ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

domingo, 2 de dezembro de 2012

UMA NOITE DE PETER PAN


Incrível como meus textos e poemas de épocas distintas se encontram.
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Sempre fui maravilhado com mundos encantados das fábulas e historinhas infantis. Adorava o tradicional... “era uma vez num reino distante...”. Eu pensava: “Num reino distante estão acontecendo coisas”. Ou. “O reino é distante, mas lá as coisas são possíveis”. Eu sempre fui um menino diferente. Claro que brincava igual os outros, de bola, de pipa, de bolinha de gude, de pique, mas às vezes no meio da criançada, eu me afastava, sentava numa pedra qualquer e ficava igual gente grande pensando, meditando. Quase sempre algum menino me chamava à atenção: “Tá dormindo, Carlos?”. Lá no meu bairro, bem no fim mesmo, tinha uma espécie de barranco enorme, quase um abismo, onde a gente brincava de escorregador. Já bem longe passava o rio, e depois do rio, a floresta. Gostava de ficar ali sozinho, sentado, contemplando. Passava horas, desenhando e escrevendo frases bonitas na terra. Eu já era um poetinha. Tinha dia que voltava quase de noitinha.
Sobre os mundos encantados, destaco dois em especial. “Alice no país das maravilhas”, o único livro que já li duas vezes, sem contar as vezes que gostava de ler só trechinhos esporadicamente. Gostava de Alice, por causa do espelho. Sempre lidei muito com espelhos, seja nos meus momentos de viagens íntimas, tristonhas e narcisistas, de vaidade, arrumando o cabelo me dizendo que eu era lindo... ou mesmo nos momentos de brigar comigo mesmo quando fazia burradas. Era no espelho que eu me dizia as coisas e era no espelho que eu sonhava também. Eu me imaginava num país de maravilhas, onde as chances fossem iguais e todos os sonhos fossem possíveis. Mas meu preferido era Peter Pan. O menino que se recusava a crescer. Que apenas abria os braços e voava para aonde queria. Quantas vezes me deu vontade de decolar daquele abismo, sobrevoar aquela floresta, fazer plim plim estalando os dedos como meu herói mirim. Uma Sininho do meu lado ( sempre uma presença feminina) jogando em mim o pó mágico da esperança e da ousadia. Eu só não entendia ou não gostava muito é de chamarem de “terra do nunca”. Se tudo era possível por que chamar de “ nunca”? Isso me frustrava um pouco, pois pensava: “Primeiro me deixam sonhar, depois dizem que é nunca”. Felizmente prevalecia o espírito sonhador e aventureiro de Peter Pan. Quanto mais diziam para eu não sonhar, mais eu sonhava. Quem me podava, não sabia que na verdade estava me injetando mais ânimo e força, mas eu sei também que as pessoas nos podam porque gostam da gente, e veem excessos que nós mesmos não percebemos... nem mesmo na frente do espelho. Por isso aprendi a gostar também das pessoas que me podam, de certa forma me sinto guardado, afinal eu mesmo não sei cuidar muito de mim. Como meu heroizinho Peter Pan, acho que eu também não cresci muito, isso às vezes é um pouco triste, mas não foi porque me recusei a crescer, acho que isso já nasceu inserido em mim. E mesmo isso sendo um pouco triste, é quando me sinto maior: quando sou inocente, quando não percebo coisas adultas. Além do mais tem gente que gosta do meu jeito.

UMA FADA PARA O MEU SONHO
Haverá uma fada para cada sonho.
Foi Peter Pan quem me disse.
Nos versos que componho, a ele me assemelho.
Aprendi a enxergar além do espelho,
quem me ensinou foi Alice.
Ah, meus anseios. Devaneios. Afãs e afins.
Zombam de mim porque meus sonhos são mirins.
Ora, e daí, se é neles que me consolo?
Criticam-me porque ainda peço colo,
como se fosse proibido chorar.
O céu também chora em dias cinzentos e nem por isso vai acabar.
Nos campos há tantas flores e essas flores têm espinhos e perfumes,
nem por isso vou matar o jardim.
assim também são os amores que têm alegrias e ciúmes
também não vou matar o sentimento que há em mim.
Aprendi com Peter Pan
na minha Terra do Sempre
a buscar um novo amanhã,
não sei viver sozinho
sem palavra mágica e sem plim plim
ainda encontro minha Sininho.
Acredito no que faço, no que sou, no que componho.
Sei que vai existir uma fada para o meu sonho.

11 comentários:

Vampira Dea disse...

Os contos são seríssimos,passam espelhos das almas dos homens e veja que sempre são atuais, quanto a Peter Pam de certa forma é o sonho de todos.
Boa semana

Anne Lieri disse...

Carlos,gostei tanto do seu texto!Me identifiquei porque o Peter Pan sempre foi meu favorito tb,embora eu sonhasse ser a Wendy!...rss...já peguei emprestado pra postar no meu Recanto,se permitir!bjs e boa semana pra vc!

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Claro, né Anne?

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Bom semana, Vampira Dea. Obrigado.

Eliete disse...

Carlos com o tamanho do seu coração e claro que as fadas te visitarão.bjs

Mylla Galvão disse...

Obrigado pela visita!

Ah! Adorei o jogo de hj viu?
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Meus mundos mágicos... Criei tantos, que passei minha adolescência inteira dentro deles... O duro foi sair e encontrar a realidade fria aqui fora!

Me decepcionei com o que vi e ouvi...

Antes preferia ficar em meus mundos mágicos...

Abraços

LUCONI MARCIA MARIA disse...

Carlos teus textos são apaixonantes, pedir colo, chorar, sonhar e amar as fantasias infantis só demonstram o ser especial que você é, claro que a Sininho está por aí, quem sabe bem pertinho de você, beijos Luconi

Unknown disse...

Bom dia e votos de uma boa semana
Momentos mágicos que nos transformam como a Alice no país das maravilhas.
Viagens que fazemos e onde nos transformamos.
A vida é assim.
Nós é que somos todos diferentes mas completamos todos um bonito quadro. Aquilo que me falta está em ti e o meu sonho completa-se e vice-versa.

Anônimo disse...

Maravilloso leerte Carlos, tus letras nos llevan de paseo por la infancia y la inocencia.
Un placer leerte, te dejo un fuerte abrazo.
Buen inicio de semana!

Rosa Branca disse...

Adorei o texto, fui lendo e refletindo também sobre minha infância, tinha verdadeira paixão paixão por livros (até hj née, rs) e os contos de fadas me fascinavam, fui filha única durante praticamente toda minha infância, e nesses contos eu viajava, eu brincava, fantasiava, ia tão longe, na história da Alice em particular, acho que nunca pensei nisso, mais lendo seu texto hj vejo que tinha verdadeira fixação pelas portas, eu queria ver, saber o que tinha do outro lado, atravessar, ir além.

Parabéns pelo post Carlos.

Tenha uma ótima semana.

Paty Alves
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Evanir disse...

Estou bem afastada ,mais as saudades que sinto
chega dói meu coração.
Por meio dessas poucas palavras estou
passando para deixar meu carinho,
e dizer de uma forma ou de outra vou fazer
de tudo para jamais ser esquecida.
Foi para uma comemoração junto de todos
amigos e (as) foi colocado no ar A Viagem desse
Natal de 2012.
Deixei na postagem um mimo caso gostar fica
a vontade para trazer para seu blog.
Um abraço carinhoso tenha certeza
minha amizade é absolutamente e Sinceramente
verdadeira.
Carinhosamente,Evanir..