A gente é instruído, treinado, ensinado, a ser forte. Voltando um pouco à infância, primeiro a gente é instruído a ser o campeão, seja no futebol, nas notas da escola, nas brincadeiras, enfim, precisamos estar à frente dos outros colegas. Quando a gente cresce não é diferente, acho que isso é meio imposição da sociedade mesmo: VENCER SEMPRE! Uma eterna corrida do ouro. Precisamos nos mostrar sempre herois, dispostos, persistentes, inteligentes. Não há nenhum erro nisso, temos mesmo que ser fortes, resistentes, levantar de novo, aprender com os tropeços e dificuldades, nenhuma novidade nisso, isso já foi tão falado. Acontece que esse “vencer sempre” pode ser perigoso, pois crescemos muitos de nós, querendo vencer a todo custo, aplicando “os fins justificam os meios”, e atropelamos coisas, etapas e pessoas, porque não nos ensinaram a crescer respeitando o espaço do outro. Crescer com dignidade, sem inveja, sem más ambições, esse deveria ser o ensinamento central. Tenho consciência tranquila de que as coisas que conquistei, que aliás nem são tantas, mas me fazem felizes, não foram conquistadas atropelando pessoas, eu não seria feliz se fosse assim. Mas me sinto muito triste quando vejo isso sendo praticado ao meu lado, e é uma das poucas coisas nesse mundo que me deprimem. A gente estuda, brinca, cresce, namora, perde a namorada, arruma outra, e outra, casa ou não, arranja emprego, passa raiva com colegas de profissão, com chefes, arranja outro emprego, e assim, no círculo vicioso tudo se repete... a inveja, a ambição... o ódio. Por quê? Porque temos que ser fortes. Mas na verdade, não é ser forte... para a sociedade ser forte, é engolir sapo. Para a sociedade ser forte, não é ser o melhor profissional, e sim, o mais esperto, o mais sagaz, o que puxa melhor o tapete. É sorrir sem querer, é o tapinha nas costas. E todo mundo advoga em causa própria. Eu tenho sido forte em toda a minha vida, aprendi com meus pais, mas no sentido mais puro da palavra, na perseverança, no valorizar o que se tem em vez de reclamar o que perdeu, na fé, no recomeçar sempre... andei até sorrindo sem querer, não por falsidade, é que cobravam meu sorriso. Ai, como é difícil... mas de vez em quando, gosto de me sentir frágil, de ter vontade de encostar a cabeça no ombro de alguém e pedir ajuda, pois cobrar de si mesmo ser forte o tempo todo, é uma crueldade que a sociedade já o faz muito bem. Hoje eu me permito me sentir frágil... porque estou um pouco cansado de ser forte.
ESCREVER É DIVINO!
CAMINHOS DE UM POETA
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
FRÁGIL!
A gente é instruído, treinado, ensinado, a ser forte. Voltando um pouco à infância, primeiro a gente é instruído a ser o campeão, seja no futebol, nas notas da escola, nas brincadeiras, enfim, precisamos estar à frente dos outros colegas. Quando a gente cresce não é diferente, acho que isso é meio imposição da sociedade mesmo: VENCER SEMPRE! Uma eterna corrida do ouro. Precisamos nos mostrar sempre herois, dispostos, persistentes, inteligentes. Não há nenhum erro nisso, temos mesmo que ser fortes, resistentes, levantar de novo, aprender com os tropeços e dificuldades, nenhuma novidade nisso, isso já foi tão falado. Acontece que esse “vencer sempre” pode ser perigoso, pois crescemos muitos de nós, querendo vencer a todo custo, aplicando “os fins justificam os meios”, e atropelamos coisas, etapas e pessoas, porque não nos ensinaram a crescer respeitando o espaço do outro. Crescer com dignidade, sem inveja, sem más ambições, esse deveria ser o ensinamento central. Tenho consciência tranquila de que as coisas que conquistei, que aliás nem são tantas, mas me fazem felizes, não foram conquistadas atropelando pessoas, eu não seria feliz se fosse assim. Mas me sinto muito triste quando vejo isso sendo praticado ao meu lado, e é uma das poucas coisas nesse mundo que me deprimem. A gente estuda, brinca, cresce, namora, perde a namorada, arruma outra, e outra, casa ou não, arranja emprego, passa raiva com colegas de profissão, com chefes, arranja outro emprego, e assim, no círculo vicioso tudo se repete... a inveja, a ambição... o ódio. Por quê? Porque temos que ser fortes. Mas na verdade, não é ser forte... para a sociedade ser forte, é engolir sapo. Para a sociedade ser forte, não é ser o melhor profissional, e sim, o mais esperto, o mais sagaz, o que puxa melhor o tapete. É sorrir sem querer, é o tapinha nas costas. E todo mundo advoga em causa própria. Eu tenho sido forte em toda a minha vida, aprendi com meus pais, mas no sentido mais puro da palavra, na perseverança, no valorizar o que se tem em vez de reclamar o que perdeu, na fé, no recomeçar sempre... andei até sorrindo sem querer, não por falsidade, é que cobravam meu sorriso. Ai, como é difícil... mas de vez em quando, gosto de me sentir frágil, de ter vontade de encostar a cabeça no ombro de alguém e pedir ajuda, pois cobrar de si mesmo ser forte o tempo todo, é uma crueldade que a sociedade já o faz muito bem. Hoje eu me permito me sentir frágil... porque estou um pouco cansado de ser forte.
