ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

MINHAS NOITES SÃO METADES


( imagem brancoepreto.blogs.sapo.pt)
Meu quarto tem fantasmas por todo lugar.
Dentro do guarda-roupa, nas gavetas
debaixo da cama, pairando no ar.
Uns zombam de mim, outros até brincam comigo.
Alguns mais recentes, outros bem antigos.
Já nem assustam tanto, mas incomodam
podam um novo amanhã.
Quando criança se me assustava,
mamãe mandava rezar.
Só que os fantasmas são incríveis, se adaptam à idade.
Minhas noites são metades.
Metade pra eles, metade pro sono.
O copo d’água noturno não sacia minha sede
e pra não sentir abandono nessa noite deserta
e talvez me livrar da rede da qual sou presa,
deixo sempre a porta aberta.
Quem quiser que entre...
Abrace-me, beije, ame... inflame.
Espero que não saia, mas se sair, deixe a luz acesa.
Quem sabe eu pense que é o sol invadindo a janela, beijando meu rosto
um passarinho saliente me chamando a sorrir de mentira novamente,
até que volte a noite, com fantasmas e seus açoites
com o bêbado que titubeia e não diz coisa com coisa pra ninguém,
com o vaga-lume que vagueia com luz própria,
embora inconstante e é feliz,
com a coruja desconfiada piando não sei pra quem.
E se as noites são metades, eu também sou.
Um pouco bêbado, um pouco vaga-lume.
Um pouco coruja piando pra ninguém.
Até aprendi a conviver com fantasmas,
e se eles me perturbam tanto,
às vezes zombo deles também

23 comentários:

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Acho tão bacana a comunidade do blog, perguntando se estou bem. Estou bem sim,gente.
É que esses dias resolvi fazer uma homenagem à noite. Tanto que hoje postei mais um poema noturna.bjs e abraços a todos

Anônimo disse...

Ainda bem que vc explicou. Já ia perguntar. É que a gente se preocupa com os amigos Carlos.
Agora, que quarto é esse heim?! Ave Maria não quero conhecer não!rsrsrsrsr
Bjs querido.

Everson Russo disse...

Meu amigo, que isso? as palavras com toda certeza faltarão pra comentar esse poema, aqui estou de pé para apaludir e dizer que me encaixei perfeitamente nele, tambem ando dividindo as noites com fantasmas, com aquelas coisas que só em nossas cabeças habitam, minhas noites tambem são metades, incompletas, fico eu vagando junto deles...forte abraço, tenha um dia de paz e mais uma vez, parabens pelo poema...super show....

Anônimo disse...

"Até aprendi a conviver com fantasmas,
e se eles me perturbam tanto,
às vezes zombo deles também " ...rsrs, por favor, ensina-me a zombar deles também. Sim, senhor, madrugadas em claro e inspiradoras para nosso amigo poeta!

Abçssssssssssssssss e tuuuuuuuuuuudo de bom

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Obrigado,Fátima e Adriana.Vocês são ótimas.
Caro Everson, percebi que você é um poeta noturno. Ando meio noturno também ultimamente. Na verdade, esnobo a insônia, que estava sumida, mas agora parece que resolveu deitar ao meu lado de novo. Depois passa. Ser aplaudido por alguém tão sensível e inteligente, é uma honra para mim.
Entre esses fantasmas, a insônia.Mas como disse, até tiro proveito dela, pois escrevi minhas melhores coisas em noites em claro. Bom para a saúde? Não. Mas é preço que o poeta paga. E eu gosto. Um abraço

Anônimo disse...

Amigo poeta, passei no blog faces de mulher e li as palavras carinhosas que escreveu a meu respeito. Obrigado, muitíssimo obrigado.

Abçs

mundo azul disse...

_________________________________

Todos nós, Carlos, temos nossos fantasmas... Alguns mais teimosos, outros menos. Penso que é sensato, fazermos amizade com eles, para que a convivência seja construtiva...


Adorei o seu texto!


Beijos de luz e o meu carinho...

________________________________

maria claudete disse...

olá Carlos, obrigada pela visita e pelo comentário. Considere-se feliz por nas noites insones conviver com os "seus fantasmas". São projeções como esta que ajudam a compreender e resgatar os nossos medos.Abraços .

Passanger disse...

Muito maneiro esse texto, as vezes me pego cercada de fantasmas e outros seres tbm, mas trato logo de exorcizá-los !

Beijos,
Anita.

Paulo Tamburro disse...

CARLOS, seus textos são, absolutamente profissionais.

Parabéns!!!

Convido para que conheça meus blogs de humor;COMO ERA FÁCIL FAZER SEXO, HUMOR EM TEXTO E FOTOFALADA.

Basta clicar no meu nome, mas devagar pois, sou reumatico(RSRS)


Um abração, carioca!

Paula Barros disse...

Ah, a escrita...elas nos ajuda e nos faz companhia, não é mesmo Carlos?

E nela somos inteiro e somos metade, e somos um pouco do que sabemos de nós e muito do que estamos descobrindo.

