Nasço, morro
Renasço, refaço.
Cresço, apareço, desapareço.
Brinco, brigo, dedico, desligo.
Construo e desfaço.
Do amor, eu careço
o ódio, não mereço.
Beijo, abraço, desejo,
fraquejo num dado momento,
e em outro momento, reinvento.
Estudo, trabalho, me atrapalho,
rio, choro, perco, ganho
me encolho, me assanho
vivendo entre “porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto”,
portanto misturo sonhos e devaneios,
realidades e quimeras,
outonos e primaveras,
com invernos no meio.
Um dia envelheço, é o preço.
Trancos e barrancos, cabelos brancos
fazendo as últimas curvas da estrada que foi tão minha,
não me pertence mais.
Olho pra trás, vejo flores e ervas daninhas.
Concluo:
Essa vida é mesmo uma confusa ladainha,
na qual eu também me incluo.
=
( Imagem Papodeboteco.net- Google )
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