Dizem que existe a tal intuição feminina, mas a Fadinha nem
tanto precisou usá-la para desconfiar do
Bruxinho, pois ele andava com o sono agitado havia vários dias, mexendo
braços, pernas, apertando o travesseiro, murmurando coisas estranhas. No início
ela pensou se tratar de pesadelos, mas quando viu a carinha suspeita dele,
desconfiou, e lembrou-se que ele a ensinara como entrar no sonho do outro. Pois
num dia, só esperou que adormecesse, fechou os olhos também e começou a segui-lo
em sonho... e pra aonde ele foi? Para o
mundo dos humanos, e quando viu a cena, ficou desolada, seu Bruxinho estava no
maior amasso com uma cantora famosa, a Celine Dion, aquela mesma da música do
filme Titanic. A Fadinha que era branquinha ficou vermelha, roxa, de todas as cores de tanta raiva. Foi andando
pé ante pé e quebrou a varinha na cabeça dele:
“Bruxinho safado!”. No maior susto, ele disse: “Fadinha... não é nada
disso que você está pensando... eu posso explicar”. Ela se irritou ainda mais:
“O quê??? Ainda tem a cara de pau de repetir minha frase? Podia ser pelo menos
mais criativo, essa frase é velha”. E
emendou olhando para Celine Dion: “E você, sua periguete. Cai fora daqui, senão
sobra pra você. Só não te pego agora porque fiz chapinha hoje e pintei minhas
unhas... mas não respondo por mim”. E a Celine foi saindo de fininho toda
descabelada. De repente acordaram na cama: “Eu aqui, toda novinha, formosinha e
você com aquela “véia” só porque é
cantora? Isso me indignou ainda mais. Ele respondeu: “Mas ela é uma das
melhores cantoras do mundo terreno. E eu gosto da música do filme Titanic, acho
que foi a música que me envolveu”. “Meu
Deus, me dá paciência, senão mato um Bruxinho hoje. Eu não quero saber, sou
mais bonita e estou com você. Você me criticou por eu ir àquele mundo confuso,
e agora faz o mesmo?”. Ele tentou explicar: “‘Meu bem, mais uma vez vou usar
sua frase. Foi só um sonho, a gente não
controla sonhos. Aquele mundo é confuso, mas tem coisas interessantes também,
assim como penso que os humanos também veem coisas interessantes no nosso
mundo. A diferença é que nós podemos ir lá, ao contrário deles, a não ser os
poetas, eles não podem vir aqui. Ela ironizou: “Mas eu sonhei com Neymar, um rapaz... e você sonha com Celine Dion?”. Ele meio que
apelou: “Ora, pois ela continua muito
linda sim”. E tome cutucadas de varinha na costela. Cada vez mais brava, ela
disse: “Ah que lindo casal! Estava se achando o Leonardo DiCaprio. Só
faltou imitarem a cena do Titanic, os dois de braços abertos navegando na ponta
do barco, olhando o mar”. Ele arriscou: “Bem... isso nós fizemos na semana passada”. Pra quê ele foi dizer isso?! Ela quebrou o resto da varinha na
cabeça dele: “Se eu visse, ia jogar os dois no mar. Pois é.. então agora se vire...
quero outra varinha nova”. Saiu caro para ele, pois varinhas só eram fabricadas
numa terra distante, e ainda teria que levar a um Mestre para colocar poderes
nela, era um dia de viagem, mesmo no cavalo alado. Mas ela não parou aí,
determinou um castigo para ele de dez
dias sem dormir, para que esquecesse da
diva cantora, para que não sonhasse mais com ela. E assim foi. Quando
ele fechava os olhos, ela batia na cabeça dele com a varinha nova: “Acorda,
Bruxinho safado!”. Ele cochilava
de novo: “Acorda, Don Juan do mundo
encantado”. “Acorda, Bruxinho Dicaprio”.
Mas no quinto dia, cheio de olheiras, ele implorou: “Por favor, Fadinha,
não aguento mais de sono, estou fraquinho, deixe-me dormir”. Ela pensou com
peninha dele: “De fato, está mesmo fraquinho, e gosto dele fortinho”. E
perguntou: “Promete não voltar àquele mundo, esquecer sua cantora e ficar só com sua
Fadinha?”. Ele sabia como ganhá-la: “Claro... acha que vou trocar a Fadinha mais linda de todos os
reinos juntos, para ficar com uma estrela famosa do mundo humano?”. Ela sorriu:
“Então venha... encoste a cabeça no meu peito, e durma, meu bem”. Ele se
aconchegou no peito dela, e dormiu como um bebê. No outro dia, sem querer,
instintivamente, ele assoviou a música do Titanic, e ela gritou lá de dentro: “Epaaaaa... eu ouvi isso, hein?”. Ele respondeu:
“Desculpe-me meu bem, não vai acontecer
mais”. Ela entendeu, mas cantou de lá provocando: “Eu quero tchu.. eu quero
tchá”. Ele gritou: “Eu também ouvi isso,
hein?”.
Legal!!!
ResponderExcluirRi um pouco da situação, porem muito boa narrariva e sentimentos descritos de um jeito todo seu, aliás bem peculiar esse seu jeito de escrever e prender a atenção.
Gostei!
bjs
Ritinha...
Sem tchu... e nem tchá...
Nossa!
ResponderExcluirE haja imaginação!
Esse bruxinho e essa fadinha são do barulho.
E viva o Leonardo DiCaprio!
Abraços
Amigo poeta... e a saga continua... rsrs.
ResponderExcluirMuito bom, ri muito como sempre.
Essa Fadinha é muito encrenqueira. rsrs. Mas tadinha, ela não merecia o troco. Tenho dó dela.
Parabéns!
Adorei!
Beijos,
Lis
Demais amigo Carlos!
ResponderExcluirMuito divertido esse capítulo, daria não só um livro incrível como até para se reproduzido na tv.
Me lembrei agora de um programa de tv, 'A fada bela' protagonizado pela Angelica, hoje está em reprise na tv a cabo, que é assim também, cheio de trapalhadas, com romance...
Em fim amigo, mais uma vez parabéns,estarei esperando o próximo capítulo.
Beijos!
Fernanda Oliveira
Este bruxinho está cada vez mais encantador e a fadinha cada vez mais espertinha,rsrsrsrsrs. Bom feriado e mais estórias envolvendo estes personagens.
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