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terça-feira, 10 de novembro de 2015

LIMBO



Em algum lugar distante, inoperante
nada está acontecendo,
apenas perecendo.
E mesmo assim,
não há dor, nem sentimento
nem ação, nem pensamento,
apenas subsiste sem princípio e sem fim.
Perguntas morrem juntas:
Quem, por quê, onde?
Para que perguntar se o eco não responde?
Tudo se perde no vácuo.
Só existe o opaco
onde tudo se consome
não há espectro de cores
nem expectativa,
nem saliva, nem sabores.
não há sede, nem desejo, nem fome.
Olhar inócuo, sem foco
Nada se cria, nada se transforma, nada se faz,
mas não quer dizer que esteja necessariamente em paz,
apenas colhe a solidão que um dia plantou.
Nem o nada gerou,
pois o nada já existia.
É assim essa vida de escolhas no dia a dia,
uns têm magia e vão além,
outros vivem no aquém
carregam no peito o carimbo
dos condenados ao limbo
e numa esfera sombria,
padecem sem ninguém.
=
( imagem mulher-desesperada  -  internet/google )

3 comentários:

  1. Quando estamos, necessariamente, em paz tudo fica mais fácil e possível.
    Um abraço.

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  2. Uma bonita poesia, muito criativa.
    Um abraço.
    Élys

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  3. Uma bonita poesia, muito criativa.
    Um abraço.
    Élys.

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