ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A POESIA É MINHA BAGAGEM! ( O SONHO MAIS LINDO QUE JÁ TIVE )



Nos anos 70, o cineasta brasileiro Glauber Rocha disse que os anos 90 seriam os anos da idiotice, já o Raul Seixas antecipou chamando os anos 80 de “charrete que perdeu o condutor. Talvez o Raul tenha exagerado, os anos 80 não foram tão ruins assim, acontece que o Raul tinha o senso crítico mais apurado do que o meu, tinha mais exigência, Raul era um chato no bom sentido. Talvez o Glauber também tenha exagerado, os 90 tiveram alguma coisa que prestou... mas de 2000 pra cá, pelo amor de Deus.A banalizaçãochegou a níveis impressionantes, em todas as áreas, na tevê as novelas, os programas de auditório, jornalísticos, parece que quanto mais fútil, mais sucesso faz. E assim, foi na música, na arte geral, até na literatura a banalização chegou. Na política, na vida social, violência só aumentando, tudo isso me levou a dizer várias vezes que estou desanimado do Brasil, que EU DESISTO DO BRASIL, e que se fosse mais jovem iria embora do país. Mas vão medizer que não adianta fugir, pois a banalização está no mundo inteiro. Está mesmo, mas quando acontece dentro do seu país, a revolta fica maior.
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De tanto repetir,  acho que sofri uma autoinfluência e acabei tendo um sonho. No sonho eu peguei uma mala enorme, pesada e carregava para todo lado, e apesar de ela ser pesada, eu a carregava com um certo prazer, ela não era empecilho para mim, até porque era a minha bagagem de viagem. O estranho é que eu não fiz a mala, ela já estava pronta, apenas peguei e saí.  Depois de muito andar,  cheguei a um aeroporto, entrei num avião onde os passageiros não tinham rosto, mas isso também não importava muito, o avião desceu sei lá em que país, e as pessoas daquele lugar  também não tinham rosto, agora sim, isso  me deixou preocupado. 'Por que essas pessoas não têm rosto?'.  Tentei falar com as pessoas, elas não respondiam, e de repente as ruas foram ficando vazias, olhei em volta me sentindo  totalmente sozinho. Triste, mas decidido, caminhei por bairros e vilarejos, andei por longas e vazias avenidas, eu e minha mala. Num certo momento, cansado, sentei-me no meio-fio, coloquei a mala ao meu lado... e de repente ela tombou... e abriu sozinha... a mala só tinha livros. Isso mesmo, a  minha bagagem eram somente livros. Abaixei a cabeça nos joelhos e chorei. Chorei muito mais de convicção do que eu posso fazer, muito mais por reconhecer minha essência, do que de tristeza. Acordei com o sol na cara e os passarinhos cantando lá fora, foi aí que me situei. Por que eu disse lá em cima que é um sonho  apenas 'meio triste'? Porque vejo coisas positivas nesse sonho. A mala pronta que peguei, embora fosse pesada eu carregava com prazer... porque eu carregava a minha poesia, a minha literatura. Literalmente ( olha o trocadilho), a literatura é minha bagagem, minha essência,  é  o  que eu tenho de melhor. A mala estava pronta para mim. O que ficou latente no sonho é que, mesmo ilhado em solidão, isolado, não encontrando respaldo para mostrar essa essência ao mundo, eu não desisti. Parecia (e parece) uma saga, continuo levando minha bagagem aonde for. E daí, se eu chorei? E daí se eu chorar? Chorar faz parte. Poeta que não chora, não é poeta! Ao contrário de durante o sonho, eu sorri, pois o sol na cara quando acordei, os passarinhos cantando , renovaram em mim, reafirmaram em mim  oS dons  que eu tenho: a poesia e a teimosia. A poesia é uma bagagem leve, afinal POETA É O QUE SOU!
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Triste fico sim ao não ver poetas e escritores defendendo a literatura.
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( imagem jusbrasil )

6 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Belíssimo texto! Amei

Beijo
Bom fim de semana

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

brisa48@bol.com.br disse...

AMIGO QUERIDO CARLOS
Quanto tempo sem aparecer aqui. Ou melhor não visito muito amigos. Parabéns belo texto.Voltando para o meu blog depois de algum tempo afastada.Um domingo cheio de paz para vc. Com carinho.

Janita disse...

Um texto comovente por ser tão verdadeiro e sentido, querido Poeta amigo.
Carregue a sua bagagem de homem de Letras, que sempre foi e será, honesto consigo próprio e com os demais. Seja aquilo que é, no seu País, ou em outro qualquer, o seu valor é aquele que carrega a sua literatura e poesia.
Não desanime!

Um beijo de amizade.
Janita

Smareis disse...

Você é um poeta maravilhoso Carlos. Seus escritos são lindamente tecidos do fundo da alma. Siga com seus projetos porque vale a pena seguir os sonhos. Nunca desista da poesia.
Ótima semana!
Abraço grande!
Blog da Smareis

Helena disse...

Acredito que a missão do poeta tenha várias nascentes, falar daquilo que deveras sente ou inventar as coisas, camuflar ou desvendar os sentimentos e as emoções que lhe vão na alma, inventar e desinventar as palavras, ter um cabedal de neologismos, criar futuros e apagar passados ou invertidamente, falar sobre um passado sem futuro... Ao poeta tudo é permitido entre o sonhar, se iludir, criar, apagar, construir, pois dentro do poeta um mundo se cria, se recria, se destroça, se reconstrói. E é por isso meu amigo que na mala onde um poeta viaja pelo mundo da imaginação só existem livros... A descobrir, a escrever, com páginas em branco onde a imaginação irá pousar e inventar, pois os maiores inventos do mundo passarão sempre pela imaginação do poeta...
Carlos, meu querido, que belo texto tu escreveste! E que bela demonstração de amor e dedicação naquilo que tão bem fazes que é ESCREVER, poetisar, defender a LITERATURA. Um dever sagrado de todo aquele que sabe da importância do seu lugar no mundo, pois como bem disseste “continuo levando minha bagagem aonde for. E daí, se eu chorei? E daí se eu chorar? Chorar faz parte. Poeta que não chora, não é poeta!” Há tanta verdade nisto que afirmaste, meu amigo!
E que belo este final “A poesia é uma bagagem leve, afinal POETA É O QUE SOU!”
Continue, meu querido Poeta, a abrir as asas e a voar pela imensidão dos teus sonhares, dos teus sentires, seguindo sempre na direção que o teu olhar inundado de beleza e de cores te levar...
Fica meu carinho num beijo no teu coração inundado de Poesia.
Leninha

Estrela disse...

Olá, Menino Beija-flor! Saudades de seus poemas. Passei aqui pra te deixar um abraço e desejar uma boa noite.