Serpenteava silenciosa entre as pedras,
deslizava em subidas e descidas
como cobra sorrateira,
mas não era tão venenosa assim.
Às vezes chorava no espelho, saía de olhos vermelhos,
mas nem era tão solitária assim.
Rugia como um trovão,
parecia um poderoso vulcão,
anunciando um temeroso dilúvio,
mas não era tão brava assim.
Às vezes era filete d’água, braço de ribeirão,
mas, não era tão tímida assim.
Inebriava de manhã,
como cheiro de hortelã,
mas nem era tão doce assim.
Alçava voos, superava os montes,
como se fosse furar o horizonte,
mas não era tão ousada assim.
Era desse jeito que a poesia saía de mim.
Faltou um Q de cada sentimento para que ela fosse um pouco além do fim,
mas isso não é tão defeito assim,
talvez eu goste de morar dentro de mim.
=
( Imagem depositphotos )
9 comentários:
Ola, amigo Carlos!
Também gosto muito de morar em mim.
Talvez seja o que faz falta à humanidade, ficam muito na vida dos outros em mexericos e perdem tempo em se conhecer e progredir em vários níveis.
Tenha dias pascais abençoados!
Abraços fraternos de paz
Olá, tudo bem?
Maravilhosa tua poesia.
É bom ter um lugar só nosso cuja única companhia é nós mesmos.
Carlos, tua poesia é linda e gosto muito do teu estilo de poetar!
abração, chica
Se a Poesia que mora dentro de si for toda desta Q de qualidade, não de mais nada para ser um excelente Poeta.
Este é, claramente, dos mais belos poemas que já li de sua autoria.
Excelente! Parabéns!
Maravilhoso poema!
Um beijinho,
😀😀😀Megy Maia
Um poema magnífico.
Gostei imenso de o ler e saborear cada verso.
Boa semana.
Um abraço.
A poesia é um grito que não se pode abafar.
Continuação de boa semana.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Quer companhia melhor? Abraços
Quer companhia melhor?
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