Que a Fadinha e o Bruxinho se casaram e foram felizes para
sempre já sabemos, mas a história não termina aí. Numa bela tarde passeando de
mãos dadas entre os jardins do Vale
Encantado, brincando com as borboletas, com os passarinhos e outros bichinhos,
avistaram um duende muito triste vindo em sua direção: “ Finalmente, encontrei-os, Fadinha e
Bruxinho. Sou de um reino distante, andei milhas e milhas, mas antes, quero
dizer que estou com muita sede e
cansado, gostaria de um pouco de água ”. A Fadinha e o Bruxinho se
entreolharam, e o Bruxinho disse ao visitante: “ Calma, amigo, tem uma fonte
ali pertinho, vamos lá”. Chegando à fonte, saciou a sede, e sentou num tronco, o lindo casal sentou-se
num outro à frente. A Fadinha, como
sempre muito amorosa, disse: “ O que
houve, amiguinho? Vejo em seu olhar não só tristeza, mas também aflição”. “Agora consigo falar”, disse o duende, e
prosseguiu: “ Como disse, sou de um
reino muito distante, chamado Reino da Poesia”. O Bruxinho interrompeu: “Que
nome bonito! Deve ser uma lugar lindo”. O duende abaixou a cabeça: “Era sim, um
lugar lindo, cheio mesmo de poesia, o que originou esse nome, até o dia em que
um Rei malvado, frio, de coração de
pedra, proibiu a poesia no lugar, expulsou os poetas, prendeu e prende qualquer
pessoa que pelo menos cite a palavra poesia. Desde então, tudo foi ficando
feio, os campos não são mais verdes, as flores não tem cor, passarinhos não
cantam mais”. A Fadinha, tocou no braço do Bruxinho: “Isso é um absurdo. Temos
que fazer alguma coisa, meu amor”. Ele respondeu: “Sim. Vamos tentar de tudo, a
poesia não pode morrer”. O duende avisou:
“ Mas, tomem cuidado! O Rei é perigoso, pois é um Bruxo muito poderoso ”.
O Bruxinho apertou a mão da Fadinha,
respondendo: “ Nada pode derrotar a
força do amor . Minha Fadinha e eu temos forças suficientes para derrotá-lo ”. Depois
de pedir ao visitante que orientasse como chegaria ao Reino da Poesia, ele disse
a um de seus duendes auxiliares que o
levasse de volta numa carruagem. Feito
isso, disse: “ Vamos partir bem cedo,
minha amada. Vamos descansar ”. Nem bem raiou o dia, o Bruxinho estava montado
num imponente cavalo branco, a Fadinha agarrada
à sua cintura de forma apaixonada, e partiram para a importante missão voando sobre as
montanhas naquele cavalo mágico”. Chegando lá, os dois com seus toques de magia
foram devolvendo vida às coisas, os campos foram ficando verdes novamente,
passarinhos começaram a cantar, mas chegaram os soldados do Rei empunhando
espadas para prendê-los. Os dois não se intimidaram, lançaram poderes sobre
eles, e eles adormeceram. E assim foi com os dragões e outros guardiões do
reino, até que chegaram ao castelo sombrio.
Outra mágica e mais guardas adormeceram.
Chegaram ao trono, o Rei ria sarcástico: “ Já sei quem vocês são, vão se
arrepender de ter vindo aqui”. O Bruxinho retrucou: “ Queremos que permita a poesia nesse reino”.
O Rei nem quis saber. “ Lançou um poder terrível no peito do Bruxinho, e ele
caiu”. A Fadinha respondeu com outro poder
contra o malvado, até que seu amado se
levantasse. E foi assim: “ O Rei
mandava poderes, o Bruxinho respondia, às vezes era a Fadinha quem mandava para
ajudar. Mas o Rei era poderoso demais. Foi então que o Bruxinho teve uma
ideia. “ Eu amo suas ideias”, disse a
Fadinha. Ele completou: “Precisamos
jogar nossos poderes no mesmo instante, ele não poderá vencer nossos poderes
juntos”. Dito e feito. De forma conjunta, lançaram, e o Rei caiu por terra
desmaiado. Olhando-o , o Bruxinho
disse: “Vamos jogá-lo na prisão”. Ela
alisou seu rosto: “Não, meu amor. Se
fizermos isso, estaremos sendo iguais a ele, e é justamente isso que viemos
combater ... a ignorância, a frieza, a dureza de coração. Temos poderes bons,
vamos aproveitar que está desmaiado, vamos nos concentrar com a nossa pureza ,
para fazermos com que a poesia entre no
coração dele. Você mesmo me disse uma vez que o amor sempre vence”. Ele
a olhou: “ Foi com seu toque de Fadinha,
que eu realmente passei a acreditar que o amor sempre vence”. E assim fizeram.
Quando o Rei despertou horas depois, eles já tinham partido. O Rei não se
lembrava de nada do que aconteceu, nem
mesmo do passado, subitamente virou um homem bom, querido pelos súditos,
e a poesia reinou no lugar. O Bruxinho e a Fadinha? Ah... esses estão cada
vez mais apaixonados!