ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

quinta-feira, 1 de maio de 2025

DEPOIS DA CHUVA, O SOL.

Aquela nuvem passageira
chovendo pelas ruas e quintais,
ora mansa, ora em temporais,
era eu, sem esperança, de alma nua, derramando meus ais.
‘Que tristeza daquele rapaz!’.
Hoje deixei de ser nuvem choradeira
para ser Sol de forma derradeira,
alcancei meu arrebol à minha maneira,
aprendi a esconder meus ais,
não, não endureci, apenas cresci,
hoje não choro mais. 

Ver 


 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

UM POUCO ALÉM DE MIM


Serpenteava silenciosa entre as pedras,
deslizava em subidas e descidas
como cobra sorrateira,
mas não era tão venenosa assim.
Às vezes chorava no espelho, saía de olhos vermelhos, 
mas nem era tão solitária assim.
Rugia como um trovão,
parecia um poderoso vulcão, 
anunciando um temeroso dilúvio,
mas não era tão brava assim.
Às vezes era filete d’água, braço de ribeirão,
mas, não era tão tímida assim.
Inebriava de manhã, 
como cheiro de hortelã, 
mas nem era tão doce assim.
Alçava voos, superava os montes, 
como se fosse furar o horizonte, 
mas não era tão ousada assim.
Era desse jeito que a poesia saía de mim.
Faltou um Q de cada sentimento para que ela fosse um pouco além do fim,
mas isso não é tão defeito assim,
talvez eu goste de morar dentro de mim.
 
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( Imagem depositphotos )



quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

EU SOU DE “OLIVEIRA”

 


Eu sou de Oliveira.
De meus galhos, a pomba levou um ramo a Noé
anunciando depois da aguaceira, a calmaria e a bonança
para quem teve esperança e fé.
Eu sou o mais doce azeite
para pleno deleite, 
num manjar, num simples jantar, ou numa grande festa.
Meus ramos dão um lindo enfeite.
Meu óleo em cruz na testa
ungiu profetas, sacerdotes e sábios.
Esse é meu grande dote;
Amansar corações e adoçar lábios.
No Jardim das Oliveiras, Ele costumava se retirar
para refletir sobre Seu nobre papel.
No Monte das Oliveiras, Ele nos ensinou a rezar
O Pai Nosso, o Pão Nosso, 
o Perdão Nosso de cada dia para quem sabe perdoar.
Do Monte das Oliveiras, Ele saiu réu.
Do Monte das Oliveiras, foi alçado ao céu,
depois de mudar a história inteira.
Que feliz eu sou,
porque eu sou Carlos... nasci de Oliveira.
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(  CARLOS DE ...  "OLIVEIRA )
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( Imagem Shutterstock )

sábado, 24 de agosto de 2024

A MATA É MÁGICA!

 


Todos os dias quando vou trabalhar, passo numa estrada de terra de uns 8 km, dentro de uma floresta nativa, de rigorosa preservação. Evidentemente não se pode dirigir em alta velocidade, mas eu passo devagar, não por causa da proibição em si que busca minimizar o risco de atropelar animais silvestres, mas é mais por respeito mesmo. É como se eu pressentisse espíritos das matas, olhos me espreitando por entre as folhagens, ou nos galhos. Já vi muitos bichos de perto: preguiça, veados, tamanduá, gato do mato, cachorro do mato, raposa, muitas espécies de macacos, pássaros e borboletas raras. Coisas que me encantam. Mas a mata não é só isso. Ela desenha figuras pra gente assim como as nuvens fazem no céu. De vez em quando, desço do carro. Olho pro tronco de uma árvore e vejo uma carranca de índio. Uma casca de árvore no chão me mostra um lagarto, um teiú. Um galho torto na margem da estrada, me lembra uma cobra ameaçando o bote, com a cabeça alçada. Já desviei de um tronco caído porque confundi com um bicho se mexendo.
Bem no alto de uma árvore, avisto uma grande ave de rapina, mas não é, é a folhagem que parece abrir as asas para o vento. Sem contar os ruídos, como se alguém andasse por entre as árvores frondosas. E claro, a orquestra natural que fazem os pássaros e outros bichos que cantam, uns agudos, outros tímidos, outros tristes, outros alegres, outros sinistros, outros curiosos. Isso me remete à infância quando do alto de um morro, contemplava o rio, e do outro lado, a floresta. Eu tinha tanta vontade de ir lá, já até escrevi: ‘Quantas vezes sobrevoei, mentalmente aquela floresta, como se fosse um Peter Pan’. A Mata é mágica! A Mata não é uma vegetação, é um Espírito!

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( IMAGEM Mallunogueira.paisagismo- Google )

domingo, 28 de julho de 2024

EU USO FRANCISCANAS.

 


Eu uso franciscanas
por avenidas, guetos, becos
desertos e savanas.
Marca de minha vida
desde a juventude.
Amiúde!
Não por hobby, lobby,
mas devoção.
Eu tenho alma franciscana
que ama as matas, pessoas e animais.
Como diz a linda oração:
Que eu seja instrumento da Divina Paz!
Que eu tropece, erre, mas não desista jamais.
Eu tenho mãos franciscanas
que semeiam e regam
a flor da humanidade,
Eu tenho lábios franciscanos que pregam
um pouquinho de fraternidade.
Quando saio com minhas franciscanas,
me sinto tão elegante!
Às vezes, uma tristeza, um desengano com o ser humano,
mas é edificante e confortante
ter um coração franciscano.


quinta-feira, 4 de julho de 2024

A TRAVESSIA…

 


Conheci a bolinha de gude e o Iphone.
O disco LP, o Cassete, o CD e o Bluetooth.
Brinquei de bang bang e de Star Wars
Tirei onda de Tarzan e de Xman.
Alucinado com o Professor Pardal e suas invenções geniais,
hoje me encanto com invenções atuais.
Maravilhoso ter estado nas duas pontas da ponte,
pela idade, dividida,
mas em toda a travessia, nunca deixei de ser o Carlos Poeta,
pois em cada brincadeira, em cada faceta da vida,
manter minha ternura, minha inspiração,
sempre foi minha meta.
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( Imagem blog.sapo.pt - Google)

sábado, 25 de maio de 2024

POESIA NO ESPELHO

 


Do que mais tenho falado se não de amores?
O que mais tenho regado a não ser flores?
O que mais tenho desejado se não a paz,
enquanto por aí se diz “tanto faz”?
O que mais tenho dado e recebido do que abraços?
O que mais tenho reforçado do que redes, do que laços,
de amizade, de fraternidade?
O que mais tenho erguido do que homens,
em vez de paredes?
O que mais tenho cultivado além da esperança,
como se fosse ainda uma criança?
O que mais tenho protegido que a natureza,
para nela a gente se ver?
O que mais tenho exaltado do que as coisas simples,
como símbolos da beleza que é viver?
O que mais tenho irradiado que simpatia, empatia?
Não sou perfeito, assumo,
mas em resumo…
eis a minha poesia!

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( Imagem Creative Fábrica - Google