ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

sábado, 16 de outubro de 2010

ESTÓRIAS E HISTÓRIAS NORDESTINAS


( imagem google )
O título tem nome dúbio porque o pernambucano que me contou jura de pés juntos que aconteceu. Realmente alguns dos causos que os antigos contavam até se confundem com a história do país. É por isso que gosto das culturas mineira e nordestina, pois são meio parecidas. Rurais, engraçadas, tristes, místicas, algumas absurdas que parecem ter um fundo de verdade, todas oriundas sempre de pessoas simples, mas que não gostam de mentiras. Podem até aumentar um pouquinho, mas mentir jamais. Dizem que lá pelos anos 30, 40 no agreste do Pernambuco existia um tal Coronel Chico, daqueles, cheios de terra, de gado, que mandavam no padre, no prefeito e até no delegado. O delegado, claro, era nomeado por ele. O prefeito também não tem porque não dizer que era eleito por ele já que a maioria dos eleitores ou eram seus empregados ou lhe deviam dinheiro e favores. Era o início do famoso voto de cabresto. Pensando bem, voto de cabresto existe até hoje em todas as esferas da sociedade. Não é um ‘privilégio’ somente dos humildes. E o padre, tendo as ‘generosas’ doações para a igreja, fazia vistas grossas para tudo e sempre dizia “amém”. Era aniversário da cidade e ia ter um jogo de futebol contra a cidade vizinha. Era um estádio bonitinho, com arquibancadas e tudo. O coronel não sabia nada de futebol, não entendia pra quê “aquele monte de homem correndo atrás de uma bola”. O assessor, digo, jagunço, foi explicando. “Vestem uniformes diferentes para não confundirem os times. Aquele negócio formado por três paus se chama trave e aquele vestido de camisa 1 é o goleiro. Os times tentam chutar a bola lá dentro e quando conseguem, é gol. Quem faz mais, ganha o jogo. E aquele homem vestido diferente, de camisa preta (antigamente os juízes só vestiam preto), é o juiz. É ele quem manda, a autoridade é ele”. O coronel resmungou. “Já não fui com a cara dele”. Claro, ele não aceitava alguém tomando decisões dentro de suas terras. A partida ia chata, sem grandes emoções. Até que aos 45 minutos do segundo tempo... pênalti! O coronel pergunta ao jagunço. “Que empurra empurra é aquele? Parecem que querem brigar com o homem de preto”. O jagunço respondeu sempre com jeito. “É que foi pênalti, coroné. O jogador derrubou o outro dentro da área, dentro daquelas riscas de cal”. O coroné já desconfiado de encrenca, perguntou. “E isso é ruim, é? Como chama mesmo... ‘pênuti’ é esse o motivo da confusão, num é?”. Prevendo confusão também, o jagunço corrigindo, respondeu. “É pênalti, coroné. Muito ruim, coroné. Ainda mais que é contra nosso time. Fica só o nosso goleiro, sem ajuda dos companheiros esperando o atacante deles chutar. Só os dois”. O coronel torceu o bigode e já tirou o chapéu, levando a mão à cintura. “Oxe! E quem aprontou uma daneira dessa?”. “Foi o juiz, coroné”. O poderoso levantou-se de arma em punho. “Pois vá lá embaixo e diga que eu quero que vá cobrar esse tal de ‘pênuti’ do outro lado, no goleiro deles”. O coitado do jagunço, sempre pronto, ainda tentou retrucar. “Mas coroné... e o juiz? Ele não vai deixar”. “Pois diga a esse juiz, aquele cabra da peste, filho duma égua, que se ele é o juiz, eu sou o dono da cidade, então eu mando mais. E você já está demorando”. Pronto, o homem desceu logo, falou falou e falou com o juiz e depois de pequeno tumulto, o pênalti foi cobrado no gol adversário. Enfim, o time da cidade ganhou de um a zero. E as pessoas na rua comentavam. “O coroné estava certo. Nosso time não podia perder justo no dia do aniversário da cidade. E à noite teve uma festona na praça, claro, bancada pelo coroné.

22 comentários:

JoeFather disse...

Hehe Eu não duvido que possa ter acontecido de fato e que ainda aconteçam coisas assim, uma vez que o coronelismo não é um artigo em extinção...

Creio que o juiz ouviu a voz da razão: manda quem pode, obedece quem tem juizo! :)

Abraços renovados!

Carla Fernanda disse...

Boa noite! kkkk... boa.
Carla Fernanda

maria claudete disse...

Podes crer que aconteceu mesmo, guardadas as devidas proporções. Agora coronelismo deste tipo existe mais não...Agora na nova "era" o suborno a gente já sabe onde é escondido para comprar pobres, ricos e autoridades, não é?ficou legal teu texto. Abraços.

