aurora
como me sinto plenamente agora.
Eu sabia que o amor não havia acabado.
Estava só guardado, estancado
como numa represa que você abriu
naquelas tardes de abril.
O rio dentro de mim encontrou o mar.
Abrace-me porque agora eu vou deixar jorrar.
///////////////////////////////////////////////////////////////////////////