ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

CHALANA ( AUTORES MÁRIO ZAN E ARLINDO PINTO)

Chalana era uma pequena embarcação muito usada na fronteira Brasil/ Paraguai.Pessoas vinham e iam, de lá pra cá e de cá pra lá. Mário Zan (grande poeta, violeiro, caipira de raiz) uns dos autores da música Chalana, nessas idas e vindas conheceu uma moça da região e se apaixonaram. Porém um dia, ela descobriu que ele a havia traído e decidiu partir na primeira chalana possível, sem que esse soubesse. Foi assim que numa manhã, abrindo a janela, espreguiçando-se, ele pôde avistar a chalana sumindo na curva do rio Paraguai.A moça ainda deu uma última olhada para trás.E ele, por alguns anos continuou se debruçando na janela, olhando as chalanas chegarem na esperança de que ela voltasse, mas ela jamais voltou. E assim saiu essa bela canção, cantada além do próprio Mario Zan, por Almir Sater e outros grandes nomes do nosso cancioneiro popular. Mário Zan morreu há mais ou menos 2 anos e essa história foi contada pelo próprio Almir Sater, no programa Globo Rural, emocionado, pois além de admirador de Mário Zan, era amigo também.
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CHALANA( MÁRIO ZAN E ARLINDO PINTO)

La vai a chalana
Bem longe se vai
Navegando no remanso
Do rio do Paraguai
Ah! Chalana sem querer
Tu aumentas minha dor
Nessas águas tão serenas
Vai levando meu amor
Ah! Chalana sem querer
Tu aumentas minha dor
Nessas águas tão serenas
Vai levando meu amor
E assim ela se foi
Nem de mim se despediu
A chalana vai sumindo
Na curva lá do rio
E se ela vai magoada
Eu bem sei que tem razão
Fui ingrato
Eu feri o seu meigo coração
Ah! Chalana sem querer
Tu aumentas minha dor
Nessas águas tão serenas
Vai levando meu amor
Ah! Chalana sem querer
Tu aumentas minha dor
Nessas águas tão serenas
Vai levando meu amor...

10 comentários:

Anônimo disse...

Com muito respeito, sobre o comentário da origem de, Chalana. Se o próprio Almir comentou esta estória, é uma pena, pois não é nada disso o ponto de fuga desta música. Pra começo o Mario Zan não tocava viola e sim sanfona. A letra é do Arlindo e a melodia do Zan. Foi de um quarto de hotel em Corumba que fizeram Chalana e não tem nada haver com partida de alguém. Espero que não haja ofença em minha observação. Abraços, Havita Rigamonti

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Prezada amiga Havita Rigamonti. Claro que não há ofensa nas suas observações e até algumas correções.Pelo contrário, recebo sua visita com muita satisfação e fico muito feliz que alguém venha visitar e colaborar.Obrigado mesmo, de coração. O blog é feito para isso.Bem...chamei o Mário Zan de violeiro, talvez uma distração.Claro que ela era acima de tudo sanfoneiro, mas chamar também uma sumidade como ele ou Luiz Gonzaga de sanfoneiros, ou Tonico e Tinoco de meramente violeiros, é muito pouco não é mesmo? Ou chamar Inezita Barroso de apresentadora de tv.Chico Anísio ou Chaplin de humoristas. Seria impor limites à grandiosidade deles.Tanto que o coloquei ainda como poeta, enfim um artista diferenciado do nosso cancioneiro.E há outros tantos que seriam injustiçados por rótulos.Por exemplo...Zé Ramalho, não é um cantor, é um musico completo.
Sobre a música o Almir contou sim, eu assisti ao programa, infelizmente não tenho data, mas isso não é tão difícil de ser pesquisado junto à emissora.Porém comecei uma busca pela net e com grata surpresa, veja o que encontrei no site de uma revista conceituada contando em poucas palavras a origem da música.Antes, porém quero dizer que ainda que tivesse alguma falha na minha postagem, em momento algum quis denegrir, desvirtuar ou deturpar a canção.A intenção única foi de homenagear o grande artista e dar um pouco de seqüência à nossa cultura, quaaaase ficando esquecida.Mas a gente não deixa não é? Obrigado.Volte sempre.
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A CHALANA DE MARIO ZAN

