ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

SEMANA "AVENTURAS DO CARLOS"- QUANDO UM NÃO QUER, DOIS NÃO BRIGAM. E QUANDO OS DOIS NÃO QUEREM, MELHOR AINDA

Já falei de Jaiminho aqui, que nossas famílias foram as primeiras a se mudarem para o bairro, etc. Só que ele me perturbava demais. Naquele dia estava pior, havia perdido para mim na birosca, no finquinho e no baralho. Aí não me deu sossego. Certa momento, de cabeça cheia, dei-lhe um empurrão dizendo “sai pra lá. Ele pensou que o havia agredido e me deu um soco... e mais um. Revidei, a gente se atracou e rolava pra lá, rolava pra cá, meninada gritava atiçando, até que vendo que ia perder feio para ele, fiz igual mulher: apelei para unhada e puxão de cabelo. Acontece que ele considerou que perdeu para mim, pois as marcas de unhas ficaram feias no seu rosto por vários dias e acabou sendo piada na escola e no bairro. Ele passava ao longe dizendo. “Vou te pegar, nem que faça cem anos”. A partir daí andei cismado, pé atrás com ele. Quando o via eu já ficava de punhos fechados para não ser pego de surpresa. Evitava ao máximo, procurava passar do outro lado da rua e ele sempre me olhando, como uma fera espreitando a presa. Se estava com a turma e ele chegava, eu já saia para evitar bate boca. Um dia não teve jeito. Lá vinha ele andando decidido, reto em meu rumo. Entreguei a bola pro Luizinho e falei. “Segura aí que acho que vai ter confusão”. Já chegou dizendo. “Carlos, quero falar com você”. Fiquei de prontidão, com uma perna apoiada mais atrás, a outra firme à frente e punhos fechados rs rs, parecendo o 'Sylvester Stanalona'. Ele se aproximou mais, eu me afastei. Ele insistiu, pôs a mão no meu ombro e falou. "Carlos, estive pensando. Como nós somos bobos. somos tão amigos, moramos de frente pro outro,crescemos juntos e não nos falamos há quatro anos. Dá aqui um abraço, amigo". Fiquei entre surpreso e emocionado. Surpreso porque logo o Jaiminho, tão rude, tão tapado, peralta o tempo todo, vivia fazendo armadilhas e pegadinhas, falando de abraço, de perdão, de amizade? E ao mesmo tempo emocionado porque nos quatro anos passados eu tive vontade de tomar a mesma atitude, só não pensava que ele fosse aceitar. Vivia com medo dele, pois sabia que ele não perderia outra briga para mim, ainda mais agora ambos com dezesseis anos, ele estava um negro ainda mais forte. Ele insistiu me vendo de boca aberta e olhos surpresos. "Vai me dar o abraço ou não, pô?". "Claro", respondi correspondendo. "Um abração no meu amigo para sempre". Essa foi minha única briga na vida. Mas como me serviu! Às vezes deixamos de dizer as coisas às pessoas, seja por timidez, seja por orgulho, medo talvez, e carregamos pequenas mágoas, totalmente tolas. A gente vive adiando e nem sempre a vida nos dá uma segunda chance de dizer essas coisas, e essas velhas farpas e arestas muitas vezes acompanham as pessoas até o túmulo. Aí bate a velha dor de consciência, quando um simples "me desculpa", ou "está perdoado", resolveria tudo. Isso sim é a verdadeira evolução humana, não a da competitividade, mas a da reconciliação sempre. Essas coisas não são externas. Ou estão dentro de você, ou não estão. Tudo que se constroi de material é muito frágil, passageiro, tudo isso ficará para trás um dia, mas as relações, essas sim, são fortes, intensas. O abraço é uma coisa muito doce, mas ao mesmo tempo muito forte. A graça de um sorriso desmonta trogloditas. Se o vulcão é intenso, a flor também é. Tem uma frase que o que ela tem de batida, tem de verdade: "Vivendo e aprendendo". Esse episódio me serviu para a vida, pois acabei aprendendo com uma pessoa muito menos letrada que eu, a dar uma segunda chance às pessoas e a mim mesmo. Tenho certeza que pelo menos de minha parte desfiz todas as arestas ao longo da vida. Meu túmulo terá no máximo um corpo inerte, isso é da lei divina, mas mágoas não caberão.

