ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

domingo, 27 de abril de 2014

AMAR COMO JESUS AMOU ( PADRE MARCELO ROSSI )



Desejo um bom domingo a todos  e uma semana abençoada. Que Deus esteja no coração de cada um.

terça-feira, 22 de abril de 2014

OS SAPOS TAMBÉM AMAM


Era uma vez num reino distante. Corrijo... Era uma vez num brejo distante... rs rs. Uai, o que é que tem? Então só porque é brejo não pode acontecer um conto de fadas, uma historinha de amor? Vão querer elitizar até o amor? Pois saibam que o amor acontece nos lugares mais improváveis, mais imprevisíveis e da forma mais simples... porque o amor é simples, como a maioria das coisas boas da vida. Bem, vamos lá que a inspiração não pode esperar. Era um brejo quase igual a todos, cheio de sapos, claro, e tinha também outros bichinhos, e viviam numa calmaria, naquele coachar constante de uma nota só. Porém havia um sapo diferente dos outros, aliás, um sapinho e uma perereca, que ainda não se conheciam, mas tinham semelhanças, assim como na vida real, em que uma pessoa nunca viu a outra, e quando se cruzam, descobrem que têm afinidades. Mas por quê o sapinho era diferente? Porque não se limitava a coachar, gostava de conhecer lugares, saltitava ali e acolá o dia todo, o tempo todo. Era um brejo enorme, parecia mais um pântano, e no fim dele tinha uma gruta. Um dia o sapinho quis conhecer a tal gruta, e quando lá chegou, tristezinha sobre uma pedra, uma pererequinha chorava ( pausa para rir rs rs). Sapinho gentil que era perguntou: “Por que está chorando, linda Pererequinha?”. ( rindo de novo rs rs. já falei pra mim mesmo que o autor não pode se sentir dentro do texto, aí fico rindo toda hora ). Ela respondeu: “Oh, Sapinho amigo. Obrigada por se preocupar com essa Pererequinha abandonada. Estou chorando porque na verdade eu não sou uma perereca”. Ele se assustou: “Como assim? Você tem cara de perereca” ( ai ai rs rs)”. E ela: “Tenho, mas não sou. Uma bruxa invejosa, me jogou um feitiço, me deixando assim... estou aqui há anos. Nunca apareceu um príncipe, nem vai aparecer, para me dar um beijo e me fazer voltar a ser uma princesa”. O Sapinho abaixou a cabeça triste também: “Bem... eu também não sou um sapo... sou um príncipe, um bruxo terrível me fez o mesmo, e agora vivo a esperar que alguma Princesa me beije e me faça voltar a ser o Príncipe lindo que eu era ( Sapinho convencido esse, hein? rs rs ). Por isso, vivo saltitando por aí na esperança de que alguma me veja e tenha coragem de beijar um sapo”. Eles se abraçaram compartilhando a dor, até que ele teve uma ideia: “Dizem que bem longe daqui existe um Mago poderoso... quem sabe ele pode nos ajudar, desfazendo o feitiço? Vamos correr riscos, fugir de predadores, mas pode ser nossa chance”. A Pererequinha sorriu: “Estou começando a gostar desse Sapinho aventureiro e corajoso. Vamos juntos enfrentar essa jornada”. Depois de passar muitas dificuldades por dias e noites, parando mal mal para descansar, chegaram ao tal Mago, que os desanimou: “Infelizmente não posso ajudar. Esse tipo de feitiço só mesmo com um beijo, precisam continuar à procura de alguém que beije vocês”. Voltaram desanimados para o brejo, ficaram um longo tempo na gruta, calados e unidos na mesma tristeza e sina. De repente, ela teve uma ideia e disse com olhar brilhante: “Sapinho... acho que tenho a solução. Você precisa de um beijo de uma Princesa. Eu preciso de um beijo de um Príncipe. E o que somos? Príncipe e Princesa. É só a gente se beijar” ( Pererequinha assanhada rs rs. É a libertação das mulheres até no mundo imaginário). O Sapinho ficou feliz: “Claro, por que não pensei nisso?”. Com muito jeitinho, abraçou-a, inclinando-a no colo, e beijou a Perereca ( ai ai rs rs). Beijou longamente. Mas de nada adiantou, continuaram sapo e perereca, tristes de novo. Até que ela cortou o silêncio: “Pensando bem, pra quê virarmos gente de novo? Qual a diferença se nos amamos? Se temos amor não importa nossa forma física”. Ele a acariciou: “Você está certa. Seremos felizes como somos, o que precisamos já temos: nosso amor”. Ela completou: “De certa forma, nosso beijo nos despertou sim... despertou para a certeza de que havendo amor nada mais é preciso. Gostei muito do seu beijo, meu Sapinho serelepe”. Ele respondeu: “E você é uma Pererequinha muito charmosa”. Deu mais uma beijinho na Perereca. Eles se casaram, foram três dias de festa no brejo. E viveram felizes para sempre... e tiveram muitos sapinhos.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

