ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

domingo, 31 de março de 2013

UM TOQUE FEMININO



Lá pelos meados dos anos 80, anos coloridos, cabeça a mil, coração também, cabelos enrolados, ideias também, tentando encontrar meu elo perdido, muito intenso em tudo, eu nem distinguia sábado de segunda-feira, para mim era tudo igual, eu trabalhava no aeroporto de Ipatinga, e era a única coisa que levava a sério. Resolvi ser inconstante com a vida porque ela também havia sido comigo, acho que estava me vingando um pouco de tudo... mas, nunca deixei de ser poeta, isso é da essência, e tenho certeza de que foi isso que me sustentou naquela confusa, difusa, doce e louca juventude. Por causa do serviço pesado, só trabalhavam rapazes, uma cidade industrial muito visitada por japoneses, a gente pegava aquelas malas pesadas, cheias de equipamentos, punha na balança, depois levava pro carrinho, saía puxando até os aviões que eram difíceis de lidar por serem de porte pequeno e médio, não havia máquinas carregadeiras como hoje, a aviação ainda era muito manual. E ainda abastecia os aviões, tudo sempre corrido, voos atrasados, era um sufoco, podia tirar a camisa e torcer, de tão suada. Um dia a empresa entendeu, com razão, que não ficava bem a gente atender passageiros com rosto suado, mãos sujas, e contratou uma moça chamada Vera. Passados uns dias, cheguei às 13h para trabalhar, e vi um vasinho com uma florzinha linda e cheirosa sobre o balcão. Fiquei por vários minutos olhando à média distância, fixado nela, até que me virei, e vi que Vera também me observava: “Gostou da florzinha, Carlos?”. “Gostei, claro. Linda! Vocês mulheres são incríveis. Estão sempre enfeitando os lugares , ajeitando as coisas, tornando o ambiente mais agradável, limpando, organizando”. Ela respondeu: “Isso é da mulher mesmo. Vocês homens, precisam de um toque feminino. Acho que Deus fez o homem, e pensou: Se eu deixar isso só na mão desse cara, isso aqui vai virar uma bagunça... e criou a mulher”. Ri muito disso até ela completar: “E eu estou achando muito bonito ver você, um homem contemplando uma flor” . Na salinha de dentro tudo organizadinho de forma estratégica e prática, pensei: “Passou uma mulher por aqui”. Sempre fui muito atento à grandeza das coisas simples, e busquei na memória; desde que era pequeno, via uma flor na janela da sala de aula ou na mesa da professora, os cadernos das meninas mais bonitos e arrumadinhos, minhas irmãs se arrumando, ficando bonitas, as amigas também, as namoradas sempre cuidando de mim... “ põe a camisa pra dentro que fica mais bonito ”... “ seu cabelo fica melhor assim ”... enfim, a mulher cuidando de tudo. Vera trabalhou lá pouco tempo, casou-se e foi embora. Um dia, ela disse uma coisa bem interessante: “Não é que eu não gostasse de poesia, apenas não me interessava tanto, também só estudando e trabalhando, mas passei a gostar por sua causa. Agora eu gosto muito de poesia”. Dizem que vai ser lançado um filme, e eu quero ver, chamado O QUE SERIA DO PLANETA SEM AS MULHERES. Deve ser muito interessante. Eu não vejo a mulher como elemento para limpar o ambiente, vejo-a para embelezar o ambiente, e isso ela faz muito bem, ela está sempre cuidando. As mulheres são adornos de Deus para o mundo... assim como acho que os poetas também são, acho que é lei da compensação da natureza para abrandar a vida nessa terra.

10 comentários:

Arione Torres disse...

Oi amigo,
Vim lhe desejar uma feliz páscoa!
Ah! Tem um selinho de 500 seguidores, se você não pegue, vá lá e leve-o com você! Beijos e boa semana!

http://arionetorres.blogspot.com.br/p/selinho-comemorativo-de-500-seguidores.html

Lis Fernandes disse...

Olá, querido poeta!
Seus textos sempre gostosos de ler.
Nós mulheres apreciamos muito homens com sensibilidade para pelo menos tentar nos entender, mas ainda mais a sensibilidade de saber nos reconhecer. Isso infelizmente não é muito comum. Parabéns!
Beijos, uma feliz semana pra ti.

Anônimo disse...

Olá Carlos, adorei ler o seu texto e na verdade senti que homens sensíveis sabem dar valor à mulher que é feminina no trato e nos arranjos. Deus o guarde. Abraço

Paula Barros disse...

Enquanto lia o texto, pensava que é bom quando há o encontro e o somatório de sensibilidades, no caso da poesia, do olhar, das arrumações do ambiente, do cuidado com o outro...
abraço

Vera Lúcia disse...


Olá Carlos,

Gostoso ler algo assim, vindo de um coração masculino. Reflete sensibilidade, o que no seu caso não é novidade, já que a arte da poesia requer um coração sensível.

Gostei muito.

Abraço.

Estrela disse...

Você, poeta, é gentil e sensível.
Quando Deus criou o mundo, sabia bem a importância que cada coisa teria.
Viva aos homens, às mulheres e a poesia.
Bjus!

Unknown disse...

Bom dia Amigo
Agradeço a visita mas quero também dizer que estou feliz com o teu regresso. Os poetas podem ter todos os defeitos mas a poesia leva-nos a desculpar e a saborear bons e agradáveis momentos.

Gostei deste texto. Uma leitura agradável de uma fase da vida em que começamos a olhar a mulher com outros olhos e outro carinho.

A vida ensina-nos tantas coisas...

franciete disse...

Olá meu menino lindo, venho um pouco tarde, mas mais vale tarde que nunca a minha vida tem vindo a perder o sentido e aos poucos vou tentando me desprender de todoas as coisas...assim quando chegar o meu avião a minha bagagem já vai mais leve.
Até aos cinquenta vamos subindo depois começamos a descer e tem vezes que a descida se faz em queda livre.
Desculpa o atrazo mas ainda vou visitando os meus amigos, tenha uma linda semana cheia de sol e o coração repleto de amor, porque o amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte.
Beijinhos de luz e paz.

Anne Lieri disse...

Que texto bonito,Carlos!Um tema interessante e que não havia prestado atenção mas, num ambiente aonde há mais mulheres sempre há esse toque feminino.Gostei da homenagem sempre escrita com muita sensibilidade!bjs e boa semana!

Roselia Bezerra disse...

Olá, Carlos
O poeta embeleza sempre mundo dele e o universo de um modo em geral...
Bjm de paz e pascal