ESCREVER É DIVINO!

ESCREVER É DIVINO!
BONS TEMPOS EM QUE A GENTE PODIA VOAR. ERA MUITO BOM SER PASSARINHO.

CAMINHOS DE UM POETA

CAMINHOS DE UM POETA
Como é bom, rejuvenescedor e incentivador para o poeta, poder olhar para trás e ver toda a sua caminhada literária, lembrar das dificuldades, dos incentivos e da falta deles, da solidão de ser poeta e do diferencial que é ser poeta. Olhar para trás e ver tudo que semeou, ver uma estrada florida de poesias, e dizer: VALEU A PENA! O poeta vai vivendo, ponteando, oscilando, e nem se dá conta da bela estrada que escreveu. Talvez ele não tenha tempo porque o horizonte o chama, e o seu norte é... escrever... escrever... escrever. Olho hoje para trás... não foi fácil, mas também ninguém disse que seria. E eu sabia que não seria, ser poeta não é fácil, embora seja lindo. Contemplo a estrada que eu fiz, e digo com orgulho quase narcisista: Puxa... como é linda minha estrada!

segunda-feira, 30 de março de 2009

O BLOG É UM DIÁRIO?

Sim. O blog é um diário... com algumas diferenças. Quando eu tinha uns quinze anos eu quis fazer um diário. Como as meninas faziam.Nunca gostei dessa separação. Coisade homem, coisa de mulher. As pessoas ouvem as coisas nas ruas e saem repetindo sem ao menos saber se tem fundamento. Preferem isso a ter opinião própria e assim qualquer meia verdade, vira verdade inteira. Se a televisão falar então. Reclamam liberdade, mas a principal que é pensar, abrem mão. Evidentemente tem os extremos. Tem coisa que é só de homem e coisa que é só de mulher. Sobre o diário, até comecei, mas depois parei por alguns motivos. Eu tinha que deixar escondidinho debaixo do meu colchão para ninguém ver. Pensei até em fazer um pequeno baú para guardar as poesias e meu amigo diário. Morria de medo e de vergonha das pessoas saberem o que pensava, o que vivia, se eu chorava ou o que sonhava. Eu era utópico demais. Mas nunca fui triste.
Então pensei: “Se não é para ninguém ler, não tem sentido eu escrever”. Era engraçado porque no fundo acho que eu torcia sim um pouco para que alguém visse, só que a timidez era maior, então parei mesmo. A timidez me podou muitas coisas. Mas já melhorei isso.
O tempo voou e um dia bateu à nossa porta essa maravilha que é a internet. Acho sim a internet uma maravilha. Como toda ferramenta, só é preciso saber usar.Quantas pessoas boas conheci, embora não as tenha visto. Falo especificamente do blog. Hoje tenho um diário eletrônico chamado blog e é essa a diferença que falei no início: não preciso nem quero esconder. Perdi o medo e a vergonha? O Carlos mudou ou as circunstâncias mudaram? As duas coisas. Hoje, como os amigos blogueiros venho aqui e conto coisas de minha vida. Casos de infância. Casos engraçados. Falei das musas, das damas e prostitutas. Falei de Deus. Falei do mal que nos assola nas esquinas e infelizmente está muito mais nas ruas que o bem. Está porque deixamos. Enfim é minha vida contada num diário eletrônico... e ainda tenho muito a contar. Vou até citar uma música antiga do Ednardo. “me poupe do vexame de morrer tão moço, muita coisa ainda quero olhar”. Gosto muito de meu blog e o trato com carinho, mesmo não sendo um expert. Algumas pessoas diziam: “Você devia ter um blog, pois tem um material interessante”. Luciene, uma amiga professora, me disse: “Quando você começar não vai mais parar”. Ela acertou. E leio muitas coisas boas também, de gente simpática, estilos diferentes, mas estão ali, deixando suas impressões, suas pressões e suas expressões. Gente do Brasil todo e até de fora no meu mapinha. Fico feliz de verdade. E eu, bobo que sou, fico imaginando os rostos das pessoas dos blogs nas cadeiras, lendo e escrevendo. Infelizmente tem uns que não respondem, tem uns ( homens) que só respondem às mulheres, o que me deixa um pouco chateado. Devem ter suas razões. Mas como diz meu amigo ZÉ SOARES: “Se você dá seu carinho e seu amor a uma pessoa e essa pessoa não quer, é ela quem está perdendo, não você”. ZÉ SOARES, é um filósofo e não sabe. Eu chamo de SUPER ZÉ. Por isso eu digo que poesia, filosofia e consciência está muito mais dentro da gente que nas faculdades. Voltando ao blog, é o encontro de dois universos muito ricos: a poesia e a internet. Só não gosto muito da expressão “ virtual”. Tudo bem que é um termo eletrônico, mas “ virtual, pressupõe algo pálido, desprovido de verdade. Algo que é mas não é. Irreal. Então as emoções que sinto lendo textos e poemas na internet, são de mentira? E as emoções que passo também? Não... são de verdade, porque recebo comentários dizendo que gostaram. Se gostaram é porque teve emoção. Se teve emoção não é virtual, é real. Vou citar alguns, não cometendo injustiça com outros que por ventura talvez não cite, para mim todos são iguais. Não sou um astronauta, mas posso ver um “mundo azul”. “Bem pra lá da bruma” encontro uma poesia diferente e “um mágico olhar”.A poesia se renova no jovem J.Blanca. Contemplo “eucaliptos na janela”. Netuno, além do mar, domina as telas. Salamandra, a misteriosa, dá belos toques de luz. Eduardo e Sônia não deixam de deixar um abraço. Mariana, incendeia tudo com seu blog quente. Põe quente nisso. O meu...? Ah, meu blog é só um diário. Um diário aberto, mais feliz, porque agora não preciso mais esconder debaixo do meu colchão as coisas que sinto. O Carlos mudou... para melhor.
Obrigado, AMIGO DIÁRIO.

