Sim, eu vi um disco voador... mas foi em sonho. Eu estava
num campo aberto, tipo numa roça, noite sem lua, somente as corujas, os pirilampos,
e eu. Ele apareceu bonito, reluzente, cheio de cores, pairou sobre mim, deu
impressão que ia me levar. Curiosamente não tive medo, levantei os braços, mas
ele não me esperou, e se foi rapidamente se perdendo no céu escuro.
Quando era criança tinha medo de disco voador, pensava que
eles viriam para dominar a terra e destruir tudo, essa foi minha primeira
impressão sobre extraterrestres: medo. Depois, ainda pequeno, comecei a ouvir o
Raul Seixas cantando: “Ô seu moço do disco, me leve com você, pra aonde você
for. Ô seu moço, mas não me deixe aqui, enquanto eu sei que tem tanta estrela
por aí” ... então pensei: “ Do jeito que esse cara canta sobre disco voador,
falando com uma certa esperança de que há um lugar melhor, e praticamente chama
o extraterrestre de amigo, não deve ser mau assim”. Aí eu passei a gostar, não
tinha mais medo. Essa foi minha segunda impressão sobre extraterrestres:
curiosidade.
Os anos passaram, e nada de disco voador chegar à terra. E
pensei: “Não devem existir, senão já teriam vindo, ou para o bem ou para o mal.
Por que ficariam rondando, sondando, durante décadas, e não se manifestariam?
Que graça teria ficarem passando sobre nossas cabeças, brincando de esconde esconde?
” Essa foi minha terceira impressão sobre extraterrestres: desencanto.
O sonho me deixou frustrado porque o disco voador não quis
me levar. “Será que eu não mereci? ” foi o que pensei. Ou será que ele só veio
me provar que realmente estão de brincadeirinha de esconde esconde com a gente,
e não estão nem aí para o nosso planeta? Foi minha quarta impressão:
frustração.
Os anos continuam passando, estamos vivendo tempos esquisitos,
e sinceramente (triste dizer isso), não vejo o bem vencendo o mal. Perdão, meu
Deus, eu queria e deveria, poeta que sou, estar falando diferente, mas
infelizmente, o medo e o desencanto que o disco voador me causou durante a vida
toda, são menores que meu medo e desencanto com esse mundo. Mas sei que o Senhor
não tem culpa.
Mas eu vou alimentar minha quinta impressão: A esperança.
Dessa eu não abro mão. Que bom, de repente estou contradizendo o parágrafo anterior.
Agora eu torço para que extraterrestres existam mesmo, deve haver vida
inteligente em outro planeta, e chegando à conclusão de que esse mundo já acabou,
o primeiro disco voador que passar, eu vou embora!
“ NA CASA DE MEU PAI HÁ MUITAS MORADAS ”...
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( IMAGEM ufologia.blogspot.com – caravan.kz )