ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

UM DIA DE MOLECAGEM




Os namorados conversavam debaixo de um pé de acácias. Ele disse: “Não gosto de gente que se porta como adulta o tempo todo”. Ela respondeu: “Eu também não, meu bem. A gente precisa ser criança de vez em quando, tirar um pouco da sisudez”. Ele gostou e emendou: “É verdade. Às vezes a gente precisa de umas molecagens, tipo apertar campainha e sair correndo, qualquer coisa assim... sem compromisso de nada”. “Hummm... tive uma ideia”, ela disse, e completou: “Você me ama?”. Num beijinho curto, ele respondeu: “Claro que amo”. E ela: “Se me ama, vai topar uma molecagem”. Ele: “Ai, ai. Tenho medo de suas ideias. Mas diga qual é a molecagem”. Ela riu: “Não foi você mesmo quem disse que precisamos de travessuras de vez em quando, que precisamos ser crianças? Que tal apertarmos umas campainhas?”. Ele nem pensou direito: “Claro que topo, mas tem uma coisa... correr de mãos dadas para que ninguém se perca do outro”. Ela: “Legal! Vamos apertar de várias casas, mas tem uma família ali muito mal humorada, gente fechada, brava, de poucos amigos. Se é pela aventura, tem que ter risco, e eles não podem ficar de fora”. Lá se foi o casalzinho de mãos dadas, como dois molequinhos, e começaram a operação, apertavam as campainhas, e ficavam escondidinhos atrás de uma moita, vendo os vizinhos que abriam as portas ou portões procurando quem chamava. Encucados, voltavam para dentro, os dois se divertiam muito, a cada risadinha, um beijinho. Ele disse: “Agora é na casa que você falou. Vamos”. Foram lá, apertaram e se esconderam atrás da moita. Um senhor de barbas longas, de cara assustadora, saiu no portão: “Parece que ouvi a campainha, mas não tem ninguém”. Voltou para casa. Passados mais uns três minutos foram de novo apertar, e se esconderam. O homem voltou: “Tem algum moleque sem pai nem mãe me fazendo raiva. Ah, se eu pego”. Mais uns três minutos, lá foi de novo o casal, o homem saiu bravo, gritando para os ares:  “Seu moleque sem-vergonha, pare de perturbar quem está quieto. Vou lhe pegar e dar uns bons cascudos”. Os dois não se aguentavam de rir atrás da moita. E assim fizeram mais umas quatro vezes, até decidirem fazer a última. “Mas agora, vamos esperar um pouquinho mais, para ele pensar que paramos”, disse ele. Cinco minutos depois, a armadilha. O velho ficou atrás do portão na espreita, e quando apertaram, o susto maior foi do homem vendo o casal adulto que resolveu tirar a paz da vizinhança naquele dia. “Então são vocês seus “sem serviço”. Melhor ainda para eu bater já que são grandes”.Tentaram correr, mas a moça escorregou ficando para trás, o rapaz ganhou distância, e de lá viu a amada encurralada pelo homem barbudo cuspindo fogo pelas ventas que tentava agarrá-la, o que só não havia ainda conseguido porque era magra e ágil. O namorado pensou: “Não posso deixar  meu bem lá, preciso fazer algo”. Foi correndo em alta velocidade, deu um safanão no homem que caiu sentado, o rapaz deu logo a mão à amada e fugiram em disparada, enquanto o barbudo esbravejava: “Voltem aqui de novo e vocês vão ver”. Correram, correram muito até uma distância segura, e ofegantes e sorridentes, comentaram: “Que sufoco, hein, meu bem?”, ele disse. E ela: “Pois é... quase dançamos. Ainda bem que ele é gordo e não pôde nos pegar, eu principalmente que fiquei encurralada... mas, eu sabia que meu bem voltaria para me salvar. Isso me deixou meio tranquila”. Encostando-a na árvore, ele a beijou: “Jamais deixaria você ali sozinha”. Ela pensou por alguns segundos, e disse: “Engraçado... tive agora a sensação de que já fizemos isso juntos um dia... mas quando crianças. Vi a cena agora direitinho, você me salvando, a gente fugindo de mãos dadas”. Ele: “Como assim? Como pode se só nos conhecemos já adultos?”. Ela respondeu: “Engano seu. No meu instinto feminino imagino que já nos conhecemos de vidas passadas, de eras passadas. Nossas almas já namoravam antes de nossos corpos físicos se encontrarem. Somos duas paralelas que viajavam lado a lado através dos tempos, e que hoje se cruzaram”. Ele se emocionou: “Que lindo isso que você disse! Éramos paralelas... agora somos um nó que nunca mais vai se desatar”. E beijaram-se demoradamente depois de um dia de molecagem, para começarem a melhor molecagem de todas... que é amar.

4 comentários:

Cidália Ferreira disse...

lool...Que belíssimo conto. Parabéns.

Continuação de Festas Felizes

Beijinhos

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Rô... disse...

oi Carlos,

um 2015 cheinho de molecagem e muito amor...

beijinhos

Unknown disse...

Bom dia amigo
Molecagem por aqui diz-se
-sacanice,malandrice
Gostei.
Rir e amar é o melhor tempero nestes dias frios.
Existem pessoas com bastante imaginação para fazer estas partidas e delas tirar bons dividendos.
Desejo-te um saudável 2015

Louraini Christmann - Lola disse...

Novo ano
Novo tempo
Nova vida
Novo alento
Para mais
Novos anos
Novos tempos
Novas vidas
Novos alentos...

Com um
Novo abraço

Lola