sexta-feira, 27 de março de 2009

AQUI NASCE UMA FLOR!


( imagem photobucket/silvaniabarros )
Vida maravilhosa!
Instigante e charmosa.
Quando a gente pensa que tudo morre,
ela mesma vem e nos socorre.
Depois de uma noite escura, em claro,
ela nos acena com o milagre de um novo dia
que sempre se repete sem ser exatamente igual. É raro!
E muda toda a cena. É aurora!
O medo que no passado me afligia,
hoje foi embora.

Há muito tempo chorei dizendo:
‘AQUI JAZ UMA FLOR!’,
vendo uma flor pisada, caída
pensando que morria todo o amor
naquela flor esquecida.
Mas meu coração era solo fértil
só era preciso alguém saber regar, cuidar.
E quando mirava um jardim incerto,
em meio a esse deserto
pude ver a imagem do oásis do seu amor
e eu preparo minha viagem para lhe dizer:
AQUI NASCE UMA FLOR!.

quarta-feira, 25 de março de 2009

O SONHO DAS ESTRELAS

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Eu queria ser uma estrela,
aliás sou... e que brilha até.
Mas nesse céu de estrelas
sou apenas mais um,
pois há outras no céu além de mim;
então passo a ser uma estrela comum.
Eu queria ser uma estrela,
mas uma estrela única .
Tão maior, tão melhor...
não por egoísmo,vaidade ou poder,
Apenas para todo o universo ver
o brilho que posso fazer.
Eu queria ser uma estrela única...
tão brilhante que iluminasse as outras estrelas,
que meu brilho tirasse o mundo do escuro.
Brilharia pra clarear pensamentos
pra nesse clarão aliviar os tormentos.
Eu queria ser uma estrela,
mas uma estrela única.
Tão estrela a ponto de ser amado pelas próprias estrelas.
que todas elas me vissem, me sentissem.
Êta sonho difícil, impossível talvez
porque as pessoas não têm muito tempo de olhar para o céu ,
pois estão todas preocupadas em serem estrelas.

quinta-feira, 19 de março de 2009

OUTONO EM MIM


( imagem- isabelfilipe.artedesign.blogspot.com )
Esse outono que chega a mim
é um prenúncio.
É o anúncio de um novo tempo.
Prelúdio de um advento.
Que venha esse vento quase frio
indeciso entre o verão e o inverno
reavivando em mim o fogo interno, eterno
que é viver, que é amar... mas é preciso desfolhar.
Nas folhas que caem e voam, meus desejos e sonhos se sobressaem, ecoam
rumo a você, mulher de olhos claros... de brilho raro.
O outono não é uma estação triste como se pensa.
É renovação, revelação, é preparação para a recompensa.
É preciso e gostoso viver a primavera, o inverno e o verão,
mas antes é preciso desfolhar.
Deixar se perder ao vento, velhos medos, principalmente o de amar.
E eu me preparo para esse outono
fisicamente, psicologicamente, emocionalmente
para fazer por merecer o que vou conquistar.

