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sábado, 27 de agosto de 2016
AMANHEÇO EM SOLIDÃO
Amanheceu.
Tudo igual, nada mudou.
Ontem, como anteontem
foi vazio, foi frio,
como se eu fosse neve
tão somente neve .
O relógio desperta.
À janela aberta a brisa toca meu rosto
dando-me a falsa impressão de não estar sozinho.
Avisando que é hora de levantar e lembrar.
Sim, abrir os olhos a cada manhã
é mergulhar numa imensa escuridão.
Nas ruas pessoas pra lá e pra cá,
tal qual formigas no quintal
em busca da colocação, da compensação.
E eu, com o que vou me compensar?
Poesia no papel não é solução.
Aí digo um verso qualquer pra um tempo que já era:
Quem dera, menina, quem dera
que fosse outra vez primavera,
que nosso tempo voltasse pra valer
afugentando a solidão que como fera
devora o meu ser.
Anoiteceu...
Amanhã como hoje
vai ser vazio, vai ser frio.
Como o relógio, como a neve, como a brisa.
E eu terei que repetir mais uma vez:
Quem dera, menina, quem dera
que fosse outra vez primavera.
==
( recordando um poema muito antigo,de 1985 se não me engano)
==
( imagem google )
Como sempre adoro os teus escritos! Lindo!!
ResponderExcluirBeijo, bom Domingo.
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Amigo Carlos, linda recordação do seu poema antigo, mas que não é antigo nunca, poesia é sempre assim, nunca fica para trás, o presente e o passado sempre nos faz ver que, muitas vezes nos parece que estamos sempre no mesmo lugar!
ResponderExcluirQue alegria que é esperar a linda primavera! Aqui ela já está sendo enunciada pelo canto dos pássaros, sendo assim será uma linda e prolongada estão climática!
Amei ler como sempre, desejo que tenhas um lindo domingo!
Abraços apertados!