( imagem google )
A Fadinha começou a se mostrar afastada, desligada, às vezes estressada, e até
desinteressada. Não bastasse agora três filhos, cismou de fazer novos cursos na
escola de magia, o que lhe tomava boas horas do dia, além do mais, quando o
Bruxinho estava em viagens em missões, apesar
de ter os duendes, os elfos, gnomos e outros guardas, ela era a principal
responsável pela vigília astral do reino, afinal, era um reino muito cobiçado
por bruxos que gostariam de se apoderar
do lugar. Isso incomodava o Bruxinho. O que seria agora? Não havia mais sonhos
proibidos, nada a desconfiar, mas a mudança de comportamento o entristecia, e
se fazia muitas perguntas: “Será que ela
não me ama mais e não quer dizer? Será que por eu viajar muito, o amor está acabando? Mas eu não tenho culpa, viajo
pelo bem do reino, trazendo coisas boas para cá, e ajudando também outros reinos. Será que não estou mais romântico? Ora, estou sim, todos os
dias eu falo que ela é linda, que a amo. É... e quando falo, ela desconversa. É
fato, é ela que está com algum problema e não quer falar. Talvez não me ame
mais mesmo, e se isso for verdade, vou embora, vou até pedir ao Grande Mestre,
se tem jeito de me tirar os poderes, e
vou ser homem comum do mundo real, pois não vou suportar ficar aqui sem o amor
da Fadinha. Mas antes, preciso falar com ela.” Ele tentou, mas a Fadinha não
estava receptiva, justificou com meias palavras: “Você sabe que ando sem tempo, tenho muitos
afazeres”. Ele insistiu: “Nunca lhe
proibi de fazer nada... mas, é
necessário mesmo você estar na escola de magia? Magia que eu mesmo posso lhe
ensinar, pois você já sabe quase tudo”. Ela retrucou: “Você está sendo um egoísta. Não vou abandonar a escola, lá fiz várias
amizades e distraio um pouco minha cabeça. Esse assunto está encerrado”. Antes de sair, ele disse triste: “Você não era assim... intolerante, sem
diálogo. Desconheço minha Fadinha. Vou dar uma volta”. E o Bruxinho foi para a
beira de um grande lago, muitas milhas afastado dali. No outro dia foi de novo...
de novo... e de novo... seguidamente. Lá ele ficava remoendo, pensativo, às
vezes até adormecia. Até que num desses dias, uma voz feminina interrompeu o
silêncio do lago: “Olá, vejo que tem
vindo muito aqui”. Ele se virou e viu uma linda e encantadora Fada, e depois de contemplar sua beleza por
instantes, respondeu: “É, venho. Venho
pensar na vida”. Ela se sentou na rocha ao lado: “Parece-me um tanto quanto triste, Bruxinho”. Ele
perguntou: “Como sabe que sou um
Bruxinho?”. Ela sorriu: “Ora, eu também sou
uma Fada e também tenho o dom de ver... só não consigo ver porque anda triste”.
Ele disse: “Coisas do coração. Tenho
vários poderes, mas não sei lidar com o amor... ou melhor como perder, ou não
perder um amor”. Ela que parecia também encantada com ele, se ofereceu: “Bem, já é quase noite, tenho que ir. Eu venho
aqui todos os dias, posso lhe fazer companhia, até que passe sua dor”. Ele agradeceu:
“Claro que sim, você me pareceu muito
agradável”. E assim, os encontros foram
se repetindo e ficando cada vez mais envolvidos, o Bruxinho já não reclamava
mais com a Fadinha, mal se falavam, só entrava e saía com pressa, ela até estranhou,
mas não se importou muito. E assim... à beira
do lago, quase o amor. A nova Fada sabia provocar aquele coração carente: “Bruxinho, nos conhecemos aqui, e parece que
aqui, começou um sentimento entre a gente, já não consigo parar de pensar em você. Quero algo mais”. No
último instante, ele tocou o rosto dela: “Não nego que também sinto sua falta, quase
não resisto a você, mas... já tenho
minha Fadinha”. Ela insistiu: “Fadinha? Que
não se importa com você? Que se perdeu em vaidades, deixando um Bruxinho lindo de lado?”. Tentou beijá-lo, ele tirou a boca: “Desculpe-me, não
consigo”. E saiu correndo... correndo para seu lar. Lá estava a Fadinha
chorando, e antes que ele dissesse algo, ela foi quem disse: “Não fale nada. Eu te amo, meu Bruxinho.