Em mensagem enviada à redação de VEJA, o leitor Moacir Teles Maracci escreveu sobre a reportagem "A balada dos companheiros" (18 de fevereiro): "A reportagem menciona erradamente a música Chalana (uma das preferidas do presidente Lula) como um clássico de Almir Sater". O gaúcho Rui Gressler, de São Leopoldo, completou: "Foram Mario Zan e Arlindo Pinto os compositores da imortal canção. Almir Sater foi apenas mais um dos inúmeros artistas a interpretá-la". De Cuiabá, em Mato Grosso, José Fernando Barros de Figueiredo conta a história da composição: "A canção foi feita por Mario Zan, quando ele se apresentava na cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul, e se apaixonou por uma morena da região. Fez a música quando pela janela do hotel, às margens do Rio Paraguai, viu a morena indo embora numa chalana, que é um barco típico da região pantaneira".
(veja online 250204 seção cartas)

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

À amiga Havita Riogamonti.Veja,ainda consegui uma reportagem do próprio Mário Zan, na emissora... agora sim contando a "história" .Espero não ter problemas com a emissora por ter colado a matéria para o blog.Um abraço
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Mário Zan conta sua história
12.11.2006

Em 2001, quando o Globo Rural se encontrou com Mário Zan, ele andava meio sumido. Mas se preparava para lançar um CD comemorativo dos seus 60 anos de carreira. A reportagem foi feita nesse momento de virada. Para nós, é motivo de orgulho ter contribuído para que Mário Zan garantisse, nos últimos anos de vida, o reconhecimento que sempre mereceu.
“Eu acho que Chalana é a música símbolo do Pantanal”, diz Inezita Barroso. “É a música mais importante do Pantanal”, diz Tonico. “Chalana foi a primeira fusão da música brasileira com a música paraguaia. É uma síntese histórica. Muita gente pensa que essa música é minha. Quem dera”, afirmou Almir Sater. Essa situação demorou mais meio século para acontecer. O rio Paraguai, a Chalana e dentro dela um sanfoneiro animado. Só ficou faltando um cantor.

”Me disseram uma vez que o autor de Chalana era um italiano cego e que nunca tinha visitado o Pantanal. É verdade?”, perguntou o repórter. “Metade é verdade, metade não. Porque de fato sou italiano, vim com quatro anos de idade da Itália e meu nome era Mário João Zandomeneghi. Como meu nome era muito comprido, então falaram, vamos colocar Mário Zan, e assim ficou”, contou. A fama de cego vem do fato de que outro sanfoneiro, Mário Genari Filho, que começou na mesmo época que ele, não enxergava. Então, dois Mários, os dois sanfoneiros. O povo confundia...

Em 1943 e 1944, Mário Zan veio à Corimbá para uma série de shows que fazia em cinema. Primeiro passava um filme, depois vinham os artistas. Não havia avião, nem estrada para Corumbá nessa época. A pessoa ia de trem até Porto Esperança. Ali pegava um navio veterano da guerra do Paraguai e subia o rio até Corumbá. A viagem durava um dia e uma noite. O navio seguia rio acima e só volta dias depois.

Nessa viagem de agora, ele foi procurar o hotel, onde havia ficado. O lugar é o mesmo. O hotel mudou de nome. Mas, a visão que se tem do quarto é a mesma daquele tempo. Com a mesma curva do rio. Mário relembra que naquela viagem conheceu uma moça com quem acabou mantendo um namorico. Até hoje guarda uma foto dela. A letra da Chalana conta o fim do caso. ‘Quando a moça vai embora, rio acima, sem se despedir de mim’, como diz a música. Mário gostou do nome Chalana. Na verdade, uma palavra espanhola. Influência ali em Corumbá da vizinhança com Paraguai e Bolívia, bem do lado.

Essa viagem do Globo Rural para Corumbá, em novembro de 2001, Mário Zan aproveitou para uma volta de lancha no rio Paraguai, cumprimentou uma fã que conhecia suas músicas... ‘ele é o autor da Chalana’. “Você conhece a música?”, pergunta o repórter José Hamilton. “Conheço”, disse uma moça. E conversou com um velho pirangueiro, com lembranças comuns do tempo da guerra.

