“ Eu não tô fazendo nada, você também. Faz mal bater um papo assim
gostoso com alguém? ” é parte de uma música do Jair Rodrigues,
simpático cantor falecido em 2014. Vamos conversar mais, nascemos
com boca e ouvidos para nos comunicar. Se as pessoas se falassem mais
tenho certeza de que muitos conflitos seriam
evitados, e não estou falando de guerras entre países não, também, mas
falo das guerrinhas do dia a dia com o vizinho, com o colega de
trabalho, até mesmo com o estranho na rua, às vezes, acontecem brigas
por causa de um pisão no pé. Eu gosto de passear, sento-me em algum bar
ou restaurante, e gosto de conversar, só não sou enxerido (adoro essa
palavra, minha mãe usava muito: “Não seja enxerido”), mas se alguém puxa
conversa, vou longe, às vezes puxo também se perceber que a pessoa é
acessível. Modéstia à parte, tenho dom de me adaptar às situações,
melhor dizendo converso com qualquer catedrático ao nível intelectual
dele, tenho um bom português, tenho opinião sobre qualquer assunto. Eu
não sou Raul Seixas que dizia “não tem nada nesse mundo que eu não saiba
demais”, mas posso dizer que ‘não tem nada nesse mundo que eu não saiba
pelo menos um pouquinho’ rs rs. Por outro lado, converso com o gari com
o mesmo respeito, até mais eu diria, as pessoas mais humildes merecem
mais respeito. Quando falo com uma criança, eu pareço uma criança
também. Repito sempre, para conversar com uma criança precisamos descer,
digo, subir ao nível dela. Isso mesmo, ‘subir’ é a palavra, a gente é
que vai crescendo e regredindo humanamente falando, não devia ser assim,
mas é, já a criança é perfeita, ainda não foi maculada pelo mundo, pela
vida. Na outra ponta da ponte da vida, adoro conversar com idosos
também, têm sempre algo a nos passar. Incrível como os idosos gostam de
mim. Certa vez, eu estava no bar, uma senhora com sua família sentou-se
para lanchar e acabou puxando conversa comigo, falamos por um tempão e
os familiares dela olhando curiosos aquele entrosamento. Quando falei
que moro sozinho, ela me corrigiu: “Nunca diga que mora sozinho. Dá uma
sensação de abandono e você não me parece um rapaz abandonado. Dizer que
mora sozinho traz fluídos ruins, provoca fraqueza, abre a guarda. Diga
sempre: EU MORO COM DEUS!”. Nunca mais falei que moro sozinho até
porque eu não estou mesmo abandonado. Ao sair, ela disse: “Você é um
rapaz muito interessante”.
É isso... vamos conversar mais, o mundo está precisando de diálogo.
=
( imagem Disney - google)
É isso... vamos conversar mais, o mundo está precisando de diálogo.
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( imagem Disney - google)