UM ANJO ESTEVE AQUI


 
Um anjo esteve aqui!.
Eu pude sentir...
sua magia, sua poesia,
sua perfumada aura...
a energia que se instaura,
quando o anjo chega e me aconchega,
e faz-se uma profusão de cores
superando nesse encontro a soma de todos os amores.
Um anjo esteve aqui!
Pude sentir
seu toque em meu corpo, em minha face,
e nesse enlace,
sossegando meu afã,
deitando-se em meu leito
e dizendo: “ Dorme no meu peito até amanhã de manhã ”.
Eu me vi entre cores
violeta... verde... azul... dourada;
um arco-íris em perfeito arranjo.
Eu me vi entre sabores
na minha cama tão bem guardada.
Eu dormi com o anjo
o anjo dormiu comigo
Não senti medo, não corri perigo
porque dormi nos braços de um anjo amigo.
Ah... eu quero de novo dormir
para que o anjo passe de novo por aqui.

terça-feira, 15 de abril de 2014

MINHA MÃE E EU


Nada de chorar mais, é isso que senti na rápida imagem que tive do rosto de minha mãe no meu sonho, não é isso que ela quer, senti que ela me dizia isso, como sempre fez a vida toda; falava comigo pelo olhar, principalmente quando eu era criança. Vou contar algumas passagens emotivas e engraçadas. Sempre estive muito perto de minha mãe, já na infância, assim, algumas imagens ficaram gravadas para sempre. Não dá para contar tudo aqui, daria um livro. Ela andando distâncias comigo atrás de médicos, eu tinha uma desinteria crônica terrível que não me dava paz, tinha tanta dor de barriga que dentro de casa, ficava mais nu do que vestido, as roupas não paravam limpas. Isso me atrapalhou até na escola, nem pude fazer o pré-primário. Lembro-me também dela no fogão colocando feijão na minha mão para eu ver se estava bom de sal. Eu colocando linha na agulha para ela. Ou no tanque, lavando roupa, cantando músicas da jovem guarda. Sua preferida era “Sentado à beira do caminho”, de Erasmo Carlos. Eu até fiquei fã do Erasmo por isso. Essa eu achava engraçada: “Você é meu amorzinho, você é meu amorzão, você é o tijolinho que faltava na minha construção” rs rs. Ela gostava muito também do Wanderley Cardoso. Ela me avisando: “Ah ,se eu pegar esse bochechudo” rs rs, mas eram só raivinhas que eu fazia, só para ela correr atrás de mim. Quando conto minhas travessuras, todos imaginam que eu era terrível, era sim, mas sabia dos limites, sempre blindei minha mãe, nunca levava problemas para ela, sabia que ela já tinha muitos, incrível como eu era pequeno e tinha consciência disso. Tinha uma professora que a casa dela dava fundos para a nossa, muro com muro, eu estava conversando demais, ela havia me chamado atenção várias vezes, e nada de eu parar de falar, até que de repente ela gritou: “Carlos, vou chamar sua mãe no muro, hein?”