De volta à cidade, cumpriu um ritual que vem obedecendo desde a sua primeira gravação: visitar as rádios para sua música ser tocada. Depois, rever lugares, onde naquela primeira viagem de 1943, 1944, tirou fotografias.

Essa sua primeira viagem ao Mato Grosso, ainda durante a Segunda Guerra, quando ele fez Chalana, Mário Zan se impressionou com uma árvore que ele viu tanto no Pantanal sobre a qual ele fez uma música, que se tornaria também muito famosa. A música começa com uma sanfona, imitando o cantar de uma ave. “Você está passando de 80 anos. Não fica difícil fazer essas peripécias no teclado?”, perguntou o repórter. “Fica difícil, mas a gente tem que estar sempre ensaiando, estudando”, disse o sanfoneiro. A sanfona de 120 baixos é grande e pesada. Para poder tocar de pé, Mário mandou fazer na Itália um modelo especial para ele. Mais compacto, que pesa apenas 17 quilos.

Outra composição de Mário Zan é uma homenagem ao lugar onde ele vive: Avenida São João, centro de São Paulo. Na situação de tanto trânsito, tamanha agitação, me admira ver alguém morando lá. Pois é ai que vive Mário Zan. Ele sente-se bem no lugar. Com se talvez se sentisse bem em qualquer outro lugar da cidade. Afinal, ele tem a chave de São Paulo. Uma homenagem que lhe prestaram em 1954.

Para comemorar seus 400 anos, São Paulo fez naquela época um concurso para escolher o Hino do Quarto Centenário. Mário ganhou a chave e o concurso com a música que lhe rendeu um recorde. O Quarto Centenário rendeu mais disco do que as vitrolas que havia na época. “As pessoas compravam disco com 78 rotações, arriscava, e quebrava. Então a pessoa comprava dois, três discos para evitar o risco de quebrar”, afirmou o comerciante Benjamin Martins.

Seu prêmio é esse: apartamento no 10º andar, e sendo Avenida São João, até que é silencioso. Ele conta como foi seu encontro com a sanfona, em 60 anos de gravações. “Eu vim com 4 anos de idade da Itália. Meus pais trabalhavam na lavoura de café. Com seis anos, fui trabalhar com os meus pais. Mexia com tudo”. Nas festas na roça, ficava encantado com os tocadores de sanfona. Ganhou uma do pai, aprendeu sozinho e aos 13, 14 anos já participava de um conjunto profissional. E conta que seu primeiro sucesso foi o “Segue teu caminho”. Algumas de suas composições como “Festa na Roça”, de 1950, são igual fogueira nos tempos de São João. Entra ano, sai ano.

Das suas quase mil músicas, várias delas alcançaram outros países. Como a singela “Nova Flor”, hoje com versões em inglês, alemão e espanhol. Fez tanto sucesso que até mudou de nome. De “Nova Flor” passou para “Os Homens não Devem Chorar”. Até o ‘Rei’ gravou. “Fica mais comigo, tente uma vez mais, pensa no que fomos, há algum tempo atrás, eu ainda sou aquele que ao te conhecer, te amou demais...”, diz a canção.

Mário Zan relembra que quando estava batalhando para firmar seu nome, o rádio era muito importante. “Para o artista, a época do rádio foi a melhor. O povo ia conhecer o artista. Outra coisa: nós viajávamos muito. Todo mundo fazia excursão, era uma família. Até num jogo de futebol”. No álbum do Mário, uma foto preciosa: ele e a dupla Tonico e Tinoco numa praia.

”Faz 20 anos que fui à Itália. Mas só fui para ver, né? Porque para morar, eu prefiro o Brasil. Mil vezes”, afirmou. A mulher de Mário Zan, Dona Maria Luiza, com metade de sua idade, vem com cafezinho. Para chegar a esse casamento de hoje, que já dura 20 anos, Mário passou por seis uniões anteriores que lhe deram cinco filhos, 11 netos, cinco bisnetos.

