ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

PÉROLAS DE MINHA INFÂNCIA III- INICIAÇÃO POÉTICA ( parte 1)

Quando escrevi meu primeiro texto realmente poético, eu tinha uns 8 ou 9 anos. Cursava a terceira série e me rendeu também minha primeira nota 10 na escola.Se não me engano, talvez a única, pois eu era um aluno mediano, meio largado.Só estudava mesmo na reta final, aí sim, queimava as pestanas para passar de ano.Foi no dia que a professora Dona Jandira, colocou nas carteiras, uma estorinha iniciada por ela e o dever de casa era, cada qual, terminar com sua própria imaginação.
A estorinha dizia de um veadinho, perdido na floresta, sem sua mamãe.Terminada a aula, cheguei em casa e vi minha mãe, no tanque, concentrada nas roupas e nos problemas.Ela não notou minha presença. Fiquei ali vários minutos olhando-a e naqueles momentos, lembrei-me do veadinho e fiquei pensando. Nunca me imaginei sem minha mãe.Como eu me sentiria de repente sem ela? Ela... que cuidava de minhas doenças. Que colocava comida no meu prato.Que penteava meus cabelos para eu ir pra a escola.Que me ensinou Pai Nosso e Ave Maria.Logo me imaginei chorando perdido, igual ao veadinho da estória, porque o mundo, afinal era uma selva perigosa.
De repente ela se virou e disse: Você está aí, meu filho? E por que está me olhando assim?
Então me aproximei e abracei sua perna dizendo: Porque eu gosto muito da senhora!
No que ela agachou, me abraçou com o avental molhado e deu umas alisadinhas no meu rosto, respondendo: Ah... meu filho! Só você mesmo para animar meu dia. Pra que vou ficar triste se tenho um filho tão bonito e tão doce? Vem, vou colocar comida pra você.
E foi puxando minha mãozinha esquerda, que mais tarde escreveria meu primeiro texto poético.
Claro que não me lembro dele todo, mas me lembro de como o terminei. A mamãe do veadinho, quase tão frágil quanto ele, mas abnegada, voltou, enfrentou perigos, fugiu das feras, passou fome e sede, mas encontrou o filhinho e assim, viveram felizes para sempre.Ainda pus uma nota no final que dizia que nenhum filho merece ficar sem a mãe e que nenhuma mãe merece ficar sem o filho. E que o amor de mãe é o que mais se aproxima do amor de Deus. ( continua)

Um comentário:

mundo azul disse...

...que lindo! Sentimentos infantis são sempre mais cristalinos...

Gostei do seu texto!

Beijos de luz e uma semana feliz!!!