segunda-feira, 16 de março de 2009

LOUCURAS DE AMOR


(imagem- gatosequintais.blogspot.com)
Faço qualquer coisa para merecer
um pedacinho de você.
Por um cantinho de seu sorriso
faço o que for preciso,
das loucuras mais irreais
porque sem você todas as verdades são banais.
Pra você eu carrego água na peneira,
Ando nas ruas plantando bananeira.
Por você faço coisas mesmo de maluco
como pimenta falando que é suco.
Troco de religião, de time.
Amar assim não é crime, pior é solidão.
Atravesso um rio a nado com uma flor na mão
só para lhe dizer:
“MIM TARZAN, VOCÊ JANE”.
Por você faço tudo... ou faço nada
depende do que vai lhe agradar
só quero que me ame.
Carrego você nas costas, declamo no banco da praça
só para ver o seu rosto em graça.
Para defender você enfrento qualquer terror
Encaro Jason, Drácula e Fred Krugger.
Não sei por que chamar de loucuras
O que para mim são gostosuras, adoráveis aventuras de amor
Com você danço qualquer música;
Tango, bolero, hip hop
samba, forró e rock
Me visto de Bush no centro do Iraque
brinco carnaval em Nova York
fantasiado de Osama,
sem temer nenhum ataque.

sábado, 14 de março de 2009

SE ESSE AMOR VIRAR DOR...

Se esse amor virar dor
do tamanho que ele é
não sei o que será de mim.
A dor que a gente carrega
é do tamanho do amor que a gente entrega.
Também não sei pra quê amar tanto assim?
Se esse amor virar crepúsculo em desilusões
ficarei minúsculo, partícula de grão de areia
gota ridícula desse mar de emoções.
A estrela cadente é linda, mas é vã
contemplo-a hoje no céu
mas não posso vê-la amanhã.
Não presta amor feito estrela cadente
que passa e deslumbra os olhos da gente
e perde-se na curva de um escuro horizonte.
Eu quero um amor que seja estrela permanente
que brilhe tanto que eu possa vê-la
mesmo estando atrás do monte.

sexta-feira, 13 de março de 2009

FAZENDO O QUE GOSTO






( clique nas imagens e leia os textos, gente amiga)
Matéria publicada no jornal local, na verdade regional, pois circula em todo o leste mineiro,DIÁRIO DO RIO DOCE,em 13 de março de 2009. O autor do texto POEMANACÁ, que é colunista do jornal, diz que não é poeta,mas é admirador e também gosta de declamar. Se é admirador e gosta de declamar, faz a poesia fluir e assim o chamamos poeta também. É vereador querido na cidade, pela segunda vez.Não sabia das matérias e quando as vi tive uma grata surpresa.
Sábado estaremos poetando, distribuindo poemas às pessoas nos semáforos. Vai ser uma blitz literária no centro da cidade. No domingo estarei rezando, cantando, reunido com alguns amigos. Um final de semana fazendo o que gosto.Abraços poéticos a todos

quarta-feira, 11 de março de 2009

A ORIGEM DA POESIA ( leiam por favor)




