ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

terça-feira, 23 de agosto de 2016

A VERDADE SOBRE AS FADAS.


De um lado do mundo, um menino que amava plantas e flores, ficava o tempo todo ao redor da mãe, cantarolando e cuidando do jardim e da horta, ele sentado na terra, empurrando o carrinho de madeira, parecia que se completavam naquele quintal. Ele também cuidava, pedia que ela o deixasse regar já que plantar ele ainda não sabia, evitava o jato d’água, fazia sempre o chuveirinho com a mangueira para não “machucar” as flores. Amava ver as borboletas e abelhinhas em torno delas, o beija-flor que vinha, sugava e partia feliz, deixando a flor igualmente satisfeita; sim, a flor e o beija-flor têm uma parceria de amor, são mútuos, ele se sacia de seu mel e ela adora ser sugada. Do outro lado do mundo, distante apenas geometricamente, mas próxima em sentimentos, uma menina praticamente vivia o mesmo cenário e mesma parceria com sua mãe. Era uma menina normal... pensando bem, não era uma menina normal, até gostava de bonecas, de brincar de casinha, de rezar, estudava, como todas as meninas... mas um dia ela deixou meio de lado tudo isso, e era sempre vista com uma flor na mão. Ao mesmo tempo, a mãe dava falta do algodão nas gavetas, e se perguntava: “Como está sumindo todo o algodão se nem ao menos usei uma vez sequer? E essa menina que deixou as bonecas e não larga as flores? ”. Nada demais nisso, flores são sempre agradáveis de pegar, cheirar, mas sobre o algodão era uma incógnita. Mães têm instintos, alguma coisa estava acontecendo com a filha, e passou a observá-la de longe. Um dia chegou caladinha por trás, pé ante pé, e viu a menina colocando tufinhos de algodão dentro das flores. Talvez fosse brigar, mas não brigou, pode ser que a delicadeza da cena a tenha tocado, e perguntou: “Filha, por que está colocando algodão dentro das flores? ”. Com simplicidade e ternura infantis, a garota respondeu: “Porque dentro das flores moram as fadinhas e lá dentro não tem travesseiro para elas”. Qual mãe não choraria após ouvir isso? Abraçou-a, chorando aquele choro bom por reconhecer a sensibilidade da filha. O tempo passa, dizem que as paralelas caminham lado a lado, mas um dia se encontram no infinito, isso é lei da física, até discutível, mas nas relações humanas isso é certeiro: um dia as paralelas se encontram. Dizem também que as borboletas são fadinhas, acho que são sim, deve ser por isso que elas ficam voando em volta das flores, com certeza cuidando das fadinhas que lá dentro estão. E quem sabe? Talvez aquela menina colocando algodão dentro das flores, fosse uma fadinha já evoluída, cuidando das fadinhas que ainda estavam por despertar.
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( imagem galeria.colorir.com )

3 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Lindo... Maravilhoso.

Beijo

Vera Lúcia disse...


Conto muio lindo e regado a ternura.
Amei!

Abraço, Carlos.

Roselia Bezerra disse...

Boa noite, amigo Carlos!
Bonita criatividade!
Bjm muito fraternal