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11 comentários:
Você pode ser frágil, mas não ser fraco. Viver é assim mesmo, amigo, "pois é negócio perigoso". Gostei do seu desabafo.
Abraços saudosos,
Renata Cordeiro
Carlos, tens toda razão.Lindo texto e desabafo! Nem sempre estamos fortes e com a garra que esperam de nós. Há dias de fraqueza e neles, temos que nos respeitar.Ficar mais em baixa e, de repente, fazemos um XÔ! e melhoramos. Comigo é assim. abração,chica
Gostei muito do texto!
Vim agradecer a sua visita.
Boa tarde,beijinhos.
Boa noite Carlos Soares
Dou-te os parabéns pelo brilhante texto.
Considero-me uma pessoa demasiado frágil...Embora já tenha sido forte...
Gostei muito do texo
Bom final de semana.
Beijo
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Carlos, que é a vida senão um jogo, uma competição?
Segundo penso, a competição connosco. De resto, devemos valorizar esse jogo, essa competição, valorizando-nos a nós e aos adversários, até com o nosso exemplo. Isto é não ter preguiça de pensar.
Abraço
Oi Carlos,
Nossos pais nos ensinam tantas coisas de medo, que sofremos na vida e é sofrendo, chorando, sorrindo que vamos conquistando o que formos capazes, aí vem um tempo de parar, de relembrar de chorar o tempo que passou por nós e esquecemos de vivê-lo pela corrida para o nada.
Beijos
Lua Singular
Sabe, meu amigo, eu aprendi que para eu ser feliz, tenho que vencer apenas a mim mesmo, ou seja, àqueles inimigos internos: orgulho, medo, prepotência, vaidade, ira, etc... O resto, é resto. Vencendo esses citados, a felicidade vem junto com os troféus...rs. Abração! (e vamos que vamos!!!)
Educar para a vida é complicado. Os pais querem filhos vencedores e muito cobram deles, esquecendo-se de que perder também fará parte de seus caminhos e que a vitória, para trazer prazer, há que ser conseguida com preparo, esforço e lealdade.
Não somos super heróis e nos sentimos, alguma vezes, cansados. Não diria fracos, mas esgotados. Felizmente, quando fazemos um desabafo, sacudimos a poeira e retomamos nossa luta. Bjs.
Um ótimo texto,Carlos! Ser forte o tempo todo é muito cansativo mesmo! Temos que ter nossos momentos de fragilidade. Bjs e boa semana pra vc,
Olá Carlos, linda reflexão, verdadeira... Somos criados e educados para tantas coisas e nunca nos dizem (ou quase nunca) que devemos mesmo é lutar para sermos felizes! Sem dependências, sem rotulações, sem ideias preconcebidas... O sábio e velho conselho "conhece-te a ti mesmo" é atual e nos mostra a quem devemos "prestar" contas dos atos e decisões tomadas! Um abraço e muita paz!
Lendo suas palavras, Carlos, pensei na vida, como se ela fosse um grande caldeirão, com a grande maioria das pessoas dentro dele e do qual não se pode fugir...
Beijos!
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