ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

domingo, 28 de março de 2021

O DIA EM QUE O BEIJA-FLOR VOOU DE NOITE

Sei lá se era sonho, ou se estava acordado, e entrei num mundo paralelo, no qual sempre acredito que exista. Era um grande salão como dos castelos dos contos de fada, paredes altas, grandes e lindos lustres, portas de madeira enfeitadas, homens elegantes, mulheres mais ainda, garçons serviam muitos drinks e petiscos, pessoas beliscavam nas bandejas, um violino tocava suave num pequeno palco ao fundo. Entrei timidamente, você como dona da festa, disse: “Entre, fique à vontade”. Estava num incrivelmente lindo vestido branco de longa cauda arrastando pelo chão, cheio de pedrinhas brilhantes. Agradeci, aceitei um drink que passava, e fiquei no cantinho, como um “Príncipe indeciso”, mas que sentia que algo estava para acontecer. Eu não estava convidado, nem fui de penetra, acho que alguma energia me levou para ali, algo me chamou, e apareci ali, sem ao menos saber como cheguei. Todos dançavam alegremente, romanticamente, rodavam o salão em valsas envolventes. Você, sempre muito cortês, dançava com vários rapazes, não fazia desfeita a nenhum, mas eu sentia que me olhava... o tempo todo, a cada giro que dava nas valsas. Em certo momento, com um olhar tipo “não vai me chamar para dançar?”, você me encorajou, e eu fui... e dançamos incansavelmente aos olhos de todos, admirados pela sintonia entre o par naquele salão. Era como se nossos pés estivessem no ar, tinha uma coisa me levando a dançar mais e mais. Esse não é um daqueles contos em que a carruagem vira abóbora à meia-noite não. À meia-noite em ponto, na virada do ano, um Beija-Flor divinamente enfeitado em cores, entrou pela janela, e ficou voando sobre as cabeças, de canto a canto, rodopiava, pairava, voava de dorso, era como se fosse a valsa dele, deixando a todos encantados, a nós dois mais ainda, pois, pairou exatamente sobre nós, foi duas vezes à janela e voltou, como se nos chamasse a mostrar alguma coisa. Instintivamente de mãos dadas, nos olhamos e o seguimos até o jardim, até um pé de amora, onde talvez fosse descansar. De repente, uma revoada de muitos Beija-Flores, e eles fizeram uma coroa sobre nós dois. Debaixo do pé de amora nós nos beijamos... beijamos muito. É a primeira vez que vejo Beija-Flor voar de noite, mas aquele Beija-Flor principalmente, e os outros, voaram para coroar aquela noite especial, numa virada de ano que significa vida nova.

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( imagem Picmix - google )

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domingo, 21 de março de 2021

A POESIA, A NATUREZA, E EU.

 


E lá vou eu...
Escrevendo poesia aos cegos,
recitando poesia aos surdos
esperando ouvir a voz dos mudos,
mas eu não me entrego,
sigo em teimosia.
Essa meia solidão não me assusta, nem revolta,
pois, olho à minha volta,
e vejo a poesia...
Nos rios, nos pássaros, no girassol,
na lua, no sol,
na montanha;
a poesia me acompanha,
de solidão, eu não corro perigo,
a natureza faz poesia comigo.

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( Imagem ELO7.com- Google )