"Falar da origem da poesia é o mesmo que falar da origem do homem: visto que sem poesia não poderia haver o homem. Claro que essa afirmação vai contra tudo o que estamos acostumados a ouvir e entender por poesia e por origem, e só poderia ser minimamente aceita se questionarmos antes duas posturas que estão no cerne da nossa maneira de pensar:
1) a compreensão evolutiva do espaço, do tempo e da história, e 2) a noção, tão insistentemente fundamentada pela funcionalidade do sistema de produção e consumo, de que a arte é uma forma de entretenimento, um meio de expressão, uma válvula de escape, enfim, uma fantasia sem importância feita para embelezar o mundo.
Essa visão, da instrumentalidade da poesia, da linguagem e da história nos faz entrever o mundo como uma série de processos separados, onde arte nada tem a ver com a realidade, distante da história, da física, da biologia, da economia e da política. Na verdade, todas as coisas do homem surgem a partir de um mesmo princípio, que é o agir do homem enquanto agir-se. Na Grécia antiga, havia um termo para isso: Poiesis. Princípio pelo qual se dava a criação. Acontece que a instrumentalidade da linguagem acarreta uma instrumentalidade do homem, e este perde o que existe de essencial no fazer, que é o criar, tornando-se, assim, mero repetidor em função do sistema.
E dentre todas as coisas que o homem age, a poesia é a mais importante. Pois a poesia não é uma coisa entre outras coisas. A poesia não é um mero jogo que utiliza a linguagem como matéria prima a ser trabalhada; muito pelo contrário, é a poesia que tornou e torna a linguagem possível, sempre. A poesia é a linguagem primogênita de um povo, disse Heidegger. A poesia é o primeiro e o mais fundamental testemunho do homem, atestação de sua presença e de seu pertencimento à Terra. É assim que ele se manifesta enquanto linguagem e, então, enquanto homem.
Basta lembrar que os primeiros físicos do ocidente eram sobretudos poetas. Na verdade nem havia diferença entre ser poeta, físico, filósofo, matemático, pois em todas essas coisas havia a dimensão do sagrado. Estes eram homens espantados diante da complexidade da physis que se erguia com seus grandes milagres e tempestades. O mesmo espanto que, milhares de anos depois, acompanha o cientista de hoje diante da imprevisibilidade das partículas e da grandiosidade do cosmos. “O sol é do tamanho de um pé humano” disse Heráclito, numa afirmação que, antes de ser científica é poética e antes de ser poética é sagrada. Não é uma afirmação ingênua, como poderiam pensar alguns. Heráclito sabia da distância do sol, mas sabia também que o sol era sim, como ainda hoje é, a medida do homem. Esse sol adquiria uma dimensão poeticamente moldável como o horizonte de Manuel de Barros, onde se enfiam pregos, ou a florflamejante de Sousândrade. É a dimensão onde as coisas são e deixam de ser.
A nós, homens modernos, depois do cogito cartesiano, depois da metafísica kantiana, depois que o homem expulsou os deuses de seu convívio e se tornou seu próprio deus através da ciência em detrimento da poesia, isso tudo parece distante e absurdo. Não entendemos que o conhecimento científico é uma interpretação do mundo tão “fantástica” e falha quanto qualquer outra. A ciência explica que a lua é um satélite. Mas esta não é a lua, é uma das facetas da lua. A lua é isso e muito mais. A lua é a lua de Lin Sao, que pende madura na ponta de um galho, é a lua de São Jorge, é Selene, é a lua dos mitos, todas diferentes e a mesma. Os próprios cientistas hoje se dão conta do absurdo que é a realidade. Ilya Prigogine, prêmio Nobel de física, afirmou ser a realidade somente uma das realizações do possível.
O absurdo da poesia não é nada mais que o absurdo do real. A poesia e a arte não surgiram num momento específico, mas surgem a cada instante e com ela o homem, pois nisso consiste a cultura, a constante atualização do homem como homem. Pois o homem só pode ser sendo, homem, num constante processo de realização poética. Nos percebemos humanos e mortais a cada ato, e é disso que vem a poesia. Por isso, ao contrário da visão linear do senso comum, a arte não é um jogo subjetivo de gênios excêntricos. Sua essência sagrada está na física moderna e clássica, está nas habitações, na matemática, em todos nós. A poesia é a linguagem primordial de todo espanto e está na essência de tudo que produzimos, enquanto ato criador não alienado. A poesia é o que permite o real, ainda que hoje o real a oculte, entulhado na rotina dos sistemas".

