Todos os dias o Sol protagoniza dois espetáculos: quando ele surge, e quando se vai. A aurora e o pôr do Sol. Um espectro de cores impressionante, às vezes parece um oceano de cores vibrantes, de doer os olhos e encher o coração. A aurora dá uma sensação de estarmos nascendo, enquanto o "tchau" do Sol, dá a impressão de estarmos morrendo, se não, ao menos desaparecendo. Há dois detalhes que como poeta, percebi: A aurora e pôr do Sol são muito parecidos, a diferença é que um está chegando, o outro está partindo, mas o visual que enche nossos olhos, é semelhante. O outro detalhe é que tanto um como o outro, quando acontecem nos seus respectivos horários, nunca acontecem exatamente iguais, todos os dias a aurora é diferente para si mesma. Assim também é o pôr do Sol, todos os dias é lindo, mas a partida de hoje, por mais linda que esteja acontecendo, não é igual à de ontem. Nunca foi, nunca será. O pôr do Sol me dá uma certa tristeza, parece um adeus, o Sol vai dormir, e eu vou também. Dormir é quase morrer. Mas aí que está o grande exemplo que a natureza nos dá todos os dias: a gente dorme em escuridão e acorda em aurora. Que a aurora a cada dia se renove mais e mais, numa profusão de cores tão vibrantes que possa colorir meus olhos, e apascentar meu coração, que tem um pouco de medo que o último pôr do Sol aconteça, antes que eu realize mais um pouco dos meus sonhos. É quase um texto de esperança, mas é também um texto triste. Tenho andado assim, triste e com medo de não conseguir ser, o que eu sempre quis ser . Ou quando fui, ninguém viu. Talvez consequência de uma solidão que eu mesmo escolhi.
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