ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

sábado, 25 de março de 2017

DESESCREVENDO POEMAS!




Um escritor das antigas, muito famoso, cujo nome não vou lembrar agora e nem vou pesquisar porque não ando com muita paciência, disse uma frase interessante: “O homem passa metade da vida escrevendo um livro, e a outra metade tentando consertá-lo”. Não sei o que ele quis dizer, talvez tenha escrito algo do qual se arrependeu, difícil entender, pois têm coisas que são pessoais do autor, embora ele escreva para o mundo. Por toda a minha vida, eu disse que aceito e acato meus poemas do jeito que eles vêm para mim, raramente  mudo alguma coisa, a não ser uma palavra que se encaixa melhor, uma rima mais sonora, uma simetria, mas normalmente, do jeito que vêm, transponho para o papel. Rasgar então, jamais eu faria (pelo menos era o que eu dizia), mesmo não gostando tanto de alguns poemas, porque eu os respeito, como luz que eu recebi, uma inspiração divina... continuo dizendo: ‘ O poeta não faz poesia, ele apenas a transpõe para o papel, ela está pronta em alguma dimensão, esperando que alguém lhe sirva de ponte. O poeta é essa ponte’. Ela desce do céu e se estabelece na terra, por isso tenho todo esse cuidado de não a ofender. É... mas acho que agora vou cometer uma heresia contra mim mesmo. Relendo a frase do autor acima, gostaria de voltar atrás e não ter  escrito alguns poemas... não que tenham ficado feios ou tristes, ou isso ou aquilo, de rimas tortas, assimétricos, esquisitos, sem lógica, surreais, enfim, não importa como tenham ficado, como já disse, gosto deles do jeito que eles são; Ora, se eu suporto o mundo do jeito que ele é, não suportaria meus poemas? Mas é que algumas pessoas que os levaram, não os mereceram, talvez nem os leiam mais.  As coisas são esquecidas facilmente, vão se perdendo nas gavetas do tempo. É a velha expressão  “jogar pérolas aos porcos”.  Porcos não sabem lidar com pérolas, nem ao menos sabem o valor delas. Às vezes tenho raiva de mim. Portanto, eu gostaria sim de voltar atrás, não para consertar meus livros publicados, mas o livro de minha vida. O problema é que rasgar folhas de papel é fácil, mas não é possível desescrever os poemas que um dia a gente fez... porque eles estão lá dentro da gente... e nunca mais vão sair. Que a fonte da poesia que está lá em cima perdoe minha heresia, mas hoje eu estou afim de rasgar poemas.
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Em tempo, a palavra  “desescrever”  existe? Existe, agora existe, eu inventei. A fonte da poesia falou que eu posso.

7 comentários:

chica disse...

Te li e te entendo bem! Mas não rasga nenhum. Se fizeste, foi com o coração e tua parte foi feita. O resto? Azar, abração,chica

Cidália Ferreira disse...

Maravilhoso texto, o seu. Parabéns

Beijo e bom fim de semana.

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Carlos,muitas vezes escrevo e vejo que são palavras sem simetrias,sem rimas,mas deixo a inspiração tomar conta e tento transpor o que no momento minhas mãos estão desejando escrever.
Não me considero poetisa,mas sim uma pessoa que deixa nas estrelinhas,sentimentos com profundidade para àqueles que gostam de ler.
Você é um grande escritor e poeta!
Adorei ler.
Bjs,obrigada pela visita e um ótimo domingo.
Carmen Lúcia.

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, Carlos, acho que sei o que diz o escritor que não lembras, também já escutei isso. Penso eu que ao escrever um livro, as edições seguintes ele passa corrigindo, jamais satisfeito, encontra novas palavras, corrige daqui, mexe ali... Conheço um que faz isso, é bem conhecido. Torna-se cansativo fazer tal coisa, uma eterna insatisfação com o que se escreve. Na medida em que vamos ficando melhor na escrita, na próxima leitura, há sempre o que modificar.
Um abraço, uma ótima semana, vim da amiga em comum, Dorli. Parabéns e sucesso com o livro.

Tais Luso de Carvalho disse...

Boa tarde, Carlos! Vim da amiga em comum, Dorli, onde vi a postagem, parabéns e sucesso!
Penso que sei o que o escritor quis dizer, também já vi isso acontecer e ouvi de um deles, só não lembro de qual escritor. É que em cada lançamento de uma edição, as correções se dão, nunca estão satisfeitos e os erros aparecem sempre, até porque estão muito mais evoluídos, embora isso aconteça com veteranos.
Grande abraço pra você e uma ótima e produtiva semana.

Toninho disse...

Boa noite Carlos!

A vida de poeta é estar a todo instante sob esta força que vem não se sabe de onde, que lhe desperta a criação e ao encanto das palavras. Eu digo que tem poemas, que parece que Deus pôs suas mãos sobre as do poeta. A expressão é conhecida e rasgar versos e poemas soa como coisa de ditador, o poeta não pode ser ditador do que torna publico.

Uma semana abençoada e inspirada para você amigo.
Meu terno abraço.

LUCONI MARCIA MARIA disse...

Não, não rasga seus poemas,são escritos de tua alma, que hoje se entristece porque ela os escreve pra você, porque você merece esta luz linda que carrega, não não rasgue seus poemas, eu sei como disse a Chica o que queres dizer, mas que importa se os outros esquecem, você não esquece, eles são você, bjos Luconi