MÁRCIO-ANDRÉ é poeta, contista e músico, autor dos livros Movimento Perpétuo e Chialteras e membro do grupo Arranjos para Assobio, de texturas poéticas realidades experimentais (http://arranjos.confrariadovento.com). Trabalha na tradução de poesia de Arnold Flemming, Serge Pey, Ghérasim Luca e Bernard Heidsieck e edita as revistas literárias Confraria e Improvável (www.improvavel.com). Suas páginas são www.marcioandre.com e http://marcioandre.confrariadovento.com
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Como dia 14 de março é o DIA NACIONAL DA POESIA, resolvi mais uma vez procurar na internet a origem dessa arte fantástica.Digo mais uma vez, porque já tentei tantas e nunca encontrei nada de muito concreto, embora já pensasse como o autor do texto acima, MÁRCIO ANDRÉ. Não há uma data ou era específica para se definir a origem dela. O universo surgiu e ela surgiu simultaneamente. Ela É e pronto. Está no ar desde que o ar existe. Eu já imaginava também que ela se confunde, aliás, se mistura à mitologia greco-romana. Sim, as lendas de Ícaro, Medusa, Odin, Narciso, Fênix e outras tantas são verdadeiras narrativas poéticas. A própria origem do universo, disputada pela Bíblia e pela ciência. Gênesis tem um texto poético. "No princípio era o VERBO... o espírito de Deus pairava sobre as águas... e Deus disse: Faça-se a luz. E a luz se fez...". Não é lindo tudo isso? Até mesmo a teoria da explosão do BIG BANG é altamente poética. Eu até tenho uma terceira possível teoria. E se o BIG BANG, foi detonado pelo próprio Deus? Mas isso é assunto para cientistas e líderes religiosos. Voltando... pensem numa grande explosão definindo a origem de tudo e de todos os seres. Imaginem o esplendor, o brilho dessa explosão. Quantos megatons! Poesia pura! Sim, pois teve vezes em que escrevi poemas e textos que senti um BIG BANG dentro de mim. Fiquei em êxtase.
Pedi lá em cima que lessem tudo, porque as pessoas não têm muita disposição de ler algo muito longo, até entendo, eu também não muito. Mas não pedi pelo meu texto, mas sim pelo autor acima, pois foi o que até hoje se aproximou sobre o que penso da poesia. "Aproximou" apenas, pois eu teria exagerado mais que ele. Porque em poesia gosto mesmo de ser exagerado. É o que Deus me deu de melhor e me sinto muito orgulhoso de escrever coisas e tocar no coração das pessoas. Todos os dias eu digo a mim mesmo: "Que bacana! Sou poeta! Sou feliz!". Dia 14 de março é o DIA NACIONAL DA POESIA e estou deveras emocionado. O dia 14 de março foi escolhido para homenagear a Castro Alves, um dos grandes entre tantos ícones da rica literatura brasileira. O dia 15 de março, foi escolhido por Deus para eu nascer. Conspiração poética com certeza. Que bom... eu estava em Gênesis, eu estava no Big Bang. Eu estava naquela corrida de milhões de espermatozóides e fui contemplado a vir ao mundo para deixar a minha impressão digital. Sábado, estaremos, eu e alguns poetas da cidade, fazendo uma blitz literária, distribuindo poemas às pessoas nos semáforos, padarias e restaurantes. Uma semana pra lá de poética. Não é motivo para estar feliz?
(imagens pela ordem... pequenaspoesias.com.br e globo.com )

