ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

MORTE IDIOTA OU VIDA IDIOTA?



O que é a morte senão apenas um nivelamento de todos nós? Os orientais convivem melhor do que nós, ocidentais, com essa situação, têm uma aceitação maior, não que eles tratem a morte com frieza, é que eles tratam a vida com inteligência. Alguém já viu um japonês apressado ou nervoso? Os ricos pensam que o dinheiro blinda, e o dinheiro não blinda ninguém. Até blinda na vida, blinda de glamour, de high society, tapete vermelho, mulheres em volta, carrões etc, mas não blinda contra a morte, e cada vez mais me certifico de que somos todos iguais. O rico nunca pensa que vai morrer, bate uma invulnerabilidade   psicólogica nele, aí o cara entra num carrão e não põe o cinto de segurança. Os carros importados de hoje atingem velocidade semelhante a aviões de pequeno porte, e nós nem temos estradas para tanto. Os dois ocupantes da frente tiveram ferimentos leves... porque usavam cinto. Lamento pelo rapaz que morreu por ser um jovem, devia estar feliz e a família com certeza está sofrendo, mas MUSICALMENTE  falando, para mim não morreu ninguém, eu não vou chamar o cara de gênio só porque morreu, eu nem sabia direito quem era, lamentei muito mais a morte do Fernando Brant, esse sim, um poeta, e infelizmente não tive tempo de fazer um texto sobre ele, devido a muito trabalho e estudos, graças a Deus. Não vou chamar de mortes prematuras, não sou eu quem define isso, eu chamo de mortes provocadas, anunciadas, evitáveis. Alguns exemplos: Evaldo Braga, ídolo negro dos nos 70, um dos poucos que bateram Roberto Carlos na vendagem de discos ( na época era mais difícil ainda ganhar do Roberto), morreu numa madrugada batendo de frente com uma carreta. Roberto Batata, jogador do Cruzeiro, em 1976, numa região de muita neblina, no sul de Minas, também morreu num acidente... de madrugada. Denner, jogador da Portuguesa e do Vasco, muito habilidoso, cheio de propostas para jogar no exterior, morreu com vinte e poucos anos, também na estrada... de madrugada. Edvaldo,  jogador do Atlético Mineiro, do São Paulo, e da seleção brasileira, foi outra morte estúpida aos 27... de madrugada. Sempre nas madrugadas. Esse eu senti muito, era meu amigo de infância, estudamos juntos do 2º ao 4º ano, e três semanas antes de morrer, tivemos essa conversa no balcão do aeroporto de Ipatinga, onde eu trabalhava. Ele ficava conversando comigo enquanto esperava suas bagagens, era um cara endinheirado, porém simples. Eu brinquei: “Pô, Edvaldo. Você tinha que jogar é no Cruzeiro”. Ele riu: “Coisas da vida, né? Dei sorte no Atlético. Agora do São Paulo não saio mais, o presidente do Cruzeiro é muito pão duro”. E completou: “Puxa, cara. Estou numa correria, preciso parar com isso”. Pensem numa cidade de 230 mil habitantes chorando, eu nem tive coragem de ir ver. Em todos esses casos, não usavam cinto de segurança. Existem mortes provocadas também na aviação. É o empresário dono de avião que  fica forçando a barra para o piloto pousar em aeroportos com tempo fechado, é o próprio  piloto às vezes quer mostrar que é o bom, enfim, essas são apenas algumas situações de imprudência. Fernandão, ex jogador do Internacional de Porto Alegre, morreu de helicóptero , 01:00h da manhã, indo de uma fazenda para outra, um voo de dez minutos, debaixo de muita chuva. Por que não dormir e voar no outro dia? Eram apenas dez minutos. Mais uma vez, um caso de invulnerabilidade psicológica. Bom é o Fernando Brant que morreu sem violência, em paz... como um poeta merece morrer. Eu não tenho medo da morte, tenho medo de morte violenta, um tiro, uma facada, um acidente de carro, sei lá, e se pudesse escolher a forma de minha morte, eu escolheria assim: Deitado em minha cama, numa noite fria, enroladinho na coberta, e no outro dia, já acordando do outro lado. E que meus bens materiais não gerem briga... e que minha poesia seja motivo de júbilo para aqueles que realmente me amaram.
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( imagem ndig.com.br )

5 comentários:

PAULO TAMBURRO. disse...

CARLOS,

que postagem robusta!!!

Não restou nada para comentar e sem nada, fico então com a famosa frase do dramaturgo Oscar Wilde: " A morte é tal a chama de uma vela de se apaga cansada e exausta de si mesma".

Nada mais metafórico e correto concorda?

Parabéns por mais esta que nos brindou.

Um abração carioca.

Cidália Ferreira disse...

texto muito bom, complexo para mim. tenho medo da morte, da maneira como podemos morrer!!
Pois vai fazer 6 anos em setembro que lidei com chamas vi a morte à frente gritei por socorro que morria ali e ninguém me salvava. Conclusão foram só 35% do corpo queimando... apesar de tudo sou feliz, tenho dias.há coisas piores.
Isto para dizer, felizes os que morrem sem darem por ela. Tenho medo até da palavra morte.

Beijos, bom fim de semana.

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

António Je. Batalha disse...

Acho que não merece a pena ter medo da morte visto ela ser um caminho que nos leva para a glória, não! não tenho medo da morte, claro que também não vou à procura dela sei que todos temos o nosso dia e enquanto aqui estamos há que viver com prudência e fazer o que nos compete.Temos o hábito de dizer morte e essa palavra parece medonha, eu lhe chamo de passagem, caminho, porta ectr.
Gostei bastante do texto.
Agradeço as suas palavras.
António.

Ivone disse...

Amigo poeta, também penso assim como você, se eu puder escolher como morrer quero morrer como meus pais, eles diziam que se merecessem morreriam de forma leve e rápida, tiveram ataque cardíaco, morreram em casa, minha mãe primeiro, depois de dez anos, meu pai e da mesma forma!
Não tenho medo de falar em morte e nem medo dela,mas que há pessoas que a atraem e morrem assim, tragicamente!
Abraços meu amigo, sigamos em frente!

Edjane Cunha disse...

Texto muito forte, porém verdadeiro e oportuno. A imprudência ceifa muitas vidas, todos os dias e qual a razão disso? A pressa.Pressa de quê? Pressa pra onde? Além de todos os acidentes que foram citados no texto, citaria ainda muitos outros envolvendo artistas que saem de um show de madrugada e pegam estrada, todos cansados e com sono, quando poderiam dormir e viajar no dia seguinte, mas existe a pressa que sinaliza a urgência de outro show. É lamentável ver pessoas tão jovens morrerem dessa forma.