ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A LENDA DO PRÍNCIPE QUE QUERIA SER SAPO - PARTE FINAL ( atendendo a milhares de pedidos rs rs )


Vários dias se passaram depois que a fadinha se foi, o brejo voltou ao normal, o coaxar dos sapos, a gruta escura e um príncipe solitário lá dentro. Não, nem tudo estava normal. O príncipe olhou sua imagem no fundo da lagoa e chorou mais uma vez. Sentiu falta dos tempos em que era um rapaz galante, de seus pais, de sua vida comum, incomodado com aquela forma estranha, o instinto humano gritava dentro de si. Estranhamente começou a se lembrar da fadinha também, uma espécie de saudade que não sabia explicar, sentiu falta dela, dos poucos minutos em que se falaram, pode ser que o toque da varinha não tenha surtido efeito, mas o seu toque de mulher parecia ter agido nele, embora imperceptível naqueles momentos. Nem sempre os toques mágicos estão num varinha de condão, às vezes estão no olhar, no jeito de falar, o fato é que o príncipe sentiu vontade que ela voltasse. “Mas ela não vai voltar, fui muito enfático com ela”, pensou em voz alta. “Mas e se eu for atrás dela? Ora, mas nem sei onde ela vive”. Um velho sapo veio do fundo da gruta. “Ouvi toda a tua história, caro amigo. Desde o dia em que apareceste aqui senti algo diferente, vi que não eras um sapo normal, eras um sapo elegante, com requintes de nobreza. Vá... procura a fada! Não és sapo, és homem! Existe todo um reino precisando de ti, estás sendo egoísta, porque não estás proibindo o amor somente a ti mesmo, mas o teu próprio amor àqueles que precisam de ti. Só sapos sabem ser sapos, príncipes sabem ser príncipes”. Ele olhou para o velho e sábio sapo: “ É verdade. Perdi o amor daquela moça antiga, mas não perdi a capacidade de amar. O amor está dentro de mim”. E perguntou: “Mas o amigo sabe onde encontro a fadinha?” O velho sapo respondeu: “Claro que sei! Existe um vale encantado, o vale das fadas. Ande quinze léguas rumo ao nascer do sol, conte sete montanhas, quando estiver no topo da sétima montanha, avistará o vale das fadas. É um lugar lindo!”. O príncipe disse: “Pois sairei amanhã de madrugada”. Virou-se para o velho sapo e novo amigo: “Como você sabe disso tudo?”. Já retornando para a gruta, sem olhar par trás, respondeu: “Porque eu também sou sapo por opção, eu também fui príncipe, hoje estou velho e arrependido. Não roubes de ti a própria juventude. Lembra-te: Não és sapo, és homem!”.
O príncipe saiu logo cedo, andou vários dias, parava pouco para descansar à beira de alguma lagoa ou riacho, e quando estava na terceira montanha, pensou: “Como o amor é difícil!”. Mas a voz do velho sapo ecoando dentro de si... “Não és sapo, és homem!” , o impulsionava a seguir, afinal, é preciso merecer o amor, buscar o amor. Por fim, quando galgou a última montanha, avistou o lindo vale onde várias fadinhas brincavam. Esqueceu-se do cansaço, foi pulando até lá, procurando a fadinha Lili, entre tantas outras, mas nem precisou procurar muito. Ela o avistou e veio ao seu encontro. “Não sabes o quanto estou feliz de te ver, Príncipe! Não imaginas o quanto torci para esse momento, pensei em voltar ao brejo, mas não fui autorizada pela fada mãe, pois acima da mágica tem que estar o desejo, e teu desejo naquele momento era ser sapo”. Olhando a linda fada, ele respondeu: “Pois agora desejo muito ser príncipe!”. Ela se abaixou, pegou-o, dizendo: “Vamos até minha cabana”. Chegando lá, colocou-o num banco, ficou fitando-o, até que ele comentou: “Não vejo sua varinha”. Ao que ela respondeu: “Não preciso de varinha... não para essa mágica. Só preciso de um beijo”. E beijou-o. Fechou os olhos e esperou alguns segundos. Quando abriu, estava à sua frente um belíssimo rapaz ( qualquer semelhança com o autor é mera coincidência rs rs ). Pensou: “Que desperdício, um homem lindo desse virar sapo!”. Com esse pensamento, ela percebeu que estava voltando a ser mulher. Ele a abraçou em gratidão, fitou-a nos olhos, e teve certeza: O amor estava ali. Pediu-a em namoro. Beijaram-se longamente... loucamente. Foram até a fada mãe que abençoou a união, tirou dela os poderes de fada, permitindo-lhe uma última mágica: Foram juntos até o brejo, e transformaram o velho sapo em homem de novo, que se tornou além de grande amigo do Principe Adrian, um dos padrinhos do casamento. E o reino voltou a sorrir.

12 comentários:

Unknown disse...

E a felicidade completou esta história encantadora.

Andam por aqui tantos sapos que seria milagre se mudassem alguma coisa ...

Anônimo disse...

Que dizer desse conto, mais que conto de fadas, as vezes ao contrário, as vezes tão fadas.
Uma história cheia de lições de vida, e emoção.
Carlinhos encantada com seu conto de fadas!
bjks doces

Anne Lieri disse...

Ai,que lenda mais linda!Li a primeira parte e já passei a segunda!Um conto de fadas, do jeito que gosto!Bjs e boa semana!

Cristina Lima disse...

Ah, Menino Beija-flor, que honra e emoção dedicar-me esse final...

Ninguém quer ser sapo para sempre... Todos merecem uma segunda chance, principalmente o leitor que muitas vezes quer mudar o final da história...

Ah, mas essa fadinha já estava com segundas intenções... Que história é essa de convidá-lo para ir a cabana? Rs

Mera coincidência, hein? (continua o mesmo)

Abraços

Chris Amag

Everson Russo disse...

E que assim seja meu amigo,,,que a felicidade sempre esteja presente,,,abraços e uma bela noite pra ti.

Anônimo disse...

"Y el reino volvió a sonreír", Precioso relato Carlos.
Me gustó leerte, te dejo un fuerte abrazo.

Everson Russo disse...

Uma bela tarde pra ti meu amigo...abraços.

Vera Lúcia disse...


Oi Carlos,

Claro que li a lenda toda. Adoro estas lendas/contos com final feliz e recheadas de mensagens.
Quer dizer que qualquer semelhança do Autor com o príncipe é mera coincidência? (rsrsrsr)
Adorei ler.

Abraço.

Evanir disse...

Querido menino demorei mais aqui estou.
Lindo conto de fadas muito real por sinal.
Um feliz feriado beijos no coração,Evanir.

JoeFather disse...

Gostei muito mesmo! O amor prevaleceu!

Abraços renovados.

Estrela disse...

Que lindo conto!
Senti-me criança novamente, mas percebi que essa história se destina, principalmente, aos adultos. Bjus!

Hugo de Oliveira disse...

Que final maravilhoso. Lindo.

Gostei amigo.

abraços