segunda-feira, 9 de março de 2009

UMA NOITE DE PETER PAN

Sempre fui maravilhado com mundos encantados das fábulas e estorinhas infantis. Adorava o tradicional... “era uma vez num reino distante...”. Eu pensava. “Num reino distante estão acontecendo coisas”. Ou. “O reino é distante, mas lá as coisas são possíveis”. Eu sempre fui um menino diferente. Claro que brincava igual os outros, de bola, de pipa, de bolinha de gude, de pique. Mas às vezes no meio da criançada, eu me afastava, sentava numa pedra qualquer e ficava igual gente grande pensando, meditando. Quase sempre algum menino me chamava à atenção. “Tá dormindo, Carlos?”. Lá no meu bairro, bem no fim mesmo, tinha uma espécie de barranco enorme, quase um abismo, onde a gente brincava de escorregador. Já bem longe passava o rio. E depois do rio, a floresta. Gostava de ficar ali sozinho, sentado, contemplando. Passava horas, desenhando e escrevendo frases bonitas na terra. Eu já era um poetinha. Tinha dia que voltava quase de noitinha.
Sobre os mundos encantados, destaco dois em especial. “Alice no país das maravilhas”, o único livro que já li duas vezes, fora as vezes que gostava de ler só trechinhos esporadicamente. Gostava de Alice, por causa do espelho. Sempre lidei muito com espelhos, seja nos meus momentos de viagens íntimas, tristonhas e narcisistas, de vaidade, arrumando o cabelo me dizendo que eu era lindo... ou mesmo nos momentos de brigar comigo mesmo quando fazia burradas. Era no espelho que eu me dizia as coisas e era no espelho que eu sonhava também. Eu me imaginava num país de maravilhas, onde as chances fossem iguais e todos os sonhos fossem possíveis. Mas meu preferido era Peter Pan. O menino que se recusava a crescer. Que apenas abria os braços e voava para aonde queria. Quantas vezes me deu vontade de decolar daquele abismo, sobrevoar aquela floresta, fazer plim plim estalando os dedos como meu herói mirim. Uma Sininho do meu lado( sempre uma presença feminina) jogando em mim o pó mágico da esperança e da ousadia. Eu só não entendia ou não gostava muito é de chamarem de “terra do nunca”.Se tudo era possível por que chamar de “ nunca”? Isso me frustrava um pouco, pois pensava. “Primeiro me deixam sonhar, depois dizem que é nunca”. Felizmente prevalecia o espírito sonhador e aventureiro de Peter Pan. Quanto mais diziam pra eu não sonhar, mais eu sonhava. Quem me podava, não sabia que na verdade estava me injetando mais ânimo e força. Como Peter Pan, acho que eu também não cresci muito, mas não foi porque me recusei a crescer, acho que isso já nasceu inserido em mim. Além do mais tem gente que gosta do meu jeito.
Agora vou contar um sonho que tive que aparentemente não tem muito a ver com o que falei acima, mas tem. No sonho, estava uma noite chata e quente demais. Já era tarde e eu não dormia. A tv não tinha nada, aliás tinha.Um monte de coisas que não me diziam nada. Comecei a pensar nela, tão distante, uma saudade angustiante. Queria ela ali na minha cama, pra gente dormir abraçados, mas como se estava tão longe? De repente, minha janela que devia dar para o quintal, dava exatamente para o quarto dela. Ela estava ao mesmo tempo tão distante e tão perto.Era só esticar o braço. Eu a pude ver, linda em sorrisos, escovando os cabelos compridos, sentada em sua cama. Comigo, tinha uma bolsa dela. Dentro da bolsa aberta pude ver uma caixinha do tamanho de um porta-joias e estava vazia. Parecia esperar algo de mim. Pensei. “Vou devolver a bolsa a ela, mas com uma surpresa.Vou escrever EU TE AMO, na aba que fecha a caixa. Quando abrir vai ler e gostar”. Escrevi bem grande e fui caminhando, carregando a bolsa rumo à janela. Ainda pude ver seu sorriso me recebendo, mas quando toquei no parapeito... acordei. Virei-me ainda deitado e vi que minha janela dava é para o quintal mesmo. Levantei-me. Tomei água gelada, pois de real no sonho, só mesmo o calor, e a saudade, claro. Voltei à janela pensando. “Como eu gostaria de ser Peter Pan agora, estalar os dedos, fazer plin plin e voar para o quarto dela!”. Mas no nosso caso seria e será... a terra do sempre. Jamais gostei da palavra nunca.

quarta-feira, 4 de março de 2009

08 DE MARÇO- DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A VOCÊ, MULHER...

Que alguém um dia erroneamente chamou de sexo frágil.
Que sabe ser ao mesmo tempo delicada e ágil,doce e guerreira.
Valente e sensível.Que desvenda o incompreensível.
Você que nasceu Eva,mas,rebelde em si, não parou aí.
Viveu tantas outras...esteve na guerra de Helena,nas fogueiras de Joana D’arc
no enigma de Mona Lisa...foi Maria e foi Madalena.
.Você foi todas em uma. Foi uma em todas.
Ainda é mártir de todos os dias,mas tem tempo para o charme.
Você que demora a se vestir, porque a beleza é que não pode esperar .
Você que faz compras demoradas...porque gosta de desfilar.
Sim,desfilar aos olhos do homem impaciente,insensível
que não percebe que todo esse aparato visual
é um presente para ele contemplar.

Você que eu chamo de meu amor,
de esposa e amiga,
de mãe e de filha,de amada e amante.
Você que foi ponte para Deus enviar o Seu filho...esse foi seu maior brilho.
Você que tem a capacidade divina de transformar a dor do parto em amor.
Sua maquiagem não fere sua imagem,não é máscara.
É só um retoque no seu encanto, que nem precisa de retoque...mas você é mulher
e quer sempre mais.Tem sido sempre assim não é mulher?