Uma descrição que concordo sobre os fantasmas - "podam um novo amanhã". Ele podam o amanhã, assustam o futuro que fica sempre passando por nós.

Seu poema é inquietante para quem entra nele e nele se vê em alguns trechos.

Um belo poema, intenso e forte.

Renata de Aragão Lopes disse...

Lida tão bem com eles
que, de repente,
até lhes ponha medo! (risos)

Um beijo,
doce de lira

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Renata Lopes. Que pena, não consegui lhe visitar para retribuir a visita. Só para leitores convidados. Mesmo assim obrigado pelo comentário.Volte sempre
obrigado também Claudete,Princesa,Paula Barros. Pela atenção e carinho

Hugo de Oliveira disse...

É a primeira vez que passo por aqui e vou ficar, gostei muito do seu blog é muito rico tudo que existe por aqui.

Já sou um seguidor.


abraços

Hugo

Majoli disse...

Minhas noites são metades, já muito delas eu vivi, quero dizer ainda vivo de vez em quando, mas bem menos do que antes.
Adorei esse pedacinho aqui:
"Quem quiser que entre...Abrace-me, beije, ame...inflame
Espero que não saia, mas se sair deixe a luz acesa."

Ficou lindo por demais, meus parabéns por tão belo poetizar.
Beijos e linda noite pra você.

Luciano Braz disse...

Rapaz ... que show !
Parabéns, cada palavra aqui postada foi devorada na leitura.
Parabéns mesmo, prendeu minha atenção.
Abraço a você e seus amigos !

Luciano

Denise disse...

Eu que hoje brinco com os meus,criando com eles uma especie de trato.
Não os incomodo,desde que me incomodem o menos possivel.

E que possam ir embora quando eu os mandar,apenas para que eu ache,que tenho um certo poder sobre eles,afinal são meus,e espero não tenham criado vida propria.
Ah como espero.

Lindo demais aqui.
Vim agradecer a visita e os comentários

carinho
Denise

Úrsula Avner disse...

caro poeta, muito interessante seu texto, expressivo, bem escrito. Muitas vezes fantasmas nos rondam e querem nos intimidar, ás vezes somos nossos próprios fantasmas. Um abraço e obrigada pelo carinho.

EDUARDO POISL disse...

Lindo texto Carlos, me vi nele também.

De tudo ficaram três coisas...
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que podemos ser interrompidos
antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!

Fernando Sabino

Hoje passei pra deixar um poema para refletir e desejar uma semana linda com muito amor e carinho.
Abraços.

Anônimo disse...

Acho que com o tempo, aprendemos a zombar dos fanstamas, realmente...
Muito interessante o seu post. Faz pensar e imaginar junto contigo todas as sensações...
E sobre poemas noturnos, nada melhor do que a noite para inspirar os melhores pensamentos.


Beijos, Carlos, boa semana pra ti.

Everson Russo disse...

Meu amigo poeta, passando pra te responder que realmente sou muito noturno, sou madrugante como diz a Bandys ser tambem, voce deve conhece la, senao, passa la, www.esconderijodabandys.blogspot.com - vale muito a pena, mas enfim, a madrugada é um misterio a ser desvendado, sempre que ela começa e a gente apaga a luz pra dormir vem aquele turbilhão de emoções, não faço a menor ideia do porque, mas o interminavel silencio das estrelas é estrondozo na cabeça da gente, a solidão da lua que na realidade é a nossa solidão, eu penso que quando a gente, ao menos eu, rs,,rs,,,fecho o olho pra tentar dormir, é como embarcar rumo a o infinito, ao horizonte, é definitivamente mergulhar nos misterios, não so da noite, mas de nós mesmos...meu amigo, a honra é toda minha ter sua presença diaria no Livro, ter seus comentarios, ter encontrado sua amizade e sua poesia...forte abraço e tenha um dia cheio de inspiração e paz...

nd disse...

Amigo Carlos,

Considero a note, uma grande aliada dos poetas.Não que eu esteja me incluindo nesta categoria,longe de mim, apenas escrevo algumas coisas que me veem á mente, mas não me considero poeta.
Mas até essas pequenas coisas que escrevo, é na madrugada que elas chegam á minha mente. Tbm como vc, minhas noites são metades, durmo pouco, nunca antes das 2 da manhã e acordo cedo. Me acostumei desde os tempos de faculdade, pq eu sempre esperava que todos dormissem para começar a estudar e ai era como se minha mente se abrisse e tudo eu aprendia com muita facilidade. Adoro o silêncio da madrugada, é inspirador. Qdo criança, morria de medo da noite, dos fantasmas, da escuridão, hoje, tudo isso é uma realidade em minha vida e gosto de conviver com isso.
Sempre digo que, se eu trabalhasse durante a noite, eu renderia bem mais.

Um grande abraço e fica na paz.

Sonia Schmorantz disse...

Quando se vive tantas histórias, nossa vida tem muitas eras, e o que mais tem nos armários da nossa casa são fantasmas...
abraço