Gostaria de fazer a "SEMANA - AVENTURAS DO CARLOS", mais divertida, mas ando meio aborrecido. Agora são 03:15h de 07-11-2001.

12 comentários:

Secreta disse...

Nem sempre estamos predispostos a muitas aventuras...
Beijito :)

Everson Russo disse...

Sylvester Stanalona foi otimo,,preparado pra briga,,mas senti uma pontinha de medo...rs..rs..rs....eu teria corrido logo...rs..rs..rs...meu lema,,,mais vale um covarde vivo que um heroi morto...rs..rs...abraços de bom final de semana.

Hugo de Oliveira disse...

Te desejo um ótimo final de semana, luz e paz.

Paula Barros disse...

Esta história é sempre uma boa reflexão, principalmente no início do ano, tempo de tomarmos atitudes diferentes, de fazermos diferente.

abraço, bom ano!

Amor disse...

oi menino obrigada pelo convite,muito legal e original a ideia,e como a vida ensina né,Carlos?

eu tbm ja aprendi muito..beijos menino!

Dja disse...

ola, amore, coraçãozinho meio apertado? agoniado? logo passa, vc vai ver e ficou divertida ri, me vendo em vc nessa situação, pq quem de nós já não teve essa mesma atitude diante do outro, de não tomar uma atitude achando que o outro não ia estender a mão, e me emocionei tbm, acho q nós Carlos, estamos meio assim ... assim ... huhum... beijocas, ótimo final de semana. tenho q mudar aquela musica q eu tava cantando e cantar assim,... Ando tão a flor da pele, q até os textos de Carlos me fazem chorar ... rsss

Sandra Gonçalves disse...

Como sempre seus textos me emocionam, me divertem e me ensinam. Parabens ...
Bjos achocolatados

chica disse...

Uma história que pode fazer pensar...Legal! abração e lindo fds,chica

Elzenir Apolinário disse...

Carlos, eu acredito muito em que as pessoas possam mudar de verdade. Ainda tenho um olhar otimista sobre o ser humano. Mas elas tem que querer realmente. Forte abraço.

espaço esplendoroso disse...

Olá menino...
Que bom quando olhamos para trás e vemos que estamos sim vivendo e aprendendo nesta vida. Nossas aventuras se tornam saudáveis e trás um crescimento pesoal.
P.S Olha só,inspirada nos amigos(as)poetas que venho conhecendo através do blog, resolvi fazer um blog de poesia. Não sou escritora e nem poeta, mas aprecio muito a poesia, gostaria de postar em meu blog, poesias de amigos, se vc gostaria que publicasse uma sua pode enviar para este email. iedasiver@hotmail.com. Desde já agradeço. Abraços.

Machado de Carlos disse...

Vivendo e aprendendo. Quero ser sempre seu amigo, Carlos! Conhece aquele ditado? - Se não podemos com o adversário é bem melhor passar para o lado dele. (Risos!...)

Um abraço!

Feliz postagem!

Majoli disse...

Bem, gostei do título.
Pra dizer a verdade, conhecia só o começo:
"Quando um não quer, dois não brigam."
Essa outra, nunca ouvi...gostei.
Bem, eu, infelizmente carrego uma mágoa bem profunda dentro de mim...bem que eu gostaria de dar um abraço nessa pessoa e poder esquecer o que passou.
Tomara que um dia isso aconteça.
:(

Meu querido amigo, se não estás bem pra fazer uma semana divertida, saiba que a semana que está fazendo está sendo real.
De que adiantaria ser divertida, se por dentro você não está alegre, né masmo?
Mas logo tudo estará bem, creia.
Beijos com carinho no teu ♥