ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

quarta-feira, 29 de julho de 2015

PAREM DE OFENDER OS ANIMAIS


Estava a Mãe Natureza, que como todas as mães nunca para, cuidando de seus afazeres, observando se estava tudo certo com a fauna, com a flora, quando de repente avistou um bando de bichos de espécies diversas se aproximando, e ela já os recebeu afetuosamente: “Bom dia, meus queridos. O que desejam? Que visita inesperada!”. A porta-voz era a Coruja, que já foi dizendo. “Bom dia, Mãe Natureza. Nós, os bichos temos algumas queixas a fazer”. A Mãe acolheu: “Sentem-se, meus filhos amados. Mas queixa de quê? Tenho certeza de que Deus e eu fizemos tudo perfeito para vocês, mas falem à vontade”. A Coruja disse: “Eu sei, Mãe. A senhora é perfeita mesmo, mas nossa queixa é contra um animal racional chamado Homem”. A Mãe natureza franziu a testa preocupada: “Ah, o homem. Sempre dando trabalho. O que foi desta vez?”  A Coruja respondeu:  “Tudo que ele faz de errado e feio põe a culpa na gente. Vou deixar cada um falar e a senhora vai entender. Diz aí, Porquinho”. O Porquinho se levantou chateado da vida: “Quando o homem não toma banho, o outro diz que ele parece um porco”. Agora é a vez da Maritaca: “Quando alguma mulher fala muito, ou faz fofoca, dizem que ela fala igual Maritaca”. Aí surgiu a cobra: “Quando o homem vai se referir à traição, diz que o outro age como cobra”. A vez do Burro: “Se um homem faz algo várias vezes e não dá certo, chamam-lhe de burro”. A Anta também reclamou: “Eu também sou muito citada nesses casos”. O Jumento pertinho aproveitou para emendar: “Se alguém é teimoso, dizem que ele é empacado igual jumento”. A Lesma, a Tartaruga e o Bicho Preguiça falaram quase juntos:  “ Se alguém é mole na vida, comparam logo com a gente”. “Quando um deles não é simpático, dizem ‘fulano de tal é igual Porco Espinho, ele não tem lado’, disse o Porco Espinho bravo pra danar. A Coruja emendou:  “E por aí vai, querida Mãe. Eles quando brigam e querem desabafar ou ofender, chamam um ao outro de... ‘seu cavalo’... ‘sua vaca’... ‘seu cachorro’... ‘sogra é igual cascavel’... ‘a vizinha é igual uma galinha’... ‘malandro igual uma Raposa’. Quando cometem crimes hediondos dizem, ‘isso não é gente, isso é um animal’. Vê se pode isso, Mãe Natureza? O Homem não sabe que nós bichos, agimos por instinto, e não por maldade, não conhecemos os sentimentos mesquinhos que ele tem, não matamos por esporte ou por troféu, vivemos da água, do ar, das plantas, seguimos um ciclo natural que recebemos, não destruímos o meio em que vivemos. Será que Deus não podia ter dado a inteligência para nós bichos?”. Quando viu que terminaram, a Mãe Natureza disse. “Vocês estão certos, mas prestem bem atenção no que vou dizer. Embora Deus tenha dado a inteligência ao Homem,  Ele ama muito  vocês todos, pois são puros, são obedientes a Ele. O Homem decepcionou Deus, recebeu esse mundo todo verde, completo, repleto de vida, com águas cristalinas, com fartura, sem muros, para que vivessem sem inveja, sem ganância. Quem dera se o Homem fosse como os animais, aí sim, seria uma bela e justa comparação, e o planeta estaria mais bonito, estaria salvo”. Os animais se sentaram, aquelas palavras também os entristeceram. A Coruja, tristonha, falou de novo: “Tem muito mais, Mãe. Nossas penas, nossos couros, nossas peles, continuam enfeitando sapatos, bolsas, casacos, chapéus. Estamos nas passarelas, nos carnavais, estamos na moda... mas mortos”. A Mãe respondeu: “O Homem pensa que é inteligente, mas é ignorante, destrói a própria casa. Querida Coruja e demais filhinhos, eu lhes digo. Deus não vai fazer nada contra o Homem, o arrogante tropeça sozinho. Sabem aquele lugar que antes chovia e agora é deserto? Sabem por que onde era deserto agora inundou? Já é o castigo, já são as consequências do que o próprio Homem causou. Mas ele um dia terá que prestar contas a Deus. Deus vai perguntar ao Homem: Cadê o Planeta que Eu lhe emprestei? Portanto, filhinhos, não se envergonhem de serem animais, agradeçam por não serem racionais”. Os bichos se levantaram um a um, cada um mais orgullhoso por ser um animal amado de Deus. E todos voltaram às suas vidas. O Porquinho foi chafurdar-se na lama, a Preguiça demorou três horas para subir na árvore. O Jumento empacou onde bem quis, a Anta continuou desligada, a Maritaca cantou que é uma beleza... e assim por diante... e a Mãe Natureza sorriu.

5 comentários:

Ivone disse...

Amigo poeta, muito lindo seu belo conto, bem assim, amo a natureza e fui pela terceira vez a Manaus para poder conhecer melhor a vida bem pertinho da natureza, nas outras vezes que fui chovia tanto e os passeios foram adiados, mas dessa vez consegui ir fundo, fui pelo Rio Negro ao encontro das águas do Rio Solimões, conheci as aldeias indígenas, o Boto cor de rosa, e tudo o que o passeio pode me oferecer, as comidas típicas, enfim...
Foi lindo, mas me decepcionei ao ver como são expostos os animais para deleite dos turistas, eu como turista vi tudo, peguei uma linda preguicinha no colo, mas senti uma pena imensa da bichinha, também dos lindos macaquinhos, eles divertiam os turistas mal avisados que até bolachas recheadas davam a eles, nossa, fiquei meditando sobre isso tudo e vi que não há mais jeito, as coisas estão num ponto que não há saída, por isso escrevi aquele poema, amo colocar minha alma em tudo o que escrevo, assim como você o faz por aqui e amo te ler!
Abraços meu amigo, vamos torcer para que haja algum dia alguma conscientização!

chica disse...

Que lindo final e tomara a natureza possa sorrir! abração praiano,chica

Cidália Ferreira disse...

Bom dia Carlos

Que texto maravilhoso!! Parabéns amigo!

Beijos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/


Edjane Cunha disse...

Que beleza.
Conseguiu persobificar a natureza e a fez se portar como uma verdadeira Mãe, amorosa, compreensiva e conciliadora. Mãe também do homem de quem espera coerência, embora que tardia, mas única chance de salvar esse planeta lindo que Deus nos emprestou.
Beijo no coraçao

silvioafonso disse...

Gostei muito do blog, por
isso resolvi segui-lo.

Um abraço.



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