O namorado, por morar
muito longe, tinha dificuldades de vê-la com frequência, isso a fez ter vontade de conhecer alguém mais
próximo, e utilizou-se do meio mais rápido... as redes sociais. Antigamente os
encontros se davam nos parquinhos, na porta do cinema, durante o recreio.
Coisas da modernidade. Ela não perdia tempo, e numa das tantas redes sociais das quais participava, acabou conhecendo um rapaz que lhe parecia interessante, pelo
menos as conversas eram agradáveis. As fotos dele também a agradavam. Marcaram encontro numa cidade próxima, ao pai ela disse
que viajaria a trabalho e voltaria no dia seguinte. Chegando lá, de longe viu o
rapaz com os trajes descritos por ele, ela pensou: “Bom sinal. Não disfarçou a roupa como todos
fazem”... inclusive ela estava de roupa diferente da que combinara. Achou-o até
bonito, não muito diferente das fotos publicadas na rede, cumprimentaram-se com
beijinhos no rosto como de praxe, conversaram um pouco ali, antes de partirem
para comerem pizza com vinho, como combinaram tanto no bate papo. Quando começaram a andar, uma pequena
decepção; ele estava de moto, ela simplesmente detestava moto, mas vai fazer o
quê? Quem sabe nasceria ali um grande amor? Vale o esforço de andar na moto.
Pediu: “Vá devagar, por favor “. E
sugeriu: “Conheço uma ótima pizzaria aqui perto”. A isso ele não respondeu,
apenas ligou a moto, e ela subiu. De repente,
ela viu que a moto parecia se afastar da cidade, e confusa perguntou: “Para aonde você está indo? As pizzarias ficam
no outro sentido”. Ele não respondeu, e cada vez mais saía da cidade, com a
velocidade um pouco maior. Cada vez mais o desespero dela aumentava, e dizia: “Por favor, volte pra cidade, você está indo
para a rodovia... não combinamos isso...
pare... pare... pare pelo amor de Deus!”, mas ele nunca respondia,
apenas guiava sabe-se lá para que lugar. A moça sentiu calafrios, pensou estar
nas mãos de um bandido, começou a chorar na garupa, implorando que ele parasse, que voltasse à cidade. Por
fim, depois de andarem uns cinco kilômetros rodovia afora, com tantos gritos
sofridos, ele parou, ela desceu em prantos, pedindo: “Por favor... não me faça mal. Sou filha
única, cuido de meus pais, eles precisam de mim. Eu lhe dou dinheiro. Ele a
olhou: “Por que parar? Você está maluca? Não quero seu dinheiro, menina. A
gente não marcou um encontro? Não flertamos todo esse tempo? O que você queria
então?”. Enxugando o rosto, ainda
trêmula, muito nervosa, ela disse: “Pensei
ter conhecido um rapaz legal, um amigo, pra quem sabe, ser um
namorado. Para onde estava me levando?” . Ele ironizou: “Namorar? Você é maluca mesmo. Não parecia ser
isso que você procurava nos nossos papos na net. Eu estava indo para o motel. A
gente ia transar, depois comeríamos a pizza... ou não vamos mais?”. “Desculpe...”,
ela respondeu, e completou: “Não era
minha intenção sair para motel. Poderia me levar de volta?”. Nesse momento, ela
percebeu que toda a gentileza dele
mostrada na rede social, era fachada, máscara de tantos outras pessoas. Ele
montou na motocicleta: “Levar de volta?
Você me fez andar quase cinquenta kilômetros para vir até aqui, e me dar um
não? Volte a pé, dondoca! Assim não faz mais hora com cara de ninguém”. Ligou a
moto e saiu em disparada, e ela chorou mais uma vez. Já passava das 21:00h,
numa rodovia escura, com muita sorte pegaria um carona. Carona? Mais um risco a
correr. Quem sabe algum ônibus. Estava com sorte, não demorou tanto assim,
conseguiu uma carona, voltou ao centro da pequena cidade, mas nem quis ver rua,
procurou logo um hotel para se recolher, e pensar na besteira que havia feito, além
de relaxar, naquela noite, ela não dormiu, chorou um pouco mais, abraçada ao
travesseiro. Lá pelas tantas, sentiu vontade de ligar para o namorado, queria
ouvir a voz dele, mas ao abrir a bolsa, viu que estava sem o celular, pois
tinha o hábito de às vezes não levar, para que ele não ligasse
perturbando. E mais uma vez sentiu vergonha de si mesma.
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Baseados em fatos reais. O rapaz da motocicleta, felizmente não
era um estuprador, era apenas um homem
grosso, indelicado, nada cavalheiro... mas a história serve para todos como
lição... tanto para mulheres, como para homens. Cuidado com redes sociais, muita gente já morreu por isso
8 comentários:
Boa noite amigo Carlos...
O que posso dizer?
Simplesmente demais seu texto, seu escrito.
Muito bem elaborado, e com um conteúdo de edificação na questão de ser um alerta.
E conseguiu fazer isso de uma forma muito dinâmica...
Espetacular!
Beijos de sua amiga Fernanda Oliveira
Interessante e muito atual sua postagem , Carlos .
Já ouvi várias pessoas contando histórias semelhantes .
Sua escrita é boa em qualquer gênero .
Beijos
É amigo... Sempre vale a pena alertar cabeças sem juízo. Internet é mesmo faca de dois gumes.
Bjão!
Pode ser que tenham aprendido a lição. Existem sérios risco nas amizades da Net.
Pessoas mal formadas que usam e abusam dos outros...
Aqui tem aparecido várias notícias com algum paralelo - semelhança.
Bom dia grande poeta!!!
Como já vi o filme, entendi o recado e muito bem colocado.
bjs e excelente final de semana
Ritinha
Esses relacionamento virtuais, são extremamente perigosos, pois as pessoas costumam usar muitas máscaras.
Há de se tomar muito cuidado.
Abraço
Um bom alerta para os encontros virtuais.
Atual,verdadeiro e um recado bem atual para os dias em que vivemos.
Um bom final de semana.
Bjs
Oi Carlos!
Que jovem burra! em plena era da informática, televisão falando de tudo, cair nessa.
No meu tempo, a gente seguia os conselhos dos pais e tudo dava certo.
Não é saudosismo, é não querer ser mais esperta do que os outros e ainda enganando o coitado do namorado.
Tenho certeza que ela nada contou a ele. Como será após o casamento?
Eu pelo ao menos nunca aceitei traição. Traiu vai dormir no quartinho do fundo.kkk
Beijos
Lua Singular
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