Chris... ჱ-;-- disse...

Isso acontecia mesmo...
E ainda existe hj.. existem pessoas subordinadas... E como ainda existe.

Um post bem interessante. E verdadeiro.

Bjos e um final de semana de paz!

Mariane disse...

rsrssr quem pode manda... e o juiz obedece!
Qualquer semelhança seria mera coincidência...rsr

Ei Carlo, agradeço tua visita lá em casa!
Abraços e um ótimo fim de semana pra ti.

Majoli disse...

Oi meu querido amigo, essas estórias e histórias nordestinas me chamaram bastante atenção...penso eu que ainda exista muitos coronéis Chicos rondando por esse Brasil a fora.
Gostei muito do texto.
E aí, já se mudou?
Está tudo bem contigo?
Espero de coração que sim.
Fique com Deus.
Beijos meu amigo.
Tenha uma domingo de muita paz.

Hana disse...

Que linda história de simplicidade, deste povo tão hospitaleiro, quase inocente em seu pensar, em seu cotidiano, cvonheço algumas historias e acho muito sensivel cada uma delas, e sempre com muito senso de humor.
com carinho
Hana

Otelice disse...

Olá, Menino!
Vim agradecer-lhe a visita e deixar-lhe um abraço.
Mas, deparei com este "causo" e por aaqui fiquei um tempo mais. Amo esses causos e você tem muita razão quando diz que nos retrata de uma certa forma, a realidade. Por aqui, isto é a cara de um passado que resiste em ficar no presente. Contudo, na literatura, dá-nos esse sabor agradável misto de humor e registro da cultura do nosso povo.
Um grande abraço, parabéns pelo texto e um grande abraço.

Everson Russo disse...

Esses coronés acham que sao donos de tudo...rs..rs..manda pra cidade grande pra ver...rs..rs...abraços de boa semana pra ti.

Sandra Gonçalves disse...

história da vida real meu amigo.
Bjos achocolatados

Amor disse...

oi amigo espero que ja estejas bem!
que bom que vc leu e leu obrigada viu?menino ....

Anônimo disse...

Olá meu querido.
Eu voltei rs.
saudades de ti e de seus escritos,bom voltar a te ler.
Parabénssssssssssssssssss.
Um beijo grande.

Eduardo Medeiros disse...

Manda quem pode, obedece quem tem juízo...kkkkkkkkkkkk

um grande abraço, e muito bom o causo.

Bia disse...

Boa!Boa!Me fez dar boas risads aqui!Uma ótima semana para você!

Bia

Machado de Carlos disse...

Essa é boa! Imagina um bando correndo atrás de uma bola!
Estou de acordo com o “coroné” afinal, justo no dia do aniversário da cidade não podemos perder! (Risos!...).
Bela escrita Carlos. Sempre uma delícia ler você!
Obrigado por me ler!
Um Grande abraço!

Anônimo disse...

AMAR É A RAZÃO DA VIDA,DO SORRISO ABERTO E FELIZ, AMAR É CONQUISTAR AMIGOS COM AMOR DE VERDADE

(VIDAH)

Feliz Semana com amor e Poesia! M@ria

Rosa dos Ventos disse...

História bem engraçada!
Pode ser um pouco exagerada mas há sempre um fundo de verdade nestas histórias populares... :-))

Abraço

Everson Russo disse...

Uma belissima semana pra ti meu amigo,,,sem sustos,,,por favor,,,abraços fraternos e poesia pra ti.

Anônimo disse...

Olá...
Hoje convidamos você para fazer uma profunda reflexão em nosso blog. Ao ler o texto da nossa amiga Déia e responder a pergunta final: “E para você? Sua vida tem raros momentos de recomeço? Ou você aproveita as rupturas e entra, quando necessário, em uma nova estrada?”
Esperamos a sua participação.
Receba o nosso abraço carinhoso

Priscilla Marfori... disse...

Oi Carlos, obrigada pela visita em meu blog, se não sabe tenho um fotoblog também: http://fleshspriscillamarfori.blogspot.com/
Me segue lá!
Estarei sempre por aqui...
Abração.

Cristal de uma mulher disse...

Lindo amigo

Que bom que ainda podemos ler coisa que ainda podem nos certificar do que realmente existe.

Eu acredito que de tudo existe neste mundo ainda que estejamos neste século.

Meu grande abraço e te agradeço por está sempre pertinho de mim.

Cristal de uma mulher disse...

Lindo amigo

Que bom que ainda podemos ler coisa que ainda podem nos certificar do que realmente existe.

Eu acredito que de tudo existe neste mundo ainda que estejamos neste século.

Meu grande abraço e te agradeço por está sempre pertinho de mim.