. Pronto, rapidinho calei a boca. Assim foi na juventude, tive chances de usar drogas, graças a Deus, não usei por causa de minha mãe, tinha sempre o rosto dela na minha mente. Como sempre, eu a blindava. O tempo passou, mesmo não sendo o mais velho, me transformei no arrimo da família mesmo ainda menor de idade, meu irmão mais velho muito doente, o outro abaixo dele quase sempre desempregado, minhas irmãs se arrumando na vida, mas também com dificuldades, abaixo de mim mais quatro crianças. Acabei me tornando a segurança e confiança de minha mãe. Eu sonhava ser um piloto ou controlador de voos da aeronáutica, era fascinado, mas para isso precisava morar no RJ. Lembro do que um amigo me disse: “Tá louco? Você não pode deixar sua mãe, ela precisa de você. Não é uma questão de dinheiro, é a sua presença”. Depois, Deus justo que é, ajeitou as coisas no meu caminho, passei a batuta para minha irmã mais nova que acabou se formando muito bem, tornando-se empresária bem sucedida e cuidou muito bem de minha mãe nos últimos anos. Tenho outras lembranças, de quando eu brincava: “Mãe, como a senhora conseguiu fazer um filho tão bonito como eu?”. Ou... “Mãe, a senhora e meu pai deviam estar muito apaixonados quando me fizeram... porque eu saí lindo demais”. Eu dizia isso para ela e minhas irmãs rirem... e dizerem: “Esse aí é um narcisista mesmo, não tem jeito”. Até bem pouco tempo, quando ela aguentava, eu me sentava no colo dela. Ah... e os casos? Ela gostava muito de contar casos da roça, e eu pedia: “Conta aquele caso, mãe...”, e ela contava com prazer. Esse é bem engraçado. Logo depois que meu pai morreu, um velho começou a se engraçar com ela, ela deu nele um “passa fora”, e falou lá em casa: “Deixa ele vir aqui na minha porta. Vou sentar uma vassourada na cabeça dele”. E exclamou: “Eu tenho uma raiva de véi safado”. Eu pensei: “Se aquele véio vier encher minha mãe, ele vai ver comigo”. Eu... com nove anos defendendo a mamãe rs rs. Minha mãe só me bateu uma vez, e mesmo assim, o chinelo acertava mais a parede do que minhas pernas. Quando tinha festinha de aniversário nos vizinhos, ela dizia: “Não vá bancar o enxerido. Espera te servirem”. Eu obedecia direitinho. Meu cabelo era comprido até nos ombros, tinha algumas ondinhas nas pontas, ainda molhado,.ela penteava bem no meio certinho para eu ir pra escola, mas quando virava a esquina, eu atrapalhava tudo com a mão, eu gostava do meu cabelo mais rebelde. Era minha única desobediência. Na juventude, eu saía todos os dias para as farras, para mim sábado e segunda-feira eram iguais, eu avisava: “Mãe, não precisa tirar comida pra mim pois vou chegar muito tarde, talvez nem venha hoje”. Pois, não adiantava, eu chegava lá pelas madrugadas, o prato de comida estava enroladinho num pano, dentro do forno do fogão, às vezes estava ainda meio quentinho, desconfio que ela levantava e esquentava. Minhas irmãs tinha um pouco de ciúme disso, mas ela dizia: “O que é que tem eu colocar comida pra ele? Vocês não se metam”. Quando eu tinha uns catorze anos, eu disse: “Mãe, eu prefiro que a senhora me veja morto do que eu ver a senhora morta”. Ele deu um bravo: “Pare de falar besteira, menino”. Poucas vezes vi minha mãe tão brava. Pois chegou a vez de eu vê-la assim. Na ordem natural, os filhos enterram os pais. Ficam duas certezas... a saudade... e que ela amou e foi amada pelos treze filhos. Aliás, três certezas: ela está muito bem... eu sinto isso... e é por isso que me sinto fortalecido, muito melhor do que pensei que estaria. Saber que ela está bem é meu maior conforto. Fica com Deus, Mãe!