Ultimamente tem ido muito ao cemitério da Consolação por duas razões: a primeira é a Marquesa de Santos. Ele conta que indo ao enterro de um amigo, ficou chocado com o desmazelo em que encontrou o túmulo de Dona Domitilia. Dela, só sabia que tinha sido amante de Dom Pedro I. Descobriu, então, que após esse episódio, casou-se e criou dignamente cinco filhos. Ao sentir-se velha e já viúva. Desfez-se de seus bens. Mário agora é quem cuida do túmulo da Marquesa. Mantendo-o limpo e com flores. ”Eu sinto que depois que eu fiz isso, minha vida mudou. Eu sinto que eu tenho a proteção dessa mulher” afirmou. Depois que morrer, Mário Zan espera ficar mais perto da figura de sua paixão. Comprou um terreno em frente ao túmulo da Marquesa de Santos e vai construir ali, ainda em vida, seu próprio jazido.

Na quinta-feira, o desejo de Mário Zan foi atendido. Ele foi sepultado no cemitério da Consolação, em São Paulo, no túmulo vizinho ao da Marquesa de Santos.
















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Cacilda Monteiro Gomes disse...

Senti vontade de ouvir Chalana, belíssima letra, envolvente melodia e ouvi a primeira que encontrei, na voz de Sérgio Reis. Maravilha!!! Aí lembrei da história da embarcação que levava o amor de alguém, contada por um colega de trabalho e recorri ao Google para saber a sua veracidade. E aí aprendi uma coisa que eu nunca havia pensado: chamar uma sumidade apenas disso ou daquilo é muito pouco. Coerente isso!!! Coerente e consciente!!! E aí vi tanta gente que adoro - Zé Ramalho, Luiz Gonzaga, Chaplin, Inezita Barroso (ah! Marvada Pinga!)....Não gente, essa cultura tão rica jamais acabará! Quanto à linda história de amor, esqueci de tirar a prova, tamanha a beleza dos versos e melodia de Mário Zan e Arlindo Pinto, mais dois para a minha coleção.
P.S - É a preferida do Lula!? Que fofo!!!
Abraços e feliz 2011
Cacilda

Cacilda Monteiro Gomes disse...

Gente, onde está "Gabriela disse", é "Cacilda disse". Não entendi o nome da minha filha que, acredito, nem conhece a música Chalana e muito menos Marvada Pinga. O e-mail "dagagomes@terra.com.br", foi criado por mim (Cacilda Monteiro Gomes).
É apenas uma correção, nada de revolta.
Grata
Cacilda

Alba disse...

Que maravilha, sempre adorei a música Chalana, uma de minhas preferidas,esse Mario Zan é demais,seja na voz de Almir, S''ergio Reis e Paula Fernades, fica linda de todo jeito, abraços para o criador deste blog, que venham mais e mais.

Alba disse...

Conheço a música Chalana há muito tempo, também n sabia que sua composição seria de Mario Zan e Arlindo Pinto, porém pesquisando sobre outra música:segue o teu caminho, acabei sabendo de toda história de Chalana, que amo seja na voz de Almir, a preferida, ou do Sérgio Reis, ela fica belíssima de todo o jeito, agradeço aos que fazem esse trabalho c tanto carinho,Alba Lucena.

Miguelito Blanco disse...

Mario Zan se atribuye la autoría de "Ciriema" y esta bella pieza musical es una polka paraguaya de nombre "Misiones Ñu", de autoría de José del Rosario Diarte. Brasileños y argentinos hemos hecho un daño muy grande al Paraguay, no sólo le hemos "robado" bienes y territorio, sino que además, su música. Ahora tengo derecho a dudar que la música "Chalana", sea verdaderamente de la autoría de Mario Zan.

Miguelito Blanco disse...

MARIO ZAN se atribuye la autoría de "CIRIEMA", y esta bella música no es de su autoría. Le corresponde al músico paraguayo JOSÉ DEL ROSARIO DIARTE, que la tituló "MISIONES ÑU". Este eximio artista casi anónimo para el gran público, pero muy conocido y admirado en el Paraguay y especialmente en la zona donde vivió, fue un músico autodidacta y bohemio alejado de los grandes centros urbanos donde se registraban la propiedad intelectual de las producciones artísticas. Es así que también se sostiene, con sólidos fundamentos, que sería el autor de Pájaro Campana. Permítaseme entonces, con el antecedente del robo de "CIRIEMA", dudar de la autoría de Mario Zan en relación a "CHALANA".

Unknown disse...

Qual quer que seja a história , é tudo muito bonito , o resto e história ,.