Quem tem acompanhado desde o início a saga vivida pela
Fadinha e o Bruxinho, sabe que tiveram entre si muitas provas de amor. Tiveram
conflitos também, é verdade, até no mundo encantado existem conflitos, a
diferença é que quem vive no mundo encantado, lida melhor com esses conflitos,
por isso, o amor deles sempre venceu. O
Mestre mandou chamar o Bruxinho às pressas para uma missão
urgentíssima. “Você precisa voltar ao mundo terreno, há um ser maligno muito
poderoso que está influenciando terrivelmente as cabeças dos humanos, e eles
estão destruindo a natureza, em breve aquele planeta pode deixar de existir,
tamanha é a destruição que praticam. Sua missão é conscientizar aquela gente
sobre a preservação da natureza”. O Bruxinho exclamou: “Não entendo como
uma civilização destroi o próprio lugar onde vive e dele necessita”. O Mestre
respondeu: “Pois é justamente isso que quero lhe advertir. Não espere
facilidades, essa será a maior batalha de sua vida... muito perigosa. Para você
ter uma ideia, há mais de dois mil anos, Deus enviou seu Filho para
salvá-los, e eles O mataram. O que esperar de um povo que mata o
Filho de seu Deus?”. O Bruxinho depois de prometer o empenho, retirou-se em reverência
ao Mestre, e ao chegar em casa, explicou tudo à Fadinha, que
comentou: “Senti um calafrio, estou com mau pressentimento, sinto que
algo ruim vai acontecer. Tem mesmo que ir?”. Ele respondeu: “Sim, eu
tenho. Confesso que apesar de toda a minha coragem e poderes, sinto receio
também, o Mestre me disse coisas horríveis dos humanos. Disse que os poucos
humanos bons são mortos, ou esquecidos, deixados de lado, não têm valor, e que
lá prevalecem a ignorância, a vingança, o ego”. Ainda mais preocupada depois de
ouvir isso, ela o abraçou e beijou, com aperto no coração, desejando boa viagem
e boa sorte na temida missão. Ele despediu-se também das crianças, foi até o
portal interdimensional que divide os mundos, e partiu. Os dias foram passando,
a Fadinha ficando preocupada, pois, nas missões anteriores, ele sempre voltou
mais rápido, apesar de ter sido avisada sobre as dificuldades. Mas suas
preocupações não eram infundadas. O Bruxinho percorreu ruas, praças e avenidas
falando com os humanos sobre a necessidade de preservação de seu mundo, alguns
até ouviam no primeiro momento, mas depois caçoavam dele... e tome lixo nas
ruas... e tome fumaça no ar... e tome desmatamento... e tome lixo nos rios, nos
mares... e tome agrotóxico... e tome cigarros... e tome bebidas... e tome
drogas... e tome ganância pelo progresso imediatista... e tome doenças. Depois
o abnegado Bruxinho procurou as autoridades das nações, até de louco foi
chamado, por pouco seria crucificado também.
Desolado, pensou: “Nunca fui derrotado em minhas missões, mas nessa,
fracassei. Preciso voltar e dizer envergonhado ao Mestre que não consegui”.
Porém a pior tristeza estava por vir... quando tentou voltar pelo portal
interdimensional, ele estava fechado, não se abriu para ele porque a missão
estava incompleta, só poderia voltar com a missão cumprida... e ele chorou:
“Estou condenado a viver aqui para sempre, a insistir numa luta inglória, sem
frutos, pois essa gente não quer ajuda, não gosta de mudanças. Vou lutar até a
morte... e sem minha Fadinha e meus filhos. Que fim triste para minha vida!”.
Do outro lado, a Fadinha pressentiu algo de ruim, e tomou uma decisão; foi ao
Mestre, que entendendo a situação e preocupado com o fiel Bruxinho, autorizou
que ela fosse atrás do amado. Quando ela chegou, interrompeu suas lágrimas:
“Você não está sozinho, meu bem! Vim para ficar com você... seja em qualquer
mundo, quero estar com você”. Num susto agradável, ele se virou e abraçou-a
correndo. “Você aqui, minha doce Fadinha?”. Ela enxugou seu rosto: “Sim, acha
que deixaria meu Bruxinho amado sozinho nesse mundo cruel?”. “Mas e as
crianças?”, ele perguntou. “Calma, elas vieram também, deixei-as num lugar
seguro
até
lhe encontrar. O Mestre me contou tudo e vim
morar aqui com você. Pense bem... não desista desse mundo por causa das pessoas
más, mas acredite nesse mundo por causa das pessoas boas. É por causa das
pessoas boas que Deus ainda poupa esse mundo. A nossa luta não vai mesmo ter
fim, mas com as poucas pessoas que convencermos do bem, o mundo já estará um
pouco melhor”. Ele fitou a amada: “É verdade. E com você pertinho de mim,
estarei mais forte, mais confiante, pois, o amor nos fortalece. Eu te amo,
Fadinha!”. “Eu te amo, Bruxinho!”. Como todo conto de fadas, esse não poderia
terminar diferente...
eles viveram felizes
para sempre.
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E assim, eu termino essa saga de amor entre a Fadinha e o
Bruxinho, que se Deus quiser, pretendo colocar em livro também. Tudo começou
como uma brincadeira, a imaginação foi ajudando, e foram aparecendo contos e
mais contos nessa cuca diversa e ousada que Deus me deu. Estou tentando um novo jeito de narrar contos de fadas. Não ter estilo, É o meu estilo. Espero ter passado
boas mensagens.
A IMAGINAÇÃO É O ÚNICO LUGAR ONDE A GENTE É SEMPRE FELIZ.