ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

MINHAS NOITES SÃO METADES

Meu quarto tem fantasmas por todo lugar.
Dentro do guarda-roupa, nas gavetas
debaixo da cama,pairando no ar.
Uns zombam de mim, outros até brincam comigo.
Alguns mais recentes, outros bem antigos.
Já nem assustam tanto, mas incomodam
podam um novo amanhã.
Quando criança se me assustava,
mamãe mandava rezar.
Só que os fantasmas são incríveis, se adaptam à idade.
Minhas noites são metades.
Metade pra eles,metade pro sono.
O copo d’água noturno não sacia minha sede
e pra não sentir abandono nessa noite deserta
e talvez me livrar da rede da qual sou presa,
deixo sempre a porta aberta.
Quem quiser que entre...
Abrace-me, beije, ame... inflame.
Espero que não saia, mas se sair,deixe a luz acesa.
Quem sabe eu pense que é o sol invadindo a janela,beijando meu rosto
um passarinho saliente me chamando a sorrir de mentira novamente,
até que volte a noite,com fantasmas e seus açoites
com o bêbado que titubeia e não diz coisa com coisa pra ninguém,
com o vaga-lume que vagueia com luz própria,
embora inconstante e é feliz,
com a coruja desconfiada piando não sei pra quem.
E se as noites são metades,eu também sou.
Um pouco bêbado, um pouco vaga-lume.
Um pouco coruja piando pra ninguém.
Até aprendi a conviver com fantasmas,
e se eles me perturbam tanto,
às vezes zombo deles também
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CARLOS SOARES

Um comentário:

fadazul disse...

O passado, nos deixam "fantasmas". Uns nos jogam para a frente, outros
nos põe a temer.
Ora implacáveis criaturas, nos põe a divagar...
Amigo, não adianta a porta aberta,
a luz de cabeceira...
Todos n´s temos nossos fantasmas
O que importa é que eles nos tornam hoje o que somos, e eu gosto do que sou, como gosto do que és! bjks