Reconheço que errei, repensei tudo, e
serei de novo a sua Fadinha delicada e apaixonada”. Ele não disse nada, apenas
beijou-a como se fosse a primeira vez. Numa pausa, ele disse: “Que tal fazermos uma viagem, uma nova lua de mel?”. Os olhos dela
pareciam duas pepitas de tão brilhantes: “Uauuuu! Sintonia pura! Eu também pensei
nisso, meu amado”. E assim, eles foram ter uma nova lua de mel. Onde? Exatamente
na lua... a lua como leito, e testemunhas, somente as estrelas.
13 comentários:
Nossa amigo Carlos que beleza de capítulo este...
O final então ficou lindo !
Sabe que amo essa vida da Fadinha com o Bruxinho.
Que legal, aguardando os próximos capítulos.
Beijos em seu coração da sua amiga Fernanda Oliveira
Nossa, que susto! Pensei que a fadinha não fosse tentar conquistar seu amor e dá ele de bandeja pra outra fada esperta... Boa menina. Final feliz, adorei! Bjinhos poeta.
Um bonita história para comemorar o dia das bruxas.
Ainda bem que tudo acabou bem e eles retomaram o seu grande amor, mas acredita que fiquei comovido com a outra que apareceu lá no lago...
A felicidade será sempre algo de estranho como as fadas...????
Olá amigo poeta!
Mais uma linda história.
O Bruxinho foi mesmo muito forte para não envolver-se mais com a outra Fada. No mundo real penso que ele não sairia correndo. rsrs
Mas o amor e o respeito falaram mais alto.
Ansiosa pela próxima e pelo livro, que vai ser maravilhoso.
Me envolvo nessa saga que me sinto lá dentro, lá no reino... rsrs
Beijos,
Lis
Adorei o final feliz , Carlos .
Agradeço a visita ao meu espaço , amigo .
Bom final de semana .
Beijos
Oi Carlos,
Fiquei intrigado com sua estória, pode responder-me aqui, depois volto para ler.
Essa fadinha que ele encontrou no lago não era a sua mulher fada disfarçada de outra fada? Talvez para testar o seu amor?
Se não for não entendo nada de fadas.kkkk
Beijos
Lua Singular
Oi, Dorli. Sabe que não pensei nisso? Poderia ser mesmo muito bem a Fadinha, se disfarçando de outra fada pra testar o amor dele, já que ela andava meio pisando na bola, deixando-o carente, etc. Se tivesse pensando eu colocaria sim, ia dar mais um tcham pra história. mas agora vamos deixar assim, pois planejo colocar essa outra fada de novo em capítulos seguintes. Obrigado pela ajuda. Beijos.
Talvez devessemos criar um tal país ou lugar para onde nos deixássemos levar por uma qualquer fadinha... nem que fosse a fadinha do esquecimento...
Quase, hein, Carlos?...Quem mandou a Fadinha tratá-lo mal?...Beijos!
Sempre uma aventura legal do Bruxinho e da Fadinha! Bjs e boa semana pra vc!
Carlos,
O amor precisa ser cultivado , com carinho e cuidados.
A rotina tem um peso que por vezes se não tomarmos cuidado nos afasta de quem amamos, esquecemos de como diz Artur da Távola: " fazer o amor bonito".
Sorte da Fadinha que seu bruxinho nutria um forte amor e não se deixou levar pelos encantos da fada que o encontrava no lago.
Que possamos aprender com essa historia a valorizar quem amamos a manter a poesia e a leveza na nossa vida!
Adorei o conto.
Abraços
Marilac
Boa tarde, amigo. Muito interessante o seu texto.
Na minha opinião, nunca erra-se sozinho, sempre existe a parcela de responsabilidade de ambos.
O importante, é que houve uma reflexão dos dois lados, e ela viu que estava sendo mais intolerante, redimiu-se.
Ele, por sua vez, não deixou-se trair por nova experiência, o amor e a lealdade para com a sua amada falaram mais alto.
Isto prova, que quando o amor é verdadeiro, tudo é superado, se existir um real desejo de mudança!!!!!!!!!!!!
Parabéns!
Beijos na alma e tudo de excelente, querido!
amei o final
http://umagarotacitouu.blogspot.com.br/
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