A você...
Entoem cânticos, prosas e versos.
Rendam-se cantadores e poetas do universo.
As cancelas e preconceitos não foram fáceis,mulher
mas,já dizia um poeta...tudo muito fácil não tem muita graça.
Só a sua graça!!!
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DIA INTERNACIONAL DA MULHER- EM 08 DE MARÇO DE 2009

segunda-feira, 2 de março de 2009

UM RECADO ÀS MUSAS


(IMAGEM VANLUCHI.BLOGSPOT.COM)
Esse texto vai ficar pra lá de esquisito, mas vai assim mesmo. Também nunca fui muito preso a padrões. Em dois poemas meus, eu exalto a musa colocando-a ao nível do poeta ou até mais. Eu digo.. “o poeta não é maior que a musa, é Mona Lisa, num sorriso maroto quem me diz”. No caso específico de Mona Lisa, reparemos o quanto ela ficou famosa ao nível do grande Da Vinci.. Não só como uma grande obra em si, mas como uma grande musa. Existem alguns boatos sobre ela. Uns dizem que ela nem existiu. Outros dizem que é o próprio Da Vinci, que seria homossexual e a teria projetado na tela, como sendo ele. Isso não me importa muito. O fato é que o sorriso enigmático esta lá. Por pouco a musa não superava o artista. Claro que Da Vinci tem outras grandes obras.
Ao longo de minha vida tive algumas musas. Sempre precisei delas. Zezé, a mais simpática. Morena forte, quase negra, de pernas grossas, torneadas e lisas, boca carnuda,pele brilhosa.Vivia dizendo que ia me mudar, ainda que não fosse para ela. Acabou desistindo e virou minha amiga. Quando a flagrava me olhando eu brincava. "Não adianta ficar me olhando, foi você quem terminou". "Não posso mais olhar um amigo?", ela respondia. Mirany, a mais meiga. Branquinha, olhos claros, cabelo enrolado curto. Acho que foi a que mais me amou. Marinês, a mais linda,alta, magra, cabelos longos, parecia manequim... mas era casada. Ia dar um problemão. Eu era inconsequente mesmo, mas parei a tempo. Outra que deu um problemão foi Selene. O ex namorado era violento e queria me pegar. Um dia sem alternativa de pra onde correr, disse a ele: "se quer brigar, vai brigar sozinho, porque eu não sei brigar. Pode começar a bater. Depois de me socar à vontade, convença-a de que a ama”. O que eu disse o deixou sem ação, virou as costas e nunca mais me importunou. Elça, loirinha, baixinha, sorridente, a mais ingrata. Lucinda, a mais prática, materialista e eu tão voado. E outras que me lembro com carinho. Todas elas, tanto as que terminei, como as que terminaram comigo se despediram dizendo. “Jamais vou te esquecer”. Eu achava e acho isso tão bacana, mulheres diferentes, de épocas diferentes dizendo a mesma coisa. Mas eu sei o por quê disso. Porque as tratava sempre de forma igual. Sempre cavalheiro com elas, gentil, prestativo. A musa no nível do poeta. Odiava e odeio piadas machistas do tipo. “Mulher gosta de apanhar”. Eu dizia. “Só se for a sua mulher, porque mulher com quem ando, não gosta”.Eu também não as esqueci, todas a seu tempo, foram importantes para mim.
Ah... mas o poeta não é perfeito. Ele dá o amor, que quer receber. E quer receber o amor que dá. Então que as musas fiquem atentas, porque nada dói mais num poeta que quando a musa não lhe percebe, quando ele pensa haver uma indiferença. O poeta não é um fingidor, como disse um grande mestre. O poeta é muito sincero. É sim, um pouco exagerado, pra ele tudo é platônico, atômico, mas nada de fingidor. Troca de musa às vezes, não por ser volúvel, é porque precisa de uma sempre. O poeta passa sempre uma imagem de intelectual, de forte, guerreiro, mas nem sempre é. É frágil como cristal. Como pétala que cai ao chão na primeira brisa. Linda... porém caída.
Sempre que não tive musa, escrevi para a solidão. Mas não quero escrever para a solidão, quero escrever para mulheres.
Quem escreve vai entender o que vou dizer. Todo poeta tem suas próprias poesias preferidas. Tem as mais bonitas, outras nem tanto. As românticas, as amargas, as mal humoradas, as singelas e até engraçadinhas. E tem aquelas íntimas, pessoais, com as quais o poeta se identifica mais, não sendo necessariamente as que o público gosta.
O poema que escrevi há quatro dias (ENTRE A FLOR E O VULCÃO), é para minha musa atual... ainda bem que ela está atenta... embora não tenha comentado muito, do jeito que eu gostaria. Só que ela está cheia de crédito e estou muito feliz com ela.

02 de março de 